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24 April, 2015 O "Animal" de Garek é outra coisa com a fogosa Miss Fame

Quando uma "drag queen" se junta a um gay arrojado, dá nisto...

O videoclip de "My Animal", música do prodígio pop-rock Garek, conta com a participação especial da "drag queen" Miss Fame. E esta ruiva fogosa incendeia verdadeiramente as imagens, sendo o acompanhamento perfeito para o pop-rock viciante deste prodígio da música andrógino e gay assumido.

A música pop de Garek é viciante, goste-se ou não dela, com uma batida que nos faz lembrar os anos de 1980 e as bolas espelhadas das discotecas.

Este rapaz, que é visto como uma revelação no domínio da indústria musical, apresenta influências de figuras como Lady Gaga, Adam Lambert e Marilyn Manson. O seu som tem ainda toques de Nine Inch Nails e de Garbage e uma estranha inspiração burlesca. Tudo isto com umas pitadas da pop mais comercial e com um ritmo que entra no ouvido sem se querer.

Garek consegue ser duro e suave ao mesmo tempo e no videoclip de "My Animal" conta com a poderosa ajuda de Miss Fame para criar um ambiente incendiário. A "drag queen", que é conhecida por participar no concurso de Drag Queens promovido por RuPaul nos EUA, tem também uma suavidade feminina acompanhada de traços de agressividade que lhe dão um "sex appeal" único.

Desta forma, está garantido o cenário da confusão de géneros, de sexos, de sexualidades. Porque, no fim de contas, "My Animal" é sobre o que cada um tem dentro de si e sobre todos os desejos que se podem soltar a qualquer momento.

No seu álbum "Take the King", do qual faz parte "My Animal", Garek apresenta algumas músicas que são também de protesto contra a homofobia, ao melhor estilo da fúria "queer".

Nascido Garrett Kotecki numa pequena cidade do Wisconsin, o cantor, que também é bailarino de espectáculos burlescos, assume que é adepto da música industrial. "Há esta escuridão nela, mas que não precisa de ser tão séria como no death metal. Pode ter um certo sarcasmo também, o que gosto muito", diz numa entrevista à revista Vice.

Leia algumas das declarações sentidas de Garek na conversa com essa publicação...

"Eu não fui um miúdo torturado. Tive uma educação bastante decente, à parte o facto de ser um puto que gostava de arte e de música, enquanto todos os outros gostavam de tractores. Mas, lembro-me de estar no palco pela primeira vez [numa banda de rock na escola] e de deixar completamente o meu corpo. Não sei como o descrever. Foi a primeira vez em que me senti mesmo perto de Deus. Por isso, tenho perseguido isso desde então."

"Sinto que o rock and roll sempre foi um lugar fodido para os homos. Os livros estão cheios de um bando de bichas que fizeram música rock and roll espantosa. Quem quer que diga ‘As bichas não fazem rock’ ou que ‘o rock and roll é para heteros que adoram pussys e beber cervejas’, está a perder completamente a perspectiva. O rock and roll é a revolta contra esse tipo de estrutura, esse tipo de regras."

Gina Maria

Gina Maria

Jornalista de formação e escritora por paixão, escreve sobre sexualidade, Trabalho Sexual e questões ligadas à realidade de profissionais do sexo.

"Uma pessoa só tem o direito de olhar outra de cima para baixo para a ajudar a levantar-se." [versão de citação de Gabriel García Márquez]

+ ginamariaxxx@gmail.com (vendas e propostas sexuais dispensam-se, por favor! Opiniões, críticas construtivas e sugestões são sempre bem-vindas) 

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