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28 outubro, 2019 Addicted...

Habituei-me a vestir o sexo como uma terapia para tudo e ainda hoje o faço...

Tinha 14 anos quando perdi a virgindade e sempre disse que foi das piores decisões que tomei na vida. Quem não conhece, quem não explora, é como quem não sabe. Como dizia o tal heterónimo, Alberto Caeiro, “felizes são os ignorantes”.

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Era muito jovem quando me apaixonei perdidamente por um rapaz, que não tem qualquer relevância ao assunto, mas foi um amor de verão que sinceramente nunca pensei que me acontecesse. O problema não foi a idade nem o contexto nem a forma em que as coisas aconteceram, foi simplesmente por ter percebido o que era sentir prazer.

O prazer pode ser visto como uma coisa boa e na maioria das vezes é, já que o prazer está associado à satisfação, mas nem sempre pode ser visto dessa forma.

Apercebi-me rapidamente que eu própria me levaria para a cama com o sexo oposto, cada vez mais rápido e de forma leviana e inconsciente, mais do que seria de esperar. Ainda pensei que pudessem ser as hormonas ou consequência de uma má decisão da idade, mas não.

Com o passar do tempo a minha lista foi aumentando, e muito poucas foram as vezes em que os chamei de namorados.

Pode parecer um pouco descabido ou sem sentido aquilo que digo, mas a verdade é que habituei-me a vestir o sexo como uma terapia para tudo e ainda hoje o faço. Se estou contente, sinto-me bem e sinto-me mais atrativa e propensa a praticá-lo, se estou triste apetece-me libertar as mágoas e lágrimas não são hipótese para isso, se sinto raiva quero muito mais sexo que em qualquer outra altura, para me ver livre dos sentimentos mais profundos que possa sentir. Normalmente procuro um sexo muito mais bruto, pois sinto que só assim encontro a minha verdadeira libertação e algumas vezes a necessidade de sentir dor para contrapor uma à outra.

Tenho sempre disponível uma lista de contactos activa para assim ter sempre onde recorrer, que é como quem diz “vamos mantendo contacto amigo ;)”. Não é bonito de se dizer, mas que se lixe, é a verdade.

Sou uma gaja que veste calças e que sabe o que tem a fazer para conseguir aquilo que precisa e se por acaso, ninguém estiver disponível, tenho sempre a “mão amiga”. Eu também sou capaz de me servir!

Ao contrário daquilo que a sociedade muito nos tentou fazer acreditar, isto não é só coisa de homem, as mulheres também têm as suas necessidades e muitas, e eu enquanto pessoa, independentemente do género, preciso muito, muito de sexo. Preciso sentir aquela adrenalina e aquele calor subir-me pelo corpo enquanto me toco ou me tocam, preciso de me sentir importante e desejada.

Adoro que me vejam como «a cabra que sodomizas e que te vai levar ao céu». Eu não me importo. Sexo é sexo e tudo é válido, porque não tem malícia, tem prazer. Malícia têm as pessoas e como em tudo na vida, tudo o que não me interessa eu coloco de parte. Até mesmo isso me dá prazer.

Sou boa no que faço, faço-o com prazer e faço tudo o que quiserem, desde que eu queira também, claro! É regra, mas a verdade é que no que trata a sexo sou muito pouco convencional e gosto muito pouco de monotonia. Para ficar parada prefiro tapar-me com uma manta no sofá enquanto vejo uma série e isso é tudo aquilo que eu não quero.

Hoje tenho trinta e dois anos e quando me olho acho estranho ter tanta necessidade de fazer sexo. Tenho uma vida sexual muito activa e protegida, mas sinto que quanto mais tenho mais quero. Por exemplo, mesmo que tenha tido algumas horas de sexo e preliminares, passado pouco tempo estou pronta e sinto muita vontade de mais.

Não necessito de estar acompanhada para sentir essa vontade nascer cá dentro. Sinto algo em mim, desde que acordo até que me deito, que está constantemente a fazer palpitar a minha vagina, a levar pensamentos impuros ao meu consciente e a fazer-me elevar a minha temperatura. Até mesmo que seja na hora de trabalho, por vezes, tenho que me contorcer um pouco de forma discreta sem que nenhum colega ou uma câmara de vigilância se aperceba e me apanhe naquele jeito ansioso.

Nas horas vagas, por exemplo, em que a afluência no trabalho diminui, ponho-me a imaginar cenários de sexo com alguns colegas ou chefões que ali passam e que eu sei que até me acham alguma piada. Deixo-me hipnotizar por essas ideias e permito-me ficar naquele ponto de caramelo, e tento perceber se existe alguém da minha lista disponível naquele dia. Adoro fazê-lo. Deixo muitas vezes que sejam esses pensamentos que conduzam a minha prestação com aquela pessoa, mesmo que eu olhe e imagine uma outra coisa ou um outro alguém. É o meu sexo, a minha satisfação e as minhas fantasias.

Não me julguem egoísta, não sou, de todo. Estou apenas a explorar-me, pois sou a única pessoa a quem me permito saber tanto ou mais que eu mesma.

Faço-o sozinha também, existe lugar para tudo e todos, até mesmo para mim comigo. Gosto de me tocar e de sentir a forma como os meus músculos se apertam, se contraem e relaxam, a rapidez com que fico molhada com o que me vai passando pela cabeça, ao mesmo tempo, que os meus líquidos me escorrem pela vagina e quando penso em tudo o que faria com aquilo! Hmmm! Tudo isso me dá igualmente prazer.

De qualquer forma, não deixa de ser uma condicionante na minha vida. Até nas relações, ainda que eu não queira admiti-lo, é normal que se vá perdendo um pouco daquele entusiasmo sexual inicial, o que para mim se torna um problema.

Não posso chegar perto da pessoa e dizer “É bom que se isto der em namoro nunca percas a vontade de ter sexo como costume, porque por mais que eu goste de ti e até queira estar contigo, eu vou sentir necessidade de olhar para os lados e quem sabe não resistir, pois é mais forte do que eu!”.

E não vamos ser ingénuos!
Não vamos dizer que quem ama não magoa. O amor torna-nos, por vezes, um pouco incapazes de raciocinar com alguma clareza, mas ainda assim somos humanos mortais capazes de errar. Temos mais que capacidades para isso e além do mais não podemos comparar amor e sexo nem tão pouco afirmar, com certezas absolutas, que não vivem de mãos dadas. As duas situações podem acontecer ao mesmo tempo na nossa vida ainda que com duas personagens diferentes além de nós. É uma merda, eu sei, mas é verdade.

Não vou pensar que tenho algum problema. De facto, desde que descobri o sexo que fiquei demasiado rendida e adita ao prazer e a todas as sensações que ele nos faz sentir. Talvez o meu maior “senão” tenha sido atribuir ao sexo a sensação de alívio de emoções, sejam essas boas ou más. Uma espécie, talvez, de refúgio.
A verdade é que o primeiro pensamento ou pedido de ajuda se chama “sexo”.

Alexa

Alexa

Uma mulher com imaginação para dar e vender.
Sempre gostei de escrever, mas coisas eróticas... isso gosto mais. Levar um homem à loucura através de palavras e da sua própria imaginação. Como adoro...

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