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08 August, 2019 O copo de água

Esta história é um atestado da importância que um copo de água teve na minha vida...

Antes que se ponham a imaginar coisas, esta história não tem nada a ver com recepções de casamento que acabam em orgias monumentais entre mulheres de vestidos mal paridos e homens de sapatinho envernizado. Não é que tenha alguma coisa contra o casamento, mas prefiro o divórcio…

O copo de água

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Não, esta história é um simples atestado da importância que um copo de água teve na minha vida.

Eu gosto de um bom drama como qualquer português, tenho uma costela italiana como todos nós e uma vez até quase vi o Paciente Inglês. Qualquer dessas coisas nos dá grande experiência para enfrentar situações intensas. Mas nada nos prepara para o momento em que a nossa discussão da semana se transforma num episódio de uma novela mexicana e a nossa cara-metade nos espeta com um copo de água nas ventas!

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Há os que vêem sempre o copo meio cheio e os outros que o vêem meio vazio. Eu era dos primeiros, até esse dia fatídico…

Sinceramente, não sei quem teve primeiro esta ideia de “grande gesto”, ou como entretanto se tornou um recurso estilístico na discussão moderna. Só sei que, quando a minha mulher descobriu dessa forma o caminho marítimo para as minhas fuças, fiquei com uma vontade doida de esmurrar uma batata a murro! Porque, em matéria de enxovalhar a dignidade de um homem, nada se compara aos efeitos de um vasilhame bem aviado nas trombas do parceiro!

Não por acaso o cinema o vem replicando década após década… É “o” gesto dramático por excelência! A forma como nos apaga a raiva através de uma dose líquida de estupefacção, e nos faz aumentar imediatamente os níveis de ressentimento, deixando muda qualquer hipótese de resposta inteligente, não encontra paralelo em nenhuma outra ferramenta da briga conjugal.

Creio que a Convenção de Genebra nunca se debruçou sobre este acepipe da querela doméstica, se o tivesse feito tê-lo-ia catalogado certamente na secção de armas de destruição maciça. A bomba de neutrões da peixeirada! O joker que determina o fim das hostilidades…

A questão é que, quem primeiramente usa este recurso numa briga, garante imediatamente, não só o fim da mesma, como a sua vitória esmagadora e inquestionável. Porquê? Porque não tem resposta possível!

A primeira tentação que se tem quando se leva com um copázio de H2O nas trombas é pagar na mesma moeda. Erro clássico! Quem cai nessa, na verdade cai é no ridículo. Primeiro, porque a não ser que outro copo de água esteja circunstancialmente ao alcance da mão, torna-se necessário ir a uma torneira enchê-lo. Ora o mais importante no drama, toda a gente sabe, é o timing, e nesse caso o momento “já passou”. É uma situação só comparável, mas pior, a não conseguir abrir a embalagem do preservativo na hora H…

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Segundo, o que parece uma resposta proporcional é na realidade a assunção pública de uma confrangedora falta de originalidade. Qualquer discussão é uma troca de argumentos e o seu mérito mede-se pela qualidade dos argumentos que cada um consegue arranjar. Ora, repetir um argumento do adversário é o equivalente adulto do “Tu és parvo! Não, tu é que és!” É argumentar em segunda mão! Se o copo estivesse cheio de água das pedras, era como se o efeito do gás já tivesse passado.

Responder a um copo de água com um copo de água é, no fundo, vestir a farpela do macaquinho de imitação. E essa é a única coisa pior que ser a vítima de tal afronta. Fazê-lo em primeiro lugar é o acto decisivo de um conquistador. É a última palavra do pacote, a derradeira chapada de luva tépida... Repeti-lo é só estúpido e, de certa forma, acaba a validar a ideia de que quem levou com ele estava mesmo a pedi-las. O teorema será mais ou menos este: quem responde a um copo de água nas ventas com um copo de água nas ventas, só merece é levar com um copo de água nas ventas!

Portanto, quando naquele dia a minha esposa amotinou a nossa bela discussão com aquele brinde unilateral, fiz o que qualquer papalvo faz quando tal acontece: não fiz nada e fiquei sem saber o que fazer.

E é por estas e por outras que às vezes me sinto tocado pelo divino e acredito que, algures no espaço sideral, há uma presença superior que conspira em meu benefício, e que na ordem aleatória de tudo há um plano desenhado para mim! Porque, depois de uns segundos dessa natural hesitação, descobri a melhor resposta se sempre ao acto bélico do copo de água: enfiar-lhe dois dedos na cona!!

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É preciso explicar que a frequência dos nossos recontros domésticos ia aumentando na proporção inversa dos nossos encontros sexuais. Há muito que nos deixáramos de jogos de cama e longe iam os tempos em que me enfiava a picha no fraco de Nutella para ma chupar até à haste...

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É assim o casamento, trocam-se as fodas pelas brigas e nada é tão doce como já foi... Por isso, esse instante foi, como disse no início, tão importante e simbólico na nossa relação. Ainda hoje não sei porque cargas de água me lembrei daquilo. Recordo-me que queria apagar-lhe o sorrisinho da vitória dos dentes e provavelmente não me ocorreu nada melhor…

Cinco segundos depois de lhe mergulhar os dígitos na rata ela estava tão molhada como eu depois de me ter despejado 33 centilitros de raiva em cima. Depois de meses de sequeiro, o copo de água tinha despoletado uma reacção diluviana em ambos. Eu babava-me pelos cantos da boca e a minha mulher salivava da cona de tal maneira que lhe sentia a pintelheira ensopada.

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Parecia uma praia fluvial e eu era o banhista feliz que me afogava no seu leito!

Depois de nos beijarmos com sofreguidão, de lhe apalpar as mamas e o cu e de lhe sentir a mão a apertar-me os tomates, abri a portinhola e deixei descair as calças, libertando a fera esfomeada na direcção da presa.

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Pronto para selar o negócio, comecei a tirar-lhe as cuecas, mas ela não deixou:

– Não tires, faz assim...

E puxou-me para ela, orientando-me o caralho de forma a deixá-lo esgueirar-se por uma frestazinha entre o elástico e a sua cona quente e escorregadia.

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– Foda-se, já me tinha esquecido como a tua rata é fofa!

– Eu sou toda fofa…!

– Pois és – concordei, agarrando-a pelas nalgas como se estivesse a escolher melancias.

Fodemos assim, de pé, com as cuecas metidas e os elásticos a rasgarem-lhe o clitóris e o rego. A minha mulher gritava como se fosse uma hiena naquele dia do ano.

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Ambos tínhamos a tesão acumulada de meses e ela não tardou a vir-se...

– Viste isto? …Deitei água?! – perguntou-me surpreendida.

Vi e nunca tinha visto! Quando o orgasmo a atingiu, bolsou uma grande quantidade de líquido transparente de dentro da cona. Às vezes, quando a masturbava, levava-a a squirts monumentais. Mas não era o caso agora, porque saiu tudo junto. Era mais como uma boca de incêndio a ejacular uma só vez. Fosse como fosse, o abundante repuxo escorreu pelas pernas de ambos até fazer uma poça no chão.

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Depois de tal libertação, ela ficou a tremer da cabeça aos pés por um minuto, numa espécie de delirium tremens sexual e completamente animal. E era só a primeira gota do oceano…

– Não te vieste, pois não?

– Não, mas não sei como…

Dito isto, virou-se de costas para mim, inclinou-se ligeiramente para a frente e afastou as cuecas na zona do olho do cu.

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– Mete-o aqui!

– Tens a certeza?! – inquiri, incrédulo com a solicitação. Tantas vezes tinha tentado que me deixasse enrabá-la e nunca obtivera permissão.

– Mete-o antes que mude de ideias!

E, pela primeira vez em toda a nossa vida de casados, enfiei-lhe a narça no rabo!

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Bendito copo de água, pensei!

Ela encostou a cara à parede, de boca entreaberta e os olhos revirados, e oferecia-se-me toda, a mexer o cu como se fosse uma centrifugadora. Eu agarrava-a bem pelas ancas e bombava com movimentos bruscos, sem me despegar muito, ainda assim ela não tivesse a tentação de se safar.

As mamas saltavam-lhe no peito e respirava ofegantemente. Volta e meia dava-lhe pequenos beliscões nos mamilos. Devo ter feito alguma coisa bem, pois começou outra vez a escorrer pelas pernas abaixo e a gemer em espasmos líricos que eram música para os meus ouvidos.

Não aguentei mais e, num impulso que me surgiu sem pensar, virei-a para mim, obriguei-a a agachar-se e exigi, com voz de comando:

– Abre a boca!

Também era a primeira vez que fazíamos aquilo… Comecei a vir-me para dentro da boca dela, acertando metade no sítio certo e a outra metade nos dentes, nos lábios e no nariz!

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Ela tossiu, mas não parecia escandalizada, como eu temia. Fiquei tão emocionado com aquela reacção que não resisti a beijá-la assim mesmo, com a boca cheia da minha esporra…

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Quando nos levantámos, sentia um amor tão grande por ela como nos primeiros tempos de namoro. Naquele momento era capaz de tudo para a agradar!

– Estás bem? Precisas de alguma coisa?

– Não, estou bem. Aliás, estou óptima! Só se for… – pigarreou, como se tivesse alguma coisa a irritar-lhe a garganta. E tinha – uma dose industrial da minha nhanha.

Burro como sou, confundi o seu gesto com timidez:

– Diz à vontade. Faço tudo o que quiseres!

Ela riu-se da minha figura de parvo...

– Ai é? Então vai-me buscar um copo de água. 

 

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.

Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.

Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com

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