20 Abril, 2020 Uma viagem sem retorno - I e II
Remexe-se sobre a minha língua, mas nada de gritos, apenas pequenos gemidos.
Foi um amor platónico que depois virou realidade. Nunca pensei em tê-la. Minha. Durante anos a vi pelas redes sociais. Tentando que ela um dia me respondesse aos meus comentários e, por vezes, mensagens privadas, essas que ficavam dias sem serem abertas. Ela ignorava a minha existência, talvez porque ela não tinha qualquer interesse em mim, contudo um dia...
Chegou, finalmente, o meu dia. A minha resposta!
Aproveitei a sua resposta sem qualquer tipo de hipótese de continuar o nosso discurso, mas mesmo assim escrevi-lhe uma piada. Naquela altura, não sabia o que fazia. Só tentei a minha sorte. E foi naquela terça-feira, em pleno mês de Novembro, que começamos uma pequena amizade.
Aos poucos fui ganhando confiança nela e ela em mim. Sentíamos algo mais do que amizade e a sua escrita não escondia isso.
A meio do mês de Dezembro tentei ser arrojado e convidei-a para um café, mas ela negou-o imediatamente, pois estava cheia de trabalho.
“Desculpa ursinho”
Era a mensagem que ela mais me escrevia.
O ano passou e eu não sabia grande coisa dela, a Sofia foi-se afastando até que a meio do mês de Fevereiro me envia uma mensagem. Reli-a vezes sem conta. Não sabia como reagir. Tinha um sorriso estúpido estampado na minha cara.
Quando saí do trabalho, reuni a coragem suficiente para lhe responder.
“Sofia, claro que sim! Diz-me onde e quando.”
Os minutos tornaram-se horas. A minha coragem parecia que tinha sido em vão.
Só obtive resposta no dia seguinte.
“Vou enviar-te a localização. Hoje, depois das 22 horas.”
Por esta não esperava eu. Fiquei de boca aberta a olhar para o telemóvel, mas o estúpido do sorriso apareceu novamente.
“Não viste já que a gaja não quer nada contigo?”, penso.
E assim fico a pensar o resto do dia.
“Não vai acontecer nada. Só te vai usar”, penso.
Ao bater das dez, lá estava o parvo do Diogo à espera da “sua” deusa.
Passaram trinta minutos e nada. Telefono-lhe. Sem sucesso. Ligo o motor do carro e antes de conseguir arrancar a Sofia acaba de estacionar o carro ao lado do meu.
- Onde vais cara de cu? - pergunta-me com um sorriso.
- Tentei ligar-te … e como já tinha passado algum tempo pensei que já não vinhas.
- Estive a tratar de negócios. Bem, vamos no teu ou no meu?
- Como assim? Eu nem sei onde vamos.
- Anda lá Diogo! Limita-te a responder à minha questão.
- No meu.
- Assim é que é! Foi difícil? Já aí vou.
A Sofia tranca o carro e mete-se dentro do meu e assim que o faz dá-me um beijo ardente. Eu só pensava “tão suave...” Os seus lábios carnudos sobre os meus lábios finos, a sua língua a fazer uma pequena pesquisa “aos cantos da casa”. Deixou-me louco, não estava à espera.
Afasta-se de mim, mas eu continuo com os olhos fechados, sonhando, pairando sobre as nuvens, perdido, até que ela diz:
- Vamos? Não tenho a noite toda.
- Mas … é para ir para a onde? …
- Não te preocupes que o GPS de serviço chegou. - ri-se – Eu vou-te dizendo onde virar.
Aquela viagem foi desequilibrante. Enquanto conduzia conforme as suas indicações ela metia a sua mão entre as minhas pernas para sentir a minha erecção que estava demasiado vincada nas calças.
Ela tinha-me deixado no paraíso com o seu beijo fogoso, mas o seu toque… ela era demasiado sabida.
- Estamos a chegar garotão.
Diz-me em tom de gozo, muito ela gostava de tornar claro a nossa diferença de idades. Ao chegar ao portão ela diz-me:
- Quarto 521.
Uma voz ressalta pelo intercomunicador e eu digo-lhe exatamente como ela mo tinha dito. As portas de seguida abrem-se à frente do meu pequeno Hyundai.
- Segue as placas e depois estacionas na garagem.
- Onde estou mesmo ?
- Querido – diz-me num tom demasiado ternurento – você veio a guiar este tempo todo, tem que estar mais atento. Já imaginou que eu o poderia estar a raptar? Levar-te para bem longe da tua família, daqueles que mais amas e adoras, no teu próprio veiculo?
Começo a recear. O meu corpo estremece, mas no fundo sei que só me quer assustar.
- Tem que estar com mais atenção. - continuou. - Bem vamos experimentar os nossos aposentos.
Saiu do carro, como se soubesse bem os cantos à casa. Movimenta-se com muita determinação e confiança. Ao sair do carro fico por breves momentos imóvel perto dele, um pouco pensativo.
“Onde me vim meter?”, penso.
Ela já caminhou à minha frente sem esperar por mim. Subo umas escadas até dar com uma porta. Ela já está lá dentro, nua, em cima da cama a tocar-se. Entro devagar a escutar atentamente os seus suspiros enquanto se toca. Aquela visão. Aquele mulherão.
Fico a observá-la durante um bom bocado, tanto que ainda vejo esse momento na minha mente, vezes e vezes sem conta nos meus sonhos.
Ao abrir os olhos dá comigo especado a mirá-la, a observar cada movimento do seu corpo.
- Não te queres juntar a mim?
Só me consegui ajoelhar entre as suas pernas e puxá-la para bem perto da minha boca. Abocanhei-a. Sentir o seu sabor com a minha língua e o seu calor com os meus dedos, descobrindo, explorando, conquistando cada centímetro daquele corpo.
Ela agarra-se aos meus cabelos. Remexe-se sobre a minha língua, mas nada de gritos, apenas pequenos gemidos. Até que ela me puxa com brusquidão pelos cabelos e diz-me:
- Já chega de brincadeiras.
Senta-se à berma da cama, faz-me levantar e depois começa a despir-me as calças. Assim que ela expõe o meu pénis e lhe toca pela primeira vez, gemi.
- Ainda nem lhe meti a boca. Tenha calma.
Mordo o lábio e aceno-lhe afirmativamente. Iria ter calma, mas não sei se o meu corpo iria entender isso.
Quando o colocou na boca, a Sofia estava destemida. Colocou todo até bem fundo da sua garganta. Limpou uma pequena lágrima que deixou escapar e continuou. Cravava-me as unhas nas nádegas e depois arranhava-me as costas. Que sensação. Apertava as minhas nádegas e pressionava-me contra a sua boca. Está demasiado extasiado por tudo o que me estava a acontecer, até que lhe agarro nos cabelos, cada vez mais ofegante. A Sofia abre os olhos e fixa o seu olhar no meu. Observa-me até que diz, enquanto continua a estimular o meu pénis e testículos com ambas as mãos:
- Já?
Só conseguia morder o lábio.
Enquanto me estimulava de uma forma cada vez mais sistemática eu não me consigo aguentar mais, o seu toque enlouquece-me.
- Vem-te no meu peito. Anda…
Aperto-lhe ambas as mamas, bem forte. Dá-me uma última chupadela até que me venho sobre o seu peito…
Sinto-me derrotado, mas quero mais.
Após ter um orgasmo efémero e com a Sofia ainda deitada sobre a cama com a minha ejaculação sobre o seu peito, agi sem pensar. Pegue-lhe na mão e fiz com que ela se metesse dentro do chuveiro.
- Que estás a fazer?
- Vamos dar um banho à senhora.
Lança-me um sorriso malicioso e coloca-se debaixo da água que escorre do chuveiro que está embutido no teto.
Dou-me ao bel-prazer de me deixar estar encostado a um canto enquanto observo a água a escorrer-lhe pelo corpo abaixo. O seu corpo deixa-me endoidecido. O meu pénis voltou cheio de vida e eu não me contive. Ataquei-a.
Joguei o seu corpo contra a parede e coloquei-me dentro dela. Agarrei-a pela cintura e tive-a ali, contra a parede. Beijei o seu peito, pescoço até chegar aos seus lábios.
Foi um momento um bocado à filme, mas tinha há tanto tempo esta fantasia que tive que tentar. Não sabia quando teria novamente oportunidade de a ter debaixo de um jacto de água quente, a pedir por mais aos gritos enquanto me agarra nos cabelos.
As forças começam a falhar-me e deixo-a pousar os pés no chão.
- Então? Já acabaste outra vez ? - diz em tom de troça enquanto se ri na minha cara.
Não lhe respondo, limito-me a actuar. Agarro-a pela cintura e faço com que fique agora de cara cravada no azulejo, com a cintura bem empinada na minha direção. Que visão.
Enquanto uma das minhas mãos deambula ao longo do seu corpo a outra colocava o meu pénis dentro dela. Ao senti-lo bem fundo, bem cravado dentro de si deixou escapar um gemido, que eu ainda não tinha ouvido. Seguido desse gemido veio um grito grotesco, ardendo.
“Acho que atingi o spot”, pensei.
Não me contive e acelerei ao ouvi-la gemer daquela maneira. Parecia que estava num filme pornográfico.
“O que é isto? Imaginação? Um sonho? Ou está a gozar comigo?”, pensei.
Cada penetração que eu lhe dava era cada vez mais intensa, profunda e repetida. Ela começa a estimular o clitóris. Que monstra sensação. Não me aguento muito mais e sinto isso.
O meu corpo está demasiado desvairado para pensar em abrandar o andamento.
Atinjo o orgasmo, mas ao mesmo tempo sinto o seu corpo a estremecer e a Sofia só me pedia para não parar. Não consegui parar. Ela comandava o meu corpo. Segui e sem que desse conta, atingi novamento o clímax ao mesmo tempo que a Sofia. Foi um momento arrebatador.
Ficamos parados, a ofegar, encostei a minha testa na dela, enquanto levávamos com a água cada vez mais quente sobre os nossos corpos.
- E esse banho ? - pergunta-me com um pequeno sorriso.
- Já fiz a minha parte. - digo-lhe a rir e saio de dentro do chuveiro.
Deixei-a a tomar banho sozinha, enquanto isso permiti-me a ter o luxo de me colocar em cima da cama e ficar a observá-la. A maldita começou a tocar-se antes de sair do chuveiro. Teve a ousadia de deixar escapar um gemido, estava a meter-se comigo.
- Que está a senhora a fazer?
- Que te parece?
Lança-me um olhar mortífero e deveras assanhado, depois teve a ousadia de se colocar de costas para a cama e ainda sobre o chuveiro se inclinou, mostrando-me o seu rabo. Abanando-o em forma de insolência.
A Sofia estava a deixar-me louco com tudo, desde o seu toque à visão que me proporciona. Aquela mulher é doida, mas sabe muito bem o que quer.
Quando finalmente a Sofia se cansou de se meter comigo veio ter ao meu encontro na cama. Desenrolou-me a toalha, e sem muito trabalho, colocou o meu pénis dentro dela, metendo também as minhas mãos sobre os seus seios e depois sobre as suas ancas.
Ver aquela mulher sobre mim, saltar sobre mim, nunca pensei. Nunca pensei mesmo que este dia chegasse.
As horas foram passando e nós sempre entrelaçados. Na cama ou no chuveiro. Era demasiado para uma pequena alminha como eu, como ela me chamava por vezes.
Quando estávamos na cama, os espelhos que nos rodeavam eram demasiado explícitos para seres ignorados. Por vezes, os nossos olhares cruzavam-se enquanto nos víamos a suar, a gemer, a arrebentar de tanto prazer; enquanto víamos os nossos corpos entrelaçados, vermelhos das dentadas, dos arranhões e das palmadas dadas. Depois no chuveiro relaxados, simples corpos a compartilhar um momento de repouso para conseguir algumas energias para a seguinte batalha.
A Sofia… O corpo da Sofia… A Sofia.
Tenho tanto para me recordar, mas esta noite… Deixou-me tanto para recordar e a suspirar.
Alexa
Uma mulher com imaginação para dar e vender.
Sempre gostei de escrever, mas coisas eróticas... isso gosto mais. Levar um homem à loucura através de palavras e da sua própria imaginação. Como adoro...