13 setembro, 2025 O caminho para a maturidade social
Verdadeira liberdade é agir de forma consciente e responsável no espaço público.
A juventude é uma etapa crítica para a formação da identidade e para o desenvolvimento da autonomia, mas também da frustração, que é essencial para conseguir lidar com os imprevistos da vida.

A juventude representa um período decisivo na construção da identidade e da autonomia.
Independentemente de se tratar de rapazes ou raparigas, cada jovem necessita de desenvolver a sua própria trajetória, sem esperar que outros façam por si, ou que as oportunidades surjam de forma espontânea.
A autonomia é, assim, um pilar essencial, pois define não apenas a capacidade de enfrentar a vida adulta com segurança, mas também o grau de carisma, competência e resiliência que cada indivíduo demonstrará.
Na perspetiva psicológica, Erik Erikson sublinha que a adolescência é uma etapa crítica para a formação da identidade. É neste momento que o indivíduo se questiona sobre quem é e qual o seu lugar no mundo.
Tolerância à frustração
A autonomia surge como uma resposta prática a estas questões, permitindo ao jovem tomar decisões, assumir responsabilidades e aprender com os próprios erros.
Ao mesmo tempo, a psicologia positiva mostra que a resiliência se fortalece precisamente quando os jovens enfrentam frustrações, ultrapassam limites e descobrem soluções criativas para os problemas.
Este treino, ainda que por vezes doloroso, resulta em maior tolerância à frustração e em adultos mais preparados para lidar com a imprevisibilidade da vida.
Do ponto de vista sociológico, a autonomia está profundamente ligada ao contexto social e cultural.
Pierre Bourdieu recorda que as estruturas sociais moldam o capital cultural e social de cada indivíduo, influenciando a forma como a autonomia se expressa.
Jovens inseridos em ambientes que valorizam a responsabilidade e a participação ativa tendem a desenvolver maior iniciativa e sentido crítico.
A verdadeira liberdade
Hannah Arendt, por seu lado, reforça a ligação entre autonomia e cidadania, destacando que a verdadeira liberdade se manifesta quando os indivíduos agem de forma consciente e responsável no espaço público.
Assim, um jovem autónomo não é apenas alguém que se sustenta a si mesmo, mas também um futuro adulto mais participativo, capaz de contribuir para a sociedade.
Carisma e autorrealização
Por fim, importa reconhecer que a autonomia e a construção da identidade estão intimamente relacionadas com o carisma e a autorrealização.
Psicologicamente, o carisma é fruto da autoconfiança e da autenticidade; socialmente, Max Weber entende o carisma como uma forma de legitimidade, reconhecida pelos outros através da consistência das ações e da clareza dos valores.
Nesse sentido, jovens que aprendem a assumir responsabilidades, a superar adversidades e a construir o seu próprio caminho tornam-se adultos mais fortes, inspiradores e preparados para liderar pelo exemplo.
Em conclusão, a construção da identidade e da autonomia é um processo indispensável ao desenvolvimento humano. Jovens que cultivam estas dimensões tornam-se adultos mais resilientes, confiantes e socialmente responsáveis.
Mais do que esperar que as oportunidades lhes sejam oferecidas, criam as suas próprias possibilidades e assumem o protagonismo das suas vidas.
Trata-se, portanto, de um percurso que não apenas fortalece o indivíduo, mas também enriquece a sociedade no seu conjunto.
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