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24 June, 2015 Um preservativo que muda de cor quando detecta uma DST

Invenção que assinala Infecções Sexualmente Transmissíveis e promete transformar o Sexo Seguro.

Preservativos coloridos e que brilham no escuro são coisa já ultrapassada! O futuro aponta para preservativos que brilham a cores quando detectam uma Infecção Sexualmente Transmissível. Esta invenção de um grupo de adolescentes poderá vir a revolucionar o sexo seguro e dar uma grande ajuda no combate às DST´s.

Um preservativo que muda de cor quando detecta uma DST

Um grupo de estudantes britânicos inventou um preservativo que muda de cor quando detecta uma Infecção Sexualmente Transmissível.

Estes adolescentes de Londres baptizaram a sua descoberta como S.T.EYE e venceram com esta ideia inovadora o primeiro prémio do concurso TeenTech Awards que distingue jovens entre os 11 e os 16 anos, almejando impulsionar carreiras futuras nas áreas da Ciência, da Engenharia e da Tecnologia.

Muaz Nawaz, de 13 anos, Daanyaal Ali, de 14 anos, e Chirag Shah, também de 14, todos alunos da Academia Isaac Newton em Londres, foram distinguidos na categoria Saúde por este preservativo muito especial que visa ajudar a combater as DST´s.

O preservativo S.T.EYE está apetrechado com uma camada de moléculas que brilham quando entram em contacto com bactérias e vírus associados com as Infecções Sexualmente Transmissíveis mais comuns. Um brilho que é de cor diferente, conforme a infecção detectada - verde para a Clamídia, amarelo para o Herpes Genital, Roxo para o Papiloma Vírus Humano (HPV) e azul para a Sífilis.

Os jovens venceram um prémio de mil libras para a Escola que frequentam e uma visita ao Palácio de Buckingham, a morada oficial da Rainha de Inglaterra, onde receberão a distinção.

"Queríamos criar algo que tornasse a detecção de DST´s prejudiciais mais segura do que nunca, para que as pessoas pudessem tomar acção imediata na privacidade das suas casas, sem a invasão de procedimentos médicos", explica um destes inventores precoces em entrevista ao jornal inglês Daily Mail.

"Garantimos que conseguimos dar paz de espírito aos utilizadores e assegurar que as pessoas podem ser mais responsáveis do que nunca", diz o mesmo jovem no referido diário.

Convém destacar que, para já, este preservativo que detecta DST´s é apenas um conceito e não um produto finalizado, logo não está à venda. Apesar disso, há grandes probabilidades de virem a ser fabricados preservativos idênticos ou similares.

Nos últimos anos, vários investigadores se têm debruçado sobre a chamada próxima geração de "preservativos inteligentes". Até a Fundação Bill Gates se interessou por esta matéria, patrocinando com milhões de dólares um programa que visa o desenvolvimento de preservativos da futura geração e que já motivou a criação de vários protótipos em forma de origami e até feitos com tendões de vaca.

Mas as inovações que se vêm implantando no mercado ainda não conseguem ser suficientemente apelativas para atraírem os mais jovens. Quem sabe se este caminho apontado pelos três adolescentes londrinos não resulta finalmente!

É certo que um preservativo que detecta DST´s será motivo de estranhos momentos na hora do sexo e de grandes conversas entre parceiros.

Mas também se corre o risco de ser encarado mais como uma cena engraçada do que como um real alerta de perigo. Perante o brilho e o colorir roxo súbito do preservativo, por exemplo, alguns poderão não entender a gravidade da situação e quão perigoso e frequente pode ser o HPV que se manifesta pela presença de verrugas genitais, também designadas por condilomas.

Muitas pessoas são essencialmente ignorantes relativamente às doenças sexualmente transmissíveis e à forma como se podem transmitir facilmente nos contactos sexuais entre parceiros. O HPV, nomeadamente, é uma absoluta incógnita para uma larga maioria que não sabe que é a grande causa do cancro do colo do útero.

Assim, é preciso encarar este S.T.EYE como uma boa ideia, mas que também deixa ainda muitas dúvidas no ar. Não se sabe, designadamente, se o preservativo detecta as DST´s tanto no seu portador como no homem ou na mulher alvo de penetração ou se o faz apenas na pessoa penetrada. Se estiver em causa apenas esta última modalidade, está visto que não é uma solução que sirva os interesses de mulheres heterossexuais e de gays que assumem papéis mais passivos durante o sexo.

Mas, no fim de contas, o que mais se nota desta invenção é o facto de haver adolescentes interessados em tornarem o sexo seguro uma coisa fixe, quando a maioria está frequentemente mais interessada em evitar usar preservativos. Um sinal de esperança para o futuro!

Gina Maria

Gina Maria

Jornalista de formação e escritora por paixão, escreve sobre sexualidade, Trabalho Sexual e questões ligadas à realidade de profissionais do sexo.

"Uma pessoa só tem o direito de olhar outra de cima para baixo para a ajudar a levantar-se." [versão de citação de Gabriel García Márquez]

+ ginamariaxxx@gmail.com (vendas e propostas sexuais dispensam-se, por favor! Opiniões, críticas construtivas e sugestões são sempre bem-vindas) 

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