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08 February, 2024 O caso da rata fedorenta - Parte 2

CSI - Comissário Sarilhos Investiga

Depois do broche, a Madame X lá conseguiu aquietar as ânsias. Não há como uma garganta funda para pôr as coisas em perspectiva.

Dei-lhe uns beijos de língua para lhe lavar a esporrazinha dos cantos da boca e voltámos aos procedimentos inquisitórios:

– O que pode dizer-me mais sobre o seu marido?

O meu marido é um amor, coitado. – começou ela, acabando de limpar a tromba com um lencinho sebento que cheirava a rodilha de cozinha com vários meses de uso.

Comissario Sarilhos O caso da rata fedorenta parte2 1

– Durante anos sofreu com rinite aguda e sinusite crónica, mas o que o punha mesmo doente eram as visitas diárias dos meus amigos mais chegados. Ele nunca foi uma pessoa social, mas a semana passada fez uma operação às fossas nasais e voltou que parecia outro. Infelizmente, nunca mais o vi. Mas recebi estas fotografias dele...

As fotos não ofereciam dúvidas: eram indivíduos de raça diversa e género variado, envolvidos em diferentes tipos de actividade pecaminosa, que não criminal. No epicentro de tudo, o desaparecido, de pau teso, com as narinas bem abertas e os olhinhos regalados.

– Penso que pode ter sido raptado, mas até agora não recebi nenhum pedido de resgate – completou a Madame, guardando o lencinho no rego das mamas, de onde exalavam bafios perturbantes a substâncias arrecadadas.

– É realmente estranho. Deu por falta de alguma coisa em casa?

– Na verdade, agora que fala nisso, toda a roupa do meu amor, os documentos, a tralha toda que estava na escritório e o carro dele desapareceram. Ah, e também achei esta carta em cima da mesa, ao pé das chaves de casa. Ele nunca sai de casa sem levar as chaves.

Comissario Sarilhos O caso da rata fedorenta parte2 2

Enquanto ela fumava um cigarro para enxaguar o hálito do meu caralho, desdobrei o breve manifesto, em folha rosa e perfumada, toda ela incompatível com a atmosfera ensombrada e nausea-bunda do mistério, mas foram essas linhas vivas e alegres, escritas pelo punho do evadido, que me deram finalmente a solução do mistério.

Como costumava dizer o meu mestre e mentor, o ilustríssimo criminologista A. Cona Dói-lhe, “Eureca na rapaqueca”! Era elementar!

Rezava assim a missiva decisiva, em letra viril e assertiva:

«Querida esposa, és muito linda e “cheirosa” e tal, mas é tudo demasiado condimentado para mim. Agora que desentupi a penca é que percebi porque a nossa alcova cheirava sempre a bichos mortos. Precisas de alguém que te aguen..., perdão, que te mereça. Olha, os teus amigos do camião do lixo, por exemplo. Ou a malta do controle de pragas. Ou os senhores da medicina legal, aqueles que tratam das autópsias... Enfim, tu desenrascas-te, como sempre fizeste. Eu vou ali e já não volto. Arrivederci, cara mia

Sintático e sintético. Só não percebi a parte do “verdeci”, mas devia ter a ver com o verdete que, a julgar pelos cheiros que lhe saíam da zona abaixo do abdómen, ela devia ter incrustado nas beiças da cona.

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O caso era, portanto, evidente: uma vez curado dos seus impedimentos nasais, percebeu o marido que não aguentava a natureza das essências da Madame X, o que não me surpreendia, pois tal poder de encaixe só estava ao alcance dos verdadeiros apreciadores.

O mesmo era dizer, mais um caso resolvido para os anais do comissário Sarilhos! – embora ainda me faltassem investigar tanto os anais como os vaginais da Madame X...

Claro que não ia revelar-lhe que já estava na posse da resolução do mistério, não sem antes beneficiar-me de todos os procedimentos fodengos. Além disso, ela estava a pagar-me à hora...

Voltei a pegar nas fotos e fingi observá-las com toda a atenção. Havia um ou outro cu bastante sugestivo e duas ou três pachachas muito apetecíveis, fossem pintelhudas ou rapadas, de grelinho esconso ou proeminente. O menu era variado, notei, não sem alguma inveja.

Mas era sobretudo a expressão de felicidade do protagonista, nomeadamente no convívio com as fressuras lavadinhas e aromatizadas das companheiras de orgia, que melhor ilustrava a realidade dos factos. Viam-se no seu rosto, suado e vermelhusco, traços de euforia e alívio misturados. Aquilo não era a imagem de um pobre diabo feito refém pelas circunstâncias; era a imagem de um gajo sortudo e de bem com a vida!

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Fiquei feliz por ele e principalmente por mim, pois graças àquele desaguisado marital tinha agora a Madame X toda aberta só para mim! Mal podia esperar que me emporcalhasse todo com as suas fragrâncias de latrina... Só precisava de mais um empurrãozinho para a escancarar por completo.

Portanto, continuei a fazer-me de parvo e prossegui as averiguações: 

– A Madame vai-me perdoar mas vou ter que lhe pedir que se dispa.

– Ai vai?

– Vai ter que ser.

– E para quê?

– Quer mesmo saber?

– Nem por isso.

– Bem, para efeitos comparativos. Sabe que, em muitos casos como este, os primeiros suspeitos são geralmente as pessoas mais próximas da vítima, muitas vezes os próprios conjugues. Desse modo, e para a despistar como suspeita, preciso investigar se algum destes rabos e alguma destas cricas, por acaso, não é a sua.

Ela mostrou-se surpreendida com a minha requisição, mas notava-se a milhas que era um pudor ensaiado. Na minha opinião avalizada e forense de detective renomado, desejante estava ela de me mostrar a peida!

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– Estou a ver.

– Precisamente: eu não. Pode mostrar-me tudo, por obséquio?

– Acha mesmo que é relevante para a investigação?

– Nem por isso.

– Está bem.

– Não se preocupe, não dói nada. Só preciso de analisar o local do crime.

A Madame X despiu então (finalmente!) as cuecas e restantes adereços e, imediatamente, um vapor a coelho esfolado se espalhou pelo escritório, fazendo balançar os candelabros e estalar a mobília. Até o meu busto de Napoleão franziu as narinas de gesso em cima da papelada...

Os aromas libertados eram indescritíveis, como se um unicórnio bebé tivesse cagado postas de channel estragado e conservado durante mil anos em cascos de rolha putrefacta... Havia baunilha e chulé, rosmaninho e halitose, lavanda e diarreia, tudo mesclado numa harmonia belicosa, bexigosa e cósmica, onde flores e estrume assado conviviam num baile de excrescências nupciais...

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Ainda não havia um quarto de hora que me tinha esporrado e já estava outra vez com um pau de furar tripas!

Por outro lado (ela tinha vários, todos igualmente badalhocos), os meus olhos experientes de detective renomado retiveram outra prova cabal da sua imundice: em toda a zona interior das cuecas removidas, emergia uma mancha cinzenta esverdeada, obviamente restos dos fluidos nela condensados. Passando levemente os dedos sentiam-se os relevos de Van Gogh. Havia ali meita coalhada e leite vaginal tão antigo que só um teste de carbono 14 as poderia datar com eficácia.

Ordenei-lhe que se sentasse no sofá e abrisse as pernas, para poder investigar melhor. À vista de um tal espectáculo de rara nojice, decadência e podridão, todo eu tremia de impaciência e de tesão. Não aguentava mais, precisava urgentemente de ir ao fundo da questão!

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Meti então a cabeça entre as pernas da Madame X e aproximei-me das fontes de tal esplendor. Arrepelei o máximo que consegui as duas entradas, ambas bastante pilosas, distendendo tanto a boca da cona como o olho do cu. Enquanto as estudava com os meus dedinhos e a minha linguinha sábios, começaram ambas a babar e a bolsar, como se também pedissem leitinho...

Com o meu olho clínico, observei ainda como o grelo dela dilatava só de sentir o meu bafo ao de leve, enquanto os dois buracos pulsavam como boquinhas de bacalhau. Só a minha proximidade parecia chegar para deixar a Madame X a arfar...

– Humm... Comeu alho ao pequeno-almoço?

– Sim, mas francês.

– Olalá! Isso explica tudo!

As francesas sempre foram conhecidas por não tomar banho, para isso inventaram o perfume.

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– Desvendou o mistério, inspector Sarilhos?

– Quase. Só preciso de fazer mais umas perícias.

– Faça, comissário, faça! Por favor, faça!

Et voilá! Espetei-lhe a baguete no cu e bati energicamente até começar a cheirar a caralho francês! Sentia-me um canalizador de boina e bigodinho a enfiar-lhe uma mola telescópica nos Campos Elísios...

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Ela gemia como uma maluca e dava às ancas como uma bailarina. Tive que lhe meter um pé na cara para a estabilizar. Por todos os lados do corpo lhe saíam estalos de peidos fedorentos. Quase me apetecia chorar de tanta felicidade!

O mais curioso da minha investigação é que, enquanto lhe enfiava o tarolo na cona, ela vinha-se pelo cu, e quando lhe metia o pau no cu, ela aspergia pela cona. Em todos os meus anos de serviço público, nunca tinha observado um tal caso de transferência orgásmica...

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Quando me esporrei pela primeira vez, o meu jacto parecia a parabólica do Arco do Triunfo. Triunfalmente me esporrei mais não sei quantas vezes em cima dela, e quando tudo terminou, o meu gabinete cheirava a cadáveres de virgens em decomposição, mas o meu sherlock dormia saciado como um escuteiro em cima da minha perna esquerda (é para o lado que dorme melhor).

Quanto à Madame X, escorria esporra por todos os lados. Ficou tão agradada com o meu trabalho (Oh mon dieu!, oh mon dieu!) que lhe apeteceu celebrar, imaginem, com um banho de imersão! (São todas iguais, quando têm o que querem só pensam nelas próprias!)

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O grande desafio do dia foi, por isso, tentar demovê-la de se lavar. Já tive menos fezes a convencer suicidas. Queria porque queria, porque queria agradecer-me, pagar-me o justo pelo seu alívio... Além disso, sentia-se suja e tal, não se ajustava agora à sua condição de mulher renascida, renovada.

Tive que lhe trancar a porta da casa de banho e despejar o bidão de água pela janela. É que passava pouco da hora de almoço, a minha ressaca eram notícias de ontem e pretendia aproveitar ao máximo as suas dádivas fétidas, pelo menos até ao fim do expediente.

Dito e feito, fodemos o dia todo!

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Foi de cona, foi de cu e espanholada, até encardir a picha de manchas acastanhadas e me nascerem na pele lismos e brotoejas ancestrais.

Um dia épico, para constar nos almanaques de qualquer criminalista que se preze! Ainda tentei meter a Mimi ao barulho, mas ela escusou-se, tinha a mania das limpezas, a porca...

FIM

O caso da rata fedorenta - Parte 1

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.

Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.

Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com

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