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25 October, 2018 O exorcismo

Aventuras e desventuras de uma noviça com o Diabo no corpo...

Há cerca de um ano o nosso Convento recebeu a visita de uma senhora muito distinta, cuja graça, por razões de óbvia discrição, prefiro manter anónima. Basta dizer que se tratava de uma das mais ilustres damas da sociedade, descendente das melhores famílias, com propriedades em Lisboa e no Cacém.

O exorcismo

A Senhora X, como lhe irei chamar, tinha à volta de 30 anos e chegou num automóvel preto, de vidros opacos, conduzido por um jovem de tez negra e uniforme escuro que lhe servia de motorista.

Depois de um terço na capela e um chá no gabinete da Madre Superiora, fui chamada à presença de ambas.

– Carla, quero que mostres à Senhora X como vivem as Irmãs de Santa Madalena. Cuida bem dela, pois tem sido muito generosa connosco.

Com uma evidente nota de orgulho, acrescentou:

– A Carla ainda é noviça mas daqui a um mês já vai receber o anel… A próxima vez que a vir já será a Irmã Carla.

Eu acabara de completar 18 anos e a Madre depositava grandes esperanças em mim. Grata pela sua confiança, mas também porque tão ilustre visitante me suscitava curiosidade, foi de bom grado que aceitei a missão.

Não obstante ser bastante extenso, o nosso Convento é caracterizado por uma grande modéstia, condizendo com a vida recatada das freiras, sem requintes ou comodidades. Muitos poderão chamar-lhe uma vida austera. Na realidade, tal sobriedade é procurada e até apreciada pelas irmãs que ali buscam refúgio e paz no coração. Onde nada nos distrai e nada nos conforta, mais tangível é a presença de Deus.

Recordo que era um dia de muito calor, o que associado à falta de motivos de interesse acabou por abreviar o tempo da visita. A Senhora X pediu para descansar e refrescar-se um pouco, pelo que a conduzi ao Pavilhão das Almas, um cercado de buxo imerso no coração do pomar que, pelo isolamento que proporciona, é muito procurado pelas freiras para as suas orações. Aí, a salvo de outros olhares e para meu único benefício, consentiu em mostrar uma faceta menos formal.

Sem a pose ensaiada de senhora da sociedade, a Senhora X revelou-se uma mulher franca, moderna e extrovertida. Desapertou alguns botões da chemise e, apesar de eu pouco perceber de tais assuntos, sentiu-se à vontade para me falar sobre coisas íntimas, como as suas relações familiares, extrafamiliares, as virtudes da maternidade, o frenesi das festas nocturnas, etc. Depois, como se enfim se permitisse desfrutar dos frugais encantos do lugar, disse com sinceridade:

– Acho muito romântica a forma como vivem.
– Romântica?
– Sim. Deixar tudo para trás e entregar-se assim, de corpo e alma… Não seria capaz de fazer isso por nada nem ninguém. Se nem sequer consigo ser fiel ao meu marido…

Ficou momentaneamente contemplativa, mas logo continuou:

– Toda esta paz… Acho que nunca estive num sítio onde sentisse tanta tranquilidade.
– Sim, a maior parte do tempo é tranquilo – respondi. – A não ser…
– A não ser…?

A minha confidente pareceu animar-se:

– Então, não me diga que fazem por cá umas festarolas?! É isso? Vi ali atrás um jardim, não me diga que têm um jardineiro? Não? Os seus olhos denunciam o que a sua boca não revela, minha querida... Vá, conte-me tudo! Não imagina como estou farta dos mexericos da cidade, anseio por algo fresco! Prometo que não digo a ninguém… Imagine que sou o seu padre e estou obrigada pelo segredo da confissão!

Confesso que tinha dificuldade em compreender o sentido de muitas das palavras e referências usadas pela Senhora X. Por exemplo, o que tinha um jardineiro a ver com o que quer que fosse?!

Como já referi, eu era bastante nova na altura e não tinha mais que inocência em relação a assuntos mundanos. Ainda assim, e apesar de pertencemos a universos tão diferentes, senti uma familiaridade imediata e abertura suficiente para lhe contar a minha história.
Uma história que poucas conheciam no Convento…

– A não ser… – completei então – …quando certas entidades ocultas decidem forçar a sua entrada e impor a sua presença. Sabe que isto de estarmos aqui tão isoladas, entregues apenas a Deus e a nós próprias, também nos pode deixar muito expostas. E as forças do mal estão sempre à espreita…

Vi pela expressão dela que era a sua vez de não compreender as minhas palavras. Não resistindo a acrescentar um pouco de drama, continuei:

– Se me visse há dois meses atrás ia achar-me irreconhecível.
– Mas porquê?
– Porque estava possuída pelo Diabo…

Contei-lhe tudo. Como acordava todas as noites com suores frios e o peito quente, um formigueiro de labaredas a subir-me desde o baixo-ventre. Como deixei de me alimentar, ao ponto de deixar de ter energia para as tarefas mais básicas. Como desenvolvi um distúrbio que me levava a procurar todo e qualquer legume de forma fálica, pepinos, curgetes, cenouras, e os esfregava pelo corpo e chupava até descarnar.

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Como, ao apreenderem-me tais instrumentos, passei a chupar os dedos e a massajar a pele com as próprias mãos, na tentativa de me libertar do fogo que me queimava. Como descuidei a higiene por estar viciada no cheiro intenso dos fluídos do meu próprio corpo, dos sovacos e principalmente das bocas proibidas dentro das culotes. Como deixei de dormir e a realidade se me passou a assemelhar a um sonho de sombras e imagens difusas de paus afiados, totens e grandes mastros de navios. Como passava os dias desvalida e desvairada, com olheiras profundas, a tresandar e a arrastar-me pelos cantos emitindo suspiros nunca ouvidos neste mundo, gemidos de animal ferido... Como, ao darem comigo num derradeiro estado de degradação e abandono, me despiram à força e me esfregaram a pele com sal e pedra-pomes, me algemaram as mãos nas costas e, assim dominada, me deram a beber por um funil litros de hidromel para que pudesse restaurar as forças… 

Finalmente, contei-lhe como encontrei a salvação às mãos do Padre Eurico, enviado pelo próprio Cristo para me resgatar das garras viciosas do demónio.

– Um exorcismo?!
– Sim.
– Não sabia que ainda se fazia tal coisa…
– O Padre Eurico é um dos dois padres habilitados pelo Vaticano a praticar exorcismos. Graças a Deus pôde vir acudir-me.
– E como foi?
– Muito difícil. Muito doloroso... Mas, no final, a sensação de alívio mais maravilhosa que alguma vez experienciei.
– Como assim?
– Estou em crer que, pela primeira vez na minha vida, senti na pele o toque de Deus…

A Senhora X era um espírito curioso, como o são as criaturas verdadeiramente sábias. Ao contrário do que se pode pensar, sábio não é o que tudo sabe mas o que está aberto a tudo aprender. Por isso, e pela amizade tão imediata que me votara, acedi a relatar-lhe todos os pormenores do meu exorcismo

Por sugestão sua, fechei os olhos e comecei a descrever-lhe os eventos. Foi como se estivesse a viver tudo de novo, pela primeira vez…

– Bom dia, Carla. Eu sou o Padre Eurico e estou aqui para a ajudar. Pode dizer-me como se está a sentir neste momento?

Achei a pergunta muito impertinente, na medida em que me encontrava numa posição bastante precária, com os olhos vendados e as mãos amarradas atrás das costas. Como se isso não bastasse, estava sentada numa superfície dura e desagradável. Decidi não inquirir sobre a razão de tais preparos, assumindo que em breve me seria dada uma explicação para eles. Assim, respondi apenas:

– Sinto frio…
– É natural. Estamos nas catacumbas do Convento e está sentada num banco de pedra. O frio é absolutamente necessário para os procedimentos que em breve iniciaremos.

Tinha uma voz forte mas serena. A voz de uma pessoa decidida, pensei. Mas não consegui discernir se me inspirava confiança ou temor…

– Porque tenho os olhos vendados?
– Já lá iremos. Para já, diga-me, tem consciência do que se passa consigo?
– Consciência? Acho que sim… Mas desconheço a razão.
– Eu digo-lhe: a Carla está possuída pelo demónio.
– Possuída?!
– Todos os sintomas o confirmam… Tenha calma. Vou pedir-lhe que se concentre e me responda a uma questão: se tivesse que apontar o centro do seu problema, uma zona específica do seu corpo de onde lhe parece vir a raiz deste mal, qual seria? Pode falar à vontade, só estamos aqui nós… e Deus.
– Tenho vergonha de falar à frente de Deus…
– Foi ele que nos criou, ele conhece-nos por inteiro... Não precisa de ter vergonha.
– Com as mãos amarradas não consigo apontar.
– Diga-me por palavras.

Hesitei ainda por um instante, até finalmente ganhar coragem para lhe responder:

– Em baixo… Entre as pernas.
– Já calculava… Bem, vou explicar-lhe alguns pormenores necessários para a preparar. A primeira coisa que precisa de saber é que o Diabo é traiçoeiro e mais forte do que nós. Porque enquanto nós estamos manietados pelas leis de Deus, ele não obedece a quaisquer regras. Por isso, temos que ser muito corajosos. Espera-nos uma missão árdua e espinhosa… Numa palavra, um exorcismo.
Um exorcismo?!
– Sim, mas confie em mim. O procedimento é mais simples do que parece: ele alojou-se dentro de si, está a consumir o seu corpo e a minar a sua alma, portanto o nosso trabalho é expulsá-lo, seja de que modo for. Com muita fé e oração, mas com recursos mais viris se for necessário. Em se tratando do demónio, às vezes não há outro remédio senão rebaixarmo-nos ao seu nível para sermos bem-sucedidos...

Fez um momento de silêncio, talvez para me deixar apreender as suas palavras, e continuou:

– Agora que já sabe o que irá enfrentar, peço-lhe que se levante e me deixe examiná-la.

Eu estava vestida apenas com a minha túnica, como era habitual, e senti o Padre Eurico começar a levantar-ma por baixo. Um arrepio de frio percorreu-me as pernas, depois o ventre, e depois o resto do corpo, à medida que erguia o fino tecido que me cobria até me libertar dele por completo. Desconhecia o propósito de tamanha indiscrição e preparava-me para protestar quando, infâmia das infâmias, senti que as suas mãos me baixavam as culotes!

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Não tive tempo de reagir, pois aconteceu tudo muito depressa. Num ápice, fiquei completamente nua

O meu primeiro impulso foi cobrir-me com as mãos, o que apenas serviu para me recordar que as tinha amarradas atrás das costas. Estava, pois, indefesa e sentia uma grande vergonha por estar assim exposta diante de um homem. Um homem de Deus mas, ainda assim, um homem... Mais que gelada, sentia-me petrificada.

Mas o pior, o mais indecoroso e ultrajante dos gestos, viria depois, quando sem sequer pedir permissão me tocou com os dedos de ambas as mãos, não dentro mas em redor da minha boca proibida!

Não sei descrever o que senti... Todo o meu corpo começou a tremer como se um abalo sísmico se apoderasse das minhas entranhas, e as minhas partes baixas, até aí intocadas, entraram numa convulsão incontrolável.

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Mais tarde o Padre Eurico haveria de instruir-me sobre o nome dessa e das outras partes secretas do corpo das mulheres, que eu desconhecia por completo. Disse-me, por exemplo, que a nossa boca de baixo, que tínhamos rígidas instruções para nunca explorar ou sequer nomear no Convento, se chama cona. Explicou-me que, como era uma zona proibida, o Diabo tinha o costume de esconder-se nela, pois sentia-se aí a salvo. 

Infelizmente, confirmei por mim própria que era de facto assim. Ao mero contacto de um dedo, o Diabo estremeceu de tal maneira lá dentro que, em absoluto delírio, soltei imediatamente um gemido brutal, como se tivesse algo preso dentro de mim que precisasse urgentemente de expulsar…

– Cá está ele! Reconheceria em qualquer lado o bramido de Belzebu!

O Padre Eurico estava de pé ao meu lado e, como eu não parasse de gritar e me contorcer, fez-me sentar de novo no banco de pedra e abraçou-me de forma a ficar com a cara encostada ao seu peito. Assim imobilizada, começou a esfregar-me a cona toda com a mão que tinha livre, tentando desse modo expelir o invasor. Eu gemia sem parar e o meu instinto levava-me a fechar as pernas, que o Padre Eurico me forçava a abrir com aspereza. Por cima dos meus gemidos ouvia os seus gritos imperativos, dirigidos ao meu ocupante:

– Vade retro, Satanás! Ordeno-te que deixes imediatamente o corpo desta rapariga e voltes para onde pertences: as profundezas do Inferno! Avé Maria cheia de graça o senhor é convosco…

Alternava cada ordem com uma oração, sem parar de me esfregar ritmadamente toda aquela área sensível. Tinha imprimido mais força aos seus movimentos e eu sentia uma dor intensa mesclada com uma sensação de alívio celestial, como se as exigências do meu salvador estivessem prestes a ser obedecidas.

Era tudo tão intenso e perturbador que, quando introduziu dois dedos na minha cona, para tentar agarrar o demónio pelos chifres, não consegui suportar mais e desfaleci…

Nesta altura do meu relato reparei que a Senhora X estava, também ela, bastante perturbada, o que não era de estranhar, pois tratava-se sem dúvida de um espírito delicado. Vendo-a nervosa e encalorada, ofereci-me para lhe ir buscar um copo de água, mas disse-me que em vez disso ficaria mais descansada se tivesse junto a si o seu motorista, Jeremias, para o caso de se sentir mal. Fui a correr buscá-lo e isso bastou para que ficasse com melhores cores. Assim restabelecida, implorou-me que continuasse a minha história, o que eu fiz...

Quando voltei a mim vi-me numa posição constrangedora. Encontrava-me de joelhos, em cima duma prancha improvisada que não me inspirava nenhuma segurança, e o Padre Eurico tinha-me colocado uma bola dentro da boca, segundo disse, para assim “amordaçar os impropérios do demónio”. Já não tinha a venda nos olhos, mas não só continuava com as mãos amarradas como as tinha agora ligadas por cordas às pernas e aos braços. Quase não podia mexer-me… 

Voltei a sentir frio, pois continuava nua, com o rabo e as outras partes completamente expostas. 

– Tirei-lhe a venda dos olhos porque, nesta posição, o peçonhento não me pode ver. Quando o Diabo possui um corpo, ele encarna todas as possibilidades desse corpo. Isso quer dizer que fala pela sua boca, cheira pelo seu nariz, caga pelo seu cu e vê pelos seus olhos. E se ele nos vê, pode antecipar o que lhe vamos fazer e preparar-se de antemão. É fundamental salvaguardar o efeito surpresa… Por outro lado, a forma como encarna na pessoa é também o seu ponto fraco, pois fica refém de tudo o que o corpo sente. Quando a pele sente dor, também ele a sente. E é por aqui que o vamos atacar…

Não me deu sequer um aviso. Mal acabou de dizer aquelas palavras senti uma dor lancinante e a carne rasgada nas duas nádegas. Estava a vergastar-me com um chicote.

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Gritei desalmadamente! Quis dizer-lhe para parar, mas com a bola na boca não conseguia articular as palavras… 

– Estás a ouvi-lo, puta? É o grito do covarde, o uivo do Diabo!

E deu-me mais uma vergastada… O seu tom de voz indiciava que estava, também ele, endiabrado. Aquela palavra, puta, era desconhecida para mim, mas a forma como a dizia não deixava dúvidas de que se tratava de um qualquer insulto. Obviamente, não era dirigido a mim mas à presença diabólica que me possuía. Suponho que tal linguajar seja necessário quando se combate um inimigo tão matreiro e poderoso.

– Toma, sacripantas!

E deu-me mais outra e ainda outra, até perfazer um total de treze chibatadas no meu rabo, enquanto ia gritando as suas ordens alternadas com orações:

– Vade retro, Satanás… Avé Maria…

Parecia mais possuído do que eu, de tal forma agia como um desequilibrado. Falhou mesmo, por duas vezes, as minhas nádegas, acertando-me em cheio na rachinha da cona. O impacto dessa dor, de tão aguda, fez-me de novo perder os sentidos.

Acordei de pé, suspensa pelos braços por correntes que vinham do tecto da catacumba.

– Por hoje chega, minha filha. Portou-se muito bem. Graças à sua coragem, demos ao Diabo uma lição que ele não esquecerá!

Junto a mim, o Padre Eurico acariciava e beijava com ternura ofegante o meu corpo nu, nas zonas feridas. Ainda que já tivesse a boca desimpedida, pois tinha-me tirado a bola da boca, eu era incapaz de dizer o que quer que fosse. Sentia as partes rasgadas e o espírito confuso, e o meu salvador devia estar também ele muito alterado, pois de repente começara a beijar-me e mordiscar onde eu não estava magoada, nas mamas, nos mamilos e debaixo dos braços. Apesar do pudor que sentia, tais carícias não me foram desagradáveis.

– Vou deixá-la descansar e amanhã retomamos os trabalhos. Peço-lhe desculpa por a deixar assim, ao frio, mas lembre-se do que falámos antes: a sua dor é a dor do Diabo, o gelo contra o fogo dos infernos. Através do sacrifício, havemos de despejar o inquilino maldito…

E dito isto, retirou-se.

A Senhora X, evidentemente perturbada, precisou a dada altura de pedir a Jeremias que a abraçasse.

– Com mais força, querido, põe essa mão no meu peito… A história desta pobre menina está a deixa-me com calafrios… Deveras que me sinto como se fosse eu própria que estivesse naquela masmorra! Encosta mais a tua boca ao meu pescoço, querido, aquece-me a alma com o teu sopro. Põe a outra mão no meu colo… Mais para dentro… Mas não pare agora, prossiga, minha filha!

Não sei quantas horas tinham passado, mas a manhã ainda vinha longe. Mais uma vez sem qualquer anúncio, senti a carne das nádegas a rasgar.

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O meu salvador, que mais se assemelhava ao meu carrasco, tinha substituído o chicote por uma vara e deu-me umas quantas chibatadas por trás antes de passar para a frente. Primeiro nas mamas, depois nas pernas e por fim bem no centro da cona. Não sei quantas vezes… Muitas.

– Por esta não esperavas, canalha! – gritou o Padre Eurico. – Apanhei-te de surpresa! Toma, toma, toma!

Ele parecia cada vez mais endoidecido. Eu gritava de dor.

– Não queres sair? Manifesta-te, criatura das trevas! Sai deste corpo virginal!

Parou de me bater e, sem nenhuma delicadeza, usando em simultâneo as duas mãos, aproximou-se e enfiou-me dois dedos na cona e dois dedos no cu. Massajou durante um momento ambos os buracos e tirou os dedos. Cheirou-os à vez e depois levou os dedos da primeira mão à minha boca, instruindo-me a chupá-los. Estavam viscosos e tinham um sabor agridoce.

– Aleluia!! Sentes este líquido? É a baba do Diabo! A gosma do Mefisto! O escarro de Satan! Sem dúvida, um sinal de que está nas últimas… Ânimo, menina, que estamos perto. Tenho a certeza de que vai sair por aqui!

Voltou a meter os dedos e começou de novo a escarafunchar dentro da cona. Eu contorcia-me e ofegava, sentia ainda a dor das vergastadas mas agora suplantada por uma sensação divinal. O Diabo devia estar a babar-se abundantemente, pois sentia a sua langonha venenosa escorrer-me pelas pernas abaixo. Era, provavelmente, o último estertor da besta…

Apesar do óbvio sucesso da nossa empresa até aí, o Padre Eurico parecia impaciente.

– O cabrão resiste… Anda, vamos ajudá-lo! Vamos empurrá-lo por trás!

Libertou-me das correntes que me sustinham, voltou a atar-me rapidamente com cordas, demonstrando toda a sua prática nos rituais, e colocou-me de quatro em cima da prancha. Ou tentou, porque amarrada como me deixou eu mal conseguia equilibrar-me. Naquela posição ficava com o rabo empinado, e o Padre Eurico aproveitou para me abrir muito as nádegas e enfiar a língua bem dentro do buraco do meu cu.

A insólita manobra provocou-me um ataque de cócegas, e acabei por peidar-me com estrondo na cara do meu salvador, que reagiu de imediato com quatro palmadas fortes no meu traseiro.

– Demónio! Guarda o enxofre para os teus filhos do Inferno, porco imundo!

E deu-me mais quatro chapadões nas nádegas.

– Nada temas, minha filha! Por sorte, trago sempre um instrumento que Deus em pessoa deu aos homens para estas ocasiões: a espada de Moisés ou, como lhe chama a plebe, o caralho! O Diabo não gosta nada que ataquemos por aqui… Vamos só untar o teu cuzinho mais um bocado para a espada caber sem rasgar. Atenção à bufaria!

Lambeu durante mais um bocado e tentou depois alargá-lo com a ponta do nariz, inspirando longamente, mas deve ter-lhe cheirado que não era suficiente pois voltou a meter os dedos na minha cona e, com a baba do demónio, besuntou-me e penetrou-me o olho do cu com um, dois, e depois três dedos. Finalmente, ouvi-o soltar uma expressão de satisfação e, logo de seguida, senti algo duro e grosso a abrir caminho pelo buraco estreito.

– Relaxa o cu, filha, para eu o enrabar como manda a lei de Deus.

Era maior e mais espesso que qualquer coisa que por ali alguma vez tivesse saído e, no início, doeu-me mais do que qualquer chibatada. Mas depois começou a saber-me maravilhosamente, sinal de que provavelmente o Diabo estava de malas aviadas.
Animada pela perspectiva, incentivei-o a continuar:

– Com mais força, senhor Padre, com mais força! Rebente com o velhaco daí para fora! Enrabe-o bem!

Inspirado pelas minhas preces, o Padre Eurico agarrou-me pelos cabelos e começou um vertiginoso galope do seu caralho no meu cu.

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Ia aumentando o ritmo, a força e a intensidade das investidas, mas sem efeito… Eu sentia os portões abertos e o Diabo a querer sair, mas ainda não chegara lá. 

– Espera, já sei! Ele está tão agarrado a um lado enquanto o tentamos expulsar pelo outro que não vai estar à espera que façamos o contrário. Vira-te, minha putinha. Vou-te foder essa cona toda até o Diabo te sair pelo cu!

Dito e feito. Virou-me de frente e, pela primeira vez, deu-me a ver o que os homens têm entre as pernas. Era uma visão divinal, a espada de Moisés, um caralho lindo, comprido e grosso como um cacete, com duas grandes almôndegas a pender como brincos de pérola rosada. Desejei que o Padre Eurico me perfurasse com todo aquele arsenal como nunca antes havia desejado nada na minha vida!

– Sim, meta-mo senhor Padre! Acabe com este suplício, por favor! Meta-mo com força!

Ele apressou-se a fazer o que eu pedi, mas qualquer coisa o impedia de entrar por inteiro. O Diabo estava entalado nas portas da cona, a barrar a entrada ao caralho redentor...

– O malandro está bem agarrado…! Segura-te bem, minha vaquinha, que vou furar com toda a força que tenho!

E furou, como um espeto de ferro em brasa a penetrar um pote de manteiga pasteurizada! Furou com tanta força que senti imediatamente algo a romper-se dentro de mim, e uma golfada de sangue jorrou de dentro da minha cona acompanhando o movimento ascendente do caralho do Padre Eurico. 

– Sangue! Alvissaras que já o matámos!! Matámos o filho dum cabresto! Agora é só empurrá-lo para fora de ti…

Então, a agarrar-me a cabeça com uma mão para o Diabo não fugir, começou a dar ao cu em sacões de extrema violência, a penetrar a minha cona com o seu caralho grosso, e eu senti algo que nunca tinha experimentado ou sequer sabia nomear… uma coisa que só podia chamar-se prazer

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– Agora ou vai ou racha!
– O que diz, Senhor Padre?
– Digo que agora fodemos essa racha, minha filha! Agora fodo-te essa cona benzida até te vires como uma viúva depois de cem anos de solidão!

E fodemos assim durante mais algum tempo, até que o Padre Eurico acelerou ainda mais, mordeu-me o ombro, beliscou-me os mamilos, e eu senti dentro de mim uma imensa explosão de mil cores, mil sons, mil aromas e mil sabores! Uma explosão que começou bem dentro da minha cona mas logo se espalhou pelo corpo todo, fazendo-me contorcer inteira e gritar como a possuída que era… Agora não havia dúvidas: tinha expulsado o Diabo do corpo!

O alívio do prazer era indescritível e apenas desejava abandonar-me a gozá-lo ao máximo, sentir para sempre aquela erupção do meu corpo libertado de todo o mal…
Mas os ritos ainda não estavam concluídos:

– Depressa, filha! Ele já saiu, mas agora é preciso depositar um pouco de veneno dentro da tua barriguinha para assegurar que ele nunca mais volta!

Como eu parecesse assustada à menção da palavra veneno, o Padre Eurico apressou-se a explicar:

– Não te preocupes, é um unguento milagroso, um xarope que aprendi a fazer no seminário. Vais ver que é muito saboroso. Eu próprio sou um apreciador... Só o Diabo é que não gosta.

Com uma rudeza que atribuí à urgência em ministrar aquele último expediente, fez-me ajoelhar e colocou-me ao pescoço uma coleira, que em seguida prendeu às minhas mãos. Depois fixou o arnês que ligava tudo a uma junta de ferro, deixando-me praticamente imobilizada.

– Estou a prender-te para garantir que não desperdiçamos uma só gotinha, pois o tratamento só faz efeito com a toma completa.

Apesar da violência dos preparativos, devo dizer que achei a posição apropriada às circunstâncias, já que era em tudo semelhante à de alguém que se ajoelhou para rezar.
Sem mais delongas, o Padre Eurico aproximou então o seu grande caralho da minha face e ordenou:

– Abre bem a boca.

Estava tão perto que os meus olhos não conseguiam abarcá-lo na totalidade: pareceu-me gigantesco!

Receosa, quis benzer-me mas não podia. Comecei a rezar uma Avé Maria mas fui prontamente amordaçada pelo enorme cilindro de carne que se me enfiava até bem fundo da garganta. Iniciando um movimento de vai e vem em cima da minha língua, o Padre Eurico confessou:

– Isto é muito doloroso para mim, por isso não te espantes se me ouvires gritar ou gemer. Estou disposto a passar por este martírio para te salvar e porque te portaste muito bem. És uma menina muito linda… Chupa…

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Fiquei emocionada com o seu sacrifício e tentei retribuir o carinho aceitando estoicamente as suas grossas investidas dentro da minha boca, o que era um verdadeiro bico-de-obra

– Aperta-me os dois balões por baixo da bisnaga, para a pomadinha sair mais depressa e doer menos…

Fiz como ele pediu e, cerca de um minuto depois, sem nunca parar de ir e vir, deu um urro lancinante e começou a bolsar, em jactos intermitentes, uma enorme quantidade de xarope cremoso na minha garganta.

– Engole tudo, não vá o Diabo tecê-las…

Engoli com verdadeira devoção.

– É bom, não é? É remédio santo!

Quando acabou de correr a sua poção, o Padre Eurico deixou-se cair num evidente estado de fraqueza. Estava esgotado, mas nos seus olhos podia ver-se genuína satisfação. O que era compreensível... Afinal, tinha acabado de lutar com o Diabo e saíra vencedor!

Desde esse dia muita coisa aconteceu. Recebi o anel e o direito de ser chamada Irmã Carla, e com isso todas as responsabilidades que advêm de tal estatuto, sobretudo na gestão do Convento. Mas, com a bênção da Madre Superiora e por indicação expressa do Padre Eurico, que continua empenhado em seguir o meu caso, vou todos os dias aos seus aposentos. Lemos juntos o breviário e, depois de lavar bem a espada na pia baptismal e de a passar por incenso, enfia-ma um bocadinho por trás e outro bocadinho pela frente, até benzer bem os canais e garantir que ambos se mantêm livres de intrusos demoníacos.

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E no final, claro, tomo sempre o xaropezinho, que para além de santo é realmente delicioso. Agora sei que se chama esporra e que foi Deus que o meteu na ponta dos homens para remediar as senhoras necessitadas. 

– Por isso, como vê, minha senhora, acabou por correr tudo bem. Graças a Deus e ao Padre Eurico pude voltar a disfrutar de toda a paz e tranquilidade do Convento… Mas, o que se passa, Senhora X…?! Está sentir-se mal?

Eu tinha estado tão absorvida pelo meu relato que nem percebi o que se passava à minha volta... A Senhora X, numa genuflexão deveras arejada, gemia com as saias levantadas enquanto o motorista lhe beliscava as mamas e investia com o enorme pau preto no seu cu

– Não te preocupes, filha, isto já passa. Não sei se estavas possuída pelo Diabo antes de seres possuída por Deus, mas seja como for parece-me que isso das possessões é altamente contagioso, porque a tua história deixou-me com uma ânsia dos Diabos… Felizmente, tenho cá o meu cristo rei da Etiópia para me dar o remédio! 

Jeremias, com um grande sorriso de devoção pela sua ama, roçava a sua espada preta pelas bordas do cu dela, enfiava-a até bem fundo e voltava a esfregar-lha na entrada.

Solícita, agarrei-lhe nos balões peludos da bisnaga, para o ajudar no seu sacrifício, e apoiei cheia de fé:

– Não se preocupe, senhora, vai ficar boa enquanto o Diabo esfrega um olho!

 

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.

Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.

Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com

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