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22 April, 2021 A vida sexual de um contabilista

Encontrava-me na sala de reuniões, à espera do briefing do dia, quando senti alguém sentar-se ao meu lado...

Trabalhei durante alguns anos numa empresa de contabilidade. A maioria das pessoas não tem a ideia mais cativante deste trabalho, e não é para menos: números infinitos e pilhas de papéis intermináveis são o pão nosso de cada dia. No entanto, isso não significa que onde está o profissional não esteja antes uma pessoa, e que essa pessoa não tenha ambições e necessidades como qualquer outra. Muitas vezes, pela natureza da profissão, acha-se que o contabilista é o tipo mais aborrecido do mundo. Talvez esta história vos faça mudar de ideias a esse respeito…

A vida sexual de um contabilista

A minha empresa era jovem e dos cerca de 20 funcionários que tínhamos, dois terços andavam na faixa etária dos 25, 30 anos. Os mais velhos tinham os postos mais elevados, mas era sobre nós que recaía o grosso do expediente. E, contrariamente ao mito urbano, reinava a animação. A juventude dominava o ambiente e todos, mas literalmente todos, se andavam a comer uns aos outros!

Não havia nada de surpreendente nisto. Ao fim dos longos dias que lá passávamos, muitos deles a fazer horas extraordinárias, era natural que precisássemos de descomprimir. E não há melhor forma de o fazer, quando ainda se está na casa dos 20, que esfodaçar tudo o que mexe.

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Esta noção era comum a homens e mulheres e, naquela verdadeira coutada de depravação, elas caçavam tanto como nós.

Desses encontros casuais era raro sair alguma relação mais séria. Ainda assim, todos tinham, naturalmente, os seus favoritos e favoritas. A minha perdição foi sempre a Rafaela, contabilista sénior, muito séria, sempre no seu traje corporate, super-sexy, que gostava de se fazer difícil mas, uma vez conquistada e desarmada, deixava tudo no campo de batalha. Adorava levar no cu. Mas já lá iremos.

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Depois de subir alguns degraus na minha breve carreira, foi-me proposto um lugar na mesma empresa mas na delegação de Estocolmo. Considerei a hipótese como uma aventura e aceitei.

Nessa altura passava a maior parte do ano no estrangeiro mas, de tempo a tempos, tinha que apresentar-me em Portugal. Tinha então a possibilidade de reencontrar os meus antigos colegas e matar saudades de todas as coisas de que um português sente falta quando está muito tempo fora. Entre elas, incontornavelmente, a senaita lusitana!

Há muitos mitos e lendas sobre a sexualidade dos povos nórdicos, mas a minha experiência não alimentava nem uns nem outras. A mulher sueca despe-se sem pudor ou preconceitos, considera o sexo uma extensão absolutamente natural do corpo, ao passo que a mulher tuga se esconde e fecha até decidir, finalmente, abrir-se. Como homens que somos, latinos e de sangue quente, gostamos mais dessa luta, do mistério, do esforço de conquista, do que aquilo que nos é dado de bandeja…

Na minha última visita a Portugal, encontrava-me na sala de reuniões, à espera do briefing do dia, quando senti alguém sentar-se ao meu lado. Olhei e, para minha agradável surpresa, era Rafaela!

Com a sua seriedade do costume, não parecia sequer contente por me ver. A profissional primeiro que tudo. De maneiras que, sem dar muita bandeira, escrevi algo num post it e passei-lhe. Dizia:

– Estás boa.

Depois de ler o meu recado, respondeu-me verbalmente.

– Estou. E tu?

– Não era uma pergunta. – respondi, com um sorriso.

Ela percebeu, mas não reagiu. Levantou-se como se eu não estivesse ali e foi preparar o computador para começar a apresentação. A Rafaela era assim. Quem não a conhecesse só veria a armadura, não o vulcão que escondia. E quando ignorava alguém, como era agora o caso, fazia-o com uma pinta do caralho!

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Não precisei de me esforçar muito para me vir tudo à memória, todas as razões por que gostava tanto de desbravar aquele mato. Com Rafaela, era preciso saber partir o cristal. Não era fácil mas, uma vez conseguido, estava um pote de mel do outro lado…

Já com todos na sala, os trabalhos iniciaram-se. O director apresentava o balanço do ano de actividades, se bem me recordo, numa ladainha que se arrastava já há meia hora e que tinha posto vários parceiros a bocejar. Eu não era um deles. A minha mente vagueava livre e fértil nas memórias de Rafaela, sobretudo no seu par de mamas épico, onde eu já me havia esporrado umas quantas vezes no passado.

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A coberto da grande mesa de reuniões, estava à vontade para deixar que uma serena erecção me levantasse a narça. Parecia que nunca me tinha ido embora. Velhos hábitos custam a morrer, e sempre se passava melhor o tempo…

Discretamente, escrevi outro post it e passei-lhe:

– Tira as cuecas e põe-mas no bolso do casaco.

Rafaela leu e virou o papel, impávida. Quando estava no seu papel de dama de ferro da contabilidade, nada a afectava.

Ao fim de uns minutos sem qualquer reacção da parte dela, percebi que a minha investida não tinha sido bem recebida. Tudo bem, pensei. Talvez as coisas tenham mudado por aqui… Que se foda. E virei as atenções para os balancetes coloridos que iam aparecendo no projector. Distraí-me de tal forma que fiquei deveras surpreendido quando a reunião acabou. Tinham passado quase duas horas a correr.

Estavam todos a arrumar os seus pertences quando me levantei e levei a mão ao bolso do casaco para ver se tinha algum registo no telemóvel. Para minha surpresa, a minha mão tocou num tecido macio e rendilhado. Olhei de soslaio: eram as cuecas de Rafaela!

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Foi dela a voz que ouvi em seguida:

– Armando, se puder ficar mais um bocadinho agradecia. Precisamos de rever alguns dos vossos históricos do norte.

A tremer de excitação, pois pensava realmente que ela me tinha estado a ignorar, fiz o meu papel e respondi com a casualidade possível:

– Com certeza, colega. Estamos cá para isso.

Depois virou-se para a secretária:

– Sílvia, pode marcar a sala para mim para a próxima meia-hora? E veja se não somos incomodados.

Com um ar eficiente, a funcionária anotou qualquer coisa no seu bloco de notas e saiu, fechando a porta atrás de si. Pelo vidro fosco da janela, vimos como punha no trinco da porta o aviso de “Reunião em curso”, sinal para ninguém entrar.

O que se seguiu foi tudo menos próprio de dois profissionais encartados e com mais do que idade para ter juízo…

Com Rafaela, tudo tinha que começar com carícias. Por isso avancei na direcção dela e plantei-lhe um beijo íntimo no pescoço.

– Tiveste saudades minhas?

– Como se pode ter saudades de alguém que nem nos lembramos que existe? – volveu, com um  ar desafiador.

Calei-a com um beijo, durante o qual a apalpei por todo o lado. Finalmente, levei a mão até ao meio das suas pernas. Sem cuecas, senti o visco que já lhe escorria da cona e lhe humedecia a pintelheira.

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Comecei a masturbá-la e começou a gemer baixinho ao meu ouvido. Se bem conhecia a Rafaela, era o sinal para deixar de parte as amabilidades...

Sem aviso, como ela gostava, atirei-a para o sofá. Caiu desamparada e em sobressalto, mas com um indisfarçável ar de tusa. Aproveitando a posição inferior em que se encontrava, abri a braguilha e fi-la abocanhar-me o caralho. 

– Não acredito que não tiveste saudades disto… – disse-lhe, ao que ela não respondeu, pois estava de boca cheia.

Mamou durante uns poucos mas deliciosos minutos. Rafaela era uma deusa do broche, chupava sofregamente, cheia de técnicas e rococós. Um tipo despreparado não aguentava muito tempo na sua boca.

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E, na verdade, tempo era o que não tínhamos, pelo que o melhor era passar já aos próximos capítulos…

Levantei-a do sofá e virei-a, atacando imediatamente as suas zonas húmidas. Lambi-a de alto a baixo, desde a cona ensopada até ao rego do cu. As pernas começaram imediatamente a tremer-lhe e teve que encostar-se à parede para não cair.

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Ela sabia, como eu sabia, gemer silenciosamente. Aliás, é um requisito que todos os que se dedicam a foder no escritório aprendem rapidamente. A discrição é tudo e, por muito que todos saibam o que todos fazem, é crucial não ser apanhado para poder continuar a fazer. São as regras do jogo.

Rafaela executava com os rigores de uma verdadeira profissional a arte de gozar sem emitir um som, mas tinha um ponto fraco e eu sabia qual era. Era bom demais para não aproveitar. Por isso, quando lhe puxei a mamas para fora da camisa, olhou-me com inquietação. Sabia o que a esperava!

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Era indiscritível a sua mudança quando se lhe tocava nos mamilos, ora com os dedos ora com a língua. Parecia que a qualquer momento ia explodir só com aquela titilação das tetas, como se não precisasse de mais nada para ser feliz. Chegada a este ponto, era chocolate derretido e podíamos lambuzar-nos à nossa vontade. Menos mal, porque naquele momento tinha demasiada tesão para continuar com preliminares.

Servindo-me da dose certa de violência que sabia ser do seu agrado, empurrei-a até cairmos os dois no chão. Então, completamente à minha mercê, toda escancarada para mim, penetrei-a sem dó nem piedade e desatei a dar ao cu em cima dela. Rafaela arfava como uma foca asmática, mas nem ai nem ui.

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Quando, minutos depois, a virei para a montar de frente, nem abria os olhos, completamente abandonada ao prazer.

Usámos a meia-hora que tínhamos disponível como profissionais habituados a não falhar prazos. Não deu tempo para lhe ir ao rabo, como ambos gostaríamos. Ainda assim, foi mais do que satisfatório.

Como estas coisas obedecem a códigos que é preciso respeitar, aguentei-me até ela se vir. Depois, fi-la bater-me uma punheta para eu próprio terminar.

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Não houve mais ocasiões para conversa. Ela tinha os seus afazeres e eu os meus.

– Espero encontrar-te mais vezes quando voltar.

– Se fosse a ti, não alimentava muitas expectativas.

Enquanto se limpava e vestia, voltava a pouco-e-pouco à sua pose executiva. Como se o hábito fizesse, neste caso, a monja.

Quando se sentiu pronta, saiu porta fora com o seu ar de máxima eficiência, sem sequer reparar que não levava as cuecas vestidas. Não mas pediu de volta… e eu também não a lembrei.

 

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.

Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.

Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com

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