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30 September, 2018 A caminho de ser um velho tarado

Daqueles que se escondem nas dunas.

Quem nunca se deparou com um desses jarras cuja cara enrugada tem escrito “eu gosto de andar vestido só com uma gabardine no Metro”? E quantos de nós já perderam algum do seu precioso tempo para reflectir sobre o conjunto de acontecimentos que levaram a essa maneira tão colorida de se viver a terceira idade?

A caminho de ser um velho tarado

Nenhum de nós imagina a nossa avozinha a pinar que nem uma doida ou aquele avó que te ensinou a pescar a escamar o besugo. Para todos os efeitos, os nossos avós são seres completamente desprovidos de desejo sexual. Aliás, se eles não tivessem órgãos sexuais, não ficaríamos assim tão surpreendidos.

Mas os velhos tarados andam aí e podem muito bem ser os avós de alguém.

Como é que nos podemos tornar num desses anciões taradões? Acredito que o gene da taradice já nasce connosco, mas se pretendem transformar-se num voyeur de binóculos escondido atrás de uma qualquer duna de uma praia de nudismo com a gaita na mão, é preciso perder uma coisa: a vergonha. Velho tarado não tem vergonha na cara e isso é ponto assente. Só mesmo um grande cara-de-pau consegue aquele misto de exibicionista com predador sexual e dormir descansado à noite.

Nós toleramos tudo aos nosso velhotes...

... que não saibam a senha correcta para tirar nas Finanças

... que não saibam qual o autocarro a apanhar para ir para o Campo Grande

.... que não saibam se podiam ou não sacar do nabo em frente a miúdas de 25 e começarem a bater uma.

Os velhos safam-se sempre sob a desculpa do “ah, é velho e maluco!”. Nem sempre, mas os velhos taradões jogam esta carta para se safarem de boa.

Nós vamos ser diferentes, correcto? Nós vamos ser totalmente diferentes destes velhos na medida em que vamos fazer exactamente a mesma merda, mas a partir de casa pois vamos ser a primeira geração de idosos que vai perguntar pela senha do wifi assim que entrar no lar.

Depois mostramos a pila à enfermeira, mas depois vamos pedir a senha da net para podermos deliciar-nos com quantidades infinitas da pornografia mais javarda que existe.

Pensem nisto.

Até para a semana e boas fodas.

Noé

Noé

Noé

Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.

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