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05 January, 2023 Um Dia de Reis Especial

Dia de Reis capa

O Rei no seu castelo tinha frio
Tremia imenso e andava num afã
O Inverno punha-o de mau feitio
Passava os dias enregelado no divã

Dia de Reis 1

Com isto desprezava os seus assuntos
E ninguém governava no seu reino
Homens e mulheres ficaram brutos
E os soldados deixaram de ir aos treinos

Dia de Reis 2 

Sua Alteza não sabia o que fazer
E convocou uma reunião do seu clã
Que lhe sugeriu com duvidoso saber
Que recorresse aos serviços da cortesã

Dia de Reis 3

O Rei aceitou sem muita luta
Mas com séria desconfiança nos trabalhos
Sempre o envergonhara ir às putas
Nem sequer lhe entesavam o caralho

Dia de Reis 4

Também não o consolava a Rainha
Que era frígida e gelada como a morte
Mas um dia viu-lhe as aias fresquinhas
E por decreto fez delas suas consortes

Dia de Reis 5

Chegou-se assim ao Dia de Reis
E Sua Majestade tremeu mas foi de gozo
Alinhou à sua frente trinta e seis
Donzelas que fodeu muito fogoso!

Dia de Reis 6

Com tantas fodas, broches e felátios
O Rei sentiu um fogo florescente
E foi assim que os serões no palácio
Se transformaram numa orgia incandescente

Dia de Reis 7

O Rei no seu castelo agora é quente
Passou-lhe o frio e vive dos favores
Das plebeias que lhe oferecem de presente
Os buraquinhos que lhe acendem os calores.

Dia de Reis 8

 Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.

Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.

Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com

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