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21 dezembro, 2023 Conto de Natal

Na ressaca de um doloroso divórcio, Mafalda ia visitar a família para passar o Natal...

Mafalda é uma dona de casa algarvia, Josué um professor do norte. Ela é gordinha e espevitada, ele é magro e taciturno. Ela uma senhora com idade para ter juízo, ele um jovem conservador de direita. Não podia haver duas pessoas mais diferentes. E no entanto, o destino juntou-os numa noite milagrosa de Natal.

Conto de Natal

Na ressaca de um doloroso divórcio, Mafalda ia visitar a família a Bragança para passar o Natal com os pais e irmãos. Um problema no carro, indicações confusas e a falta de sinalização acabaram por conduzi-la, inadvertidamente, até uma aldeia remota no centro de Portugal.

Conto de Natal A Sarilhos 1

Em sentido inverso, Josué, um solteirão inveterado, encaminhava-se para sul a fim de visitar amigos, quebrar a rotina e recarregar baterias depois de um ano intenso de trabalho, em que pouco ou nada se permitira socializar. O GPS pifou e foi parar, sem perceber onde estava, à mesma aldeia remota onde Mafalda se encontrava.

Chegaram com pouco tempo de diferença um do outro, passava pouco das dez da noite. Pelo tardar das horas, ela desistiu do resto da viagem, visto que nunca chegaria a tempo ao seu destino. Resignara-se a ficar ali, embora não fizesse ideia para o que estava guardada.

Durante muito tempo permanecera no carro, depois decidiu sair e ver se encontrava alguém que a pudesse ajudar.

Conto de Natal A Sarilhos 2

Por seu turno, depois de dar uma volta pela aldeia, onde não se via vivalma, Josué vislumbrou Mafalda sozinha, sentada no que parecia a esplanada dum café abandonado. Desceu do carro e perguntou:

– Desculpe, sabe onde posso encontrar um hotel ou uma pensão?

– Não faço ideia. Já dei volta à aldeia inteira e não vi nada nem ninguém.

– Estranho… As luzes da rua estão acesas, mas as casas estão todas às escuras.

– Sim. Bati e até tentei entrar em algumas, mas estão trancadas.

– Não há nada aberto? Uma bomba de gasolina?

– Não vi nada. Só esta esplanada.

Na parede exterior do café viam-se cartazes de festas de velhos Agostos e um calendário de 1978, ostentando uma jovem e pulsante Brigitte Bardot. Mafalda viu que os olhos de Josué se fixavam naquelas pérolas do antigamente.

– Parece que o tempo parou, não é?

Ele parecia desconcertado.

– Sabe ao menos onde estamos?

– Não faço ideia. Não vi uma única placa. Não pode ver no GPS?

– Avariou.

– Pois, mesmo quando se precisa dele. Típico. Eu não tenho. Sou uma mulher à antiga. Não sou cá de modernices...

Ela era tagarela, solta de palavras e Josué não percebia porque estava sempre a sorrir, tanto mais que estava numa situação tão precária quanto ele. Parecia completamente despreocupada...

Conto de Natal A Sarilhos 3

Já ele era mais um homem do silêncio.

Só naquele bocadinho conseguiram logo irritar-se um ao outro.

– Que pamonha – disse ela para os seus botões.

– Que melga – pensou ele, pegando no telemóvel.

Mafalda cortou-lhe rapidamente a esperança.

– Não há rede.

Josué confirmou que era verdade.

– Seja lá onde estamos, devemos estar perto do fim do mundo.

Ela continuava a falar e ele a não responder. Estava cansado, enervado, cada vez mais mal-disposto. Sentia fome mas, pior que tudo, estava a ficar gelado.

– Está frio, não está? – soltou Mafalda, parecendo adivinhar os seus pensamentos.

– Sim…

– O meu chasso não tem ar condicionado, é como eu, é doutro tempo.

A afirmação parecia ter tanto de informativo como de sugestão. Josué finalmente percebeu.

– Não é uma hipótese. Quer dizer, podemos ligá-lo talvez uma hora ou duas, mais do que isso descarrega-me a bateria. Está fora de questão para passar a noite.

Aquela hora ou duas já aliviaria o gelo dos ossos, pensou Mafalda. Mas ele tinha outras ideias.

– Acho que me vou fazer ao caminho.

– E deixar-me aqui sozinha?! – pensou ela, mas não disse.

Conto de Natal A Sarilhos 4 

– Veja lá onde se vai meter… Não sabemos onde estamos, quem é que lhe diz que vai encontrar outro sítio nas proximidades? Pode ficar para aí perdido no meio do nada… E com ar condicionado só para uma hora ou duas…

Irritado, ele teve que admitir que havia razão no que ela dizia.

– Eu acho que devíamos encontrar um sítio qualquer para passar a noite… – sugeriu Mafalda.

Aquele “nós” quase o tirou do sério. Então, não só estava perdido no meio de nenhures em plena noite de Natal, como ainda teria que partilhar a consoada com aquela chata?! Que mal teria feito a Deus?!

– Vi uma cabana à entrada da aldeia, tinha a porta meio aberta… Acho que é um estábulo ou um palheiro. Vamos? – questionou Mafalda, pondo-se ao caminho.

Em circunstância alguma iria passar a noite com aquela mulher, pensou Josué, cada vez mais irado com a presunção da aberrante criatura. Mas o frio queimava-lhe a alma como ferros em brasa e, praticamente sem dar por isso, deu por ele a segui-la.

No trajecto, ela teve que parar para fazer xixi e pediu-lhe para apontar a lanterna do telemóvel, pois não queria pisar um ninho de aranhas ou qualquer outro bicho nojento, ou pior ainda, uma armadilha para ursos. Um urso sentiu-se ele, naquela triste figura...

Conto de Natal A Sarilhos 5

Só faltava que, para culminar o rol de desgraças em que se tornara o seu dia, acabasse nas mãos duma louca. Pelo menos da fama de “badalhoca” não se livrava, onde é que já se vira uma mulher de bem parar no meio do mato, agachar-se e começar a arrear uma mijadela à frente dum homem que não conhecia de lado nenhum?!

Ele bem tentou desviar os olhos, mas o que o pudor queria o cérebro não deixava, de forma que o mal estava feito. Ia ficar com aquela imagem para sempre...

Conto de Natal A Sarilhos 6

A velha cabana, de facto, era um palheiro, e também ele parecia abandonado. Nem vacas nem burros, só um pequeno monte de palha amontoado e uma série de barulhos estranhos. A madeira das paredes rangia, mas havia mais do que isso. Devia haver ratos, ou pior, ratazanas!

Raio de sorte que os tinha feito atascar numa aldeia deserta, logo na noite mais especial do ano. Era suposto estarem com a família, com os amigos, à lareira, não com perfeitos desconhecidos naquele degelo...

Com a mesma lanterna do telemóvel Josué conseguir discernir um antigo candeeiro a álcool. Havia uma caixa de fósforos, mas estava completamente empapada com a humidade. Infelizmente, não tinha um isqueiro.

Estava nestes pensamentos quando ouviu um clique e viu Mafalda acender um cigarro. Ainda por cima fumadora, pensou, mas que sorte a minha! Odiava pessoas que fumavam, achava revoltante a estupidez que os levava a suicidarem-se voluntariamente, sabendo-se hoje o que se sabe sobre os malefícios do tabaco.

Mas graças aos hábitos sórdidos dela, tinham um isqueiro para acender o candeeiro. Não só ficaram com luz, como com uma pequena fonte de calor.

Conto de Natal A Sarilhos 7

– Ah, assim está muito melhor – disse Mafalda, satisfeita com a sua sorte.

A única coisa que Josué odiava mais do que fumadores eram as pessoas exageradamente optimistas...

À medida que a noite caía, a temperatura diminuía e Mafalda, que já se refastelara nas palhas enrolada em si mesma, tiritava. Mas nem isso lhe parecia ensombrar o ânimo – ou a vontade de falar:

– Então, o que é que fazes?

Como ele não respondesse, prosseguiu ela o seu “diálogo” inquinado:

– Eu sou doméstica. Trabalho em casa. Felizmente não tenho filhos. Faço empadas.

Josué suspirava exasperado.

Claro que fazia empadas, o que mais poderia fazer?! E via-se que as comia. A julgar pela “fina” figura, devia ser a sua melhor cliente!

– Bem, se não vais dizer nada, pelo menos, anda aqui para o pé de mim. Aquecemo-nos um ao outro.

Porque razão começara de repente a tratá-lo por tu, era algo que Josué não conseguia processar. Mas mesmo assim fez o que ela disse.

Lá fora não se ouvia um ruído, como se os sons da Terra tivessem desistido de reverberar, uma vez que não havia ninguém para os ouvir.

Conto de Natal A Sarilhos 8

Josué tinha-se deitado ao lado de Mafalda e sentiu logo o pequeno feixe de calor que emergia do seu corpo robusto. A sua estirpe anafada dava-lhe pelo menos esse benefício térmico.

– Chega-te mais, assim...

Foi ela que se aproximou dele e o abraçou. Ficaram agarradinhos, de frente um para o outro.

De facto, era bastante melhor assim. Josué conseguiu mesmo sentir um pequeno alívio de paz, que advinha do calor dela e lhe dava grande conforto. Talvez até demasiado...

– Humm, tens uma pistola no bolso ou estás contente por me veres?

Ele odiava clichés cinematográficos, mas nem teve tempo para elaborar sobre isso, pois viu-se toldado pela vergonha. Fosse pelo calor, talvez pelo alívio, talvez pelo abraço, ficara, sem dar por isso, com uma pujante e evidente erecção!

Estando tão perto dela e na posição em que estavam, claro que ela o sentiu, e exactamente na  zona onde era suposto, bem no meio das pernas...

– Peço… imensa... desculpa. Não sei... o que aconteceu… De verdade, desculpe-me...

– Não precisas de pedir desculpas. É uma coisa muito natural. É porque gostas do que estás a sentir...

Conto de Natal A Sarilhos 9

Josué ressentiu-se daquela dedução, baseada em falsas premissas. Fora simplesmente um acto reflexo, não sentia qualquer atração por aquela mulher!

No entanto, não foi capaz de refutar. Sobretudo quando ela, com a mais irritante das familiaridades, começou a acariciá-lo em baixo.

– Vamos lá ver o que tens aí...

Primeiro fez-lhe festinhas com a palma da mão, depois, quando o sentiu suficientemente endurecido, agarrou no cilindro que se destacava mesmo sob o tecido das calças. Estava com um pau descomunal!

Começou logo a respirar mais depressa, e desta vez não era do frio. Ela reparou e continuou as carícias durante mais um bocado, antes de lhe abrir a braguilha e o tirar para fora. Era de bom tamanho e óptima espessura, e com muita falta de uso, mas desse desperdício só ele sabia.

Conto de Natal A Sarilhos 10

Josué tapava os olhos com a mão, envergonhado pelo prazer que sentia. Uma pena, pois não via assim o ar divertido de Mafalda, que parecia uma menina travessa a bater-lhe uma punheta.

Finalmente, também ela baixou as calças e as cuecas, agarrou na mão dele e levou-a “ao tapete”. Mal sentiu o contacto com aquela superfície macia e quente, Josué abriu os olhos de espanto. Nunca tinha visto uma pintelheira de tais dimensões! Era um matagal impenetrável, que lhe chegava quase ao umbigo!

Mais divertida ficou Mafalda ao ver a cara dele.

– Eu disse-te que era uma mulher à antiga...

Conto de Natal A Sarilhos 11

Pôs a mão sobre a mão dele e forçou-a até ele introduzir os dedos entre os lábios da sua racha, gorda e sumarenta. Era de prazer fácil e ficou instantaneamente encharcada!

Deixou-o massajar-lhe bem a cona, enquanto lhe fazia o mesmo ao pau, que parecia cada vez maior e mais duro.

Puxou também a camisola para cima para lhe mostrar as maminhas. Bem, maminhas seria um eufemismo, pois pareciam dois grandes melões maduros e suculentos. Ele foi logo inspecionar o material, que apalpou como se estivesse a ver se estavam no ponto para a colheita...

Conto de Natal A Sarilhos 12

Ao fazê-lo, o caralho cabeceou-lhe na atmosfera como o Jardel entre os centrais... Tão guloso se lhe afigurou que Mafalda teve que o meter na boca.

Mas só o chupou, talvez, uns 30 segundos. Era tão boa a fazê-lo que ele não aguentou e começou a bolsar dentro dela. Quando avisou já era tarde demais...

– Estou-me a… Estou-me a… Ahhhhh!!! Peço descul… Ahhhhh!!!

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Não se lhe acabavam os jactos, que Mafalda ia engolindo como se fossem papas maisena.

Quando ele acabou, ela limpou os beiços e brincou:

– Bem, pelo menos um de nós teve uma refeição quente esta noite. Já tive ceias de Natal piores.

Ele quase se ia rindo.

Conto de Natal A Sarilhos 14

Depois ela puxou-o novamente para si e ficaram aninhados, meio adormecidos, sem se darem sequer ao trabalho de compor as roupas. O frio desaparecera e sentiam apenas os calores da aventura.

Mafalda envolveu-o com as suas pernas e encaixou-o nas ancas largas. Dessa forma, os sexos nus ficavam juntos, conectados no melhor espírito da época. Não demorou muito até que o nabo lhe ficasse outra vez em pé, e ainda bem para ela, que era de muito alimento.

Quando o achou pronto, rebolou para o lado com ele em cima e abriu as pernas fartas, deixando-o escorregar para dentro de si.

Então, ele fodeu-a à missionário e desta vez aguentou muito tempo, dando ao rabinho com paixão  e desenvoltura, como se foder, afinal, fosse uma tradição que cumpria imbuído do melhor espírito.

Conto de Natal A Sarilhos 15

Depois quis variar. Virou-a para lhe ir à cão, como tinha visto em certos vídeos “recreativos”. Entusiasmou-se tanto que até a pôs de pé.

Aguentou talvez uns 20 minutos, findos os quais se voltou a esporrar, desta feita dentro dela.

Como mostrasse certa preocupação nesse momento, Mafalda sossegou-o:

– Não te preocupes, querido, eu tomo a pílula. Podes-me emporcalhar à vontade.

Sentia-se regalada e feliz e, olhando para ele agora, ninguém diria ser adepto do celibato.

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Estavam tão concentrados no seu forrobodó que nem deram pelos sinos a dar as 12 badaladas.

Muito menos podiam calcular que, pouco tempo depois, a menos de cem metros dali, se abriam as portas da capela e de lá saíam os 87 habitantes da aldeia, ali reunidos, como habitualmente, para a missa do galo.

Conto de Natal A Sarilhos 17

Foi uma das poucas crianças que ainda resistiam no lugar quem primeiro viu a luz acesa no palheiro. A multidão acorreu logo a ver o que se passava, antecipando, quiçá, no seu fervor de fé, a repetição do advento que, uma noite, há dois mil anos atrás, reunira José e Maria no pináculo de todas as natalidades.

Ou era isso, ou não era coisa boa, pois que se soubesse as ratazanas ainda não tinham evoluído ao ponto de acenderem candeeiros...

Então, eram eles que desconheciam por completo o que ali se passava. Esquecidos do mundo, os dois amantes saciados já tinham brincado a toda uma gama de jogos sexuais, ele já se tinha vindo outra vez e, sob as instruções dela, ela mesma já tinha atingido o orgasmo.

Conto de Natal A Sarilhos 18

Entretinham-se agora a trocar confidências. Josué confessava que era pouco experiente naquilo dos amores. Já Mafalda dizia que inexperiente não era, mas que havia uma coisa que nunca tinha experimentado e sempre desejara fazer. Perguntou-lhe se ele alinhava e ele não viu razões para rejeitar.

E assim, quando a populaça entrou triunfalmente nos estábulos, estavam os amantes nas palhas deitados, ele ajoelhado, ela de quatro, e Josué com o tarolo já meio enfiado nas nalgas virgens da Mafalda!

Conto de Natal A Sarilhos 19

Enquanto a criançada ria e os homens aplaudiam, uma das beatas mais encarniçadas do lugar persignou-se, escandalizada:

– Vade retro, que é lá isto?! Não é assim que se fazem os meninos!

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.

Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.

Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com

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