17 July, 2025 A janela em frente - Parte 7
Tive que morder o lábio para não gritar!
Não tive que esperar muito. Era óbvio que não era só eu que tinha aquela pressa demente, lúbrica, desesperada. Com um movimento rápido, ele penetrou-me até ao fundo.

Senti aquele cilindro de carne quente e grosso entrar e pensei que me poderia trespassar, entrar por um lado e sair pelo outro. Era tão grande, largo e comprido!
Sentia as suas veias salientes nas pregas da rata. A mulher dele devia ser imensamente feliz, pensei.
Nunca tinha tido um caralho daquelas proporções enfiado na minha pequena vagina. "Cona de debutante", como uma vez um namorado me dissera, apesar de já ser uma mulher adulta. Tive que morder o lábio para não gritar!
Ele começou a mexer-se dentro de mim, primeiro devagar, depois mais rápido. Cada estocada enchia o meu corpo de um sentimento de gozo, de luxúria, de depravação absoluta!
Ele comia-me por trás, à cão, e eu esperava que a qualquer momento ele se tirasse dum buraco para se meter no outro.
Tantas vezes tínhamos falado disso nas nossas sessões online, de tal forma que eu começara a fantasiar pela primeira vez na vida com sexo anal.
Mas ele nunca foi por aí, nem sequer com um dedo. Suponho que, como eu, também ele estava sujeito às suas pequenas barreiras de timidez. Ou talvez, simplesmente, não me quisesse assustar.
Afinal, apesar de sermos amantes virtuais há quase dois meses, aquela era a nossa primeira vez corpo a corpo.
Finalmente, ele quis virar-me e pude olhá-lo nos olhos. Inesperadamente, percebi que era intimidade a mais, pelo menos para aquele momento.
Então, enterrei a cara nos seus cabelos, agarrei-me aos ombros, as unhas cravando-se nas suas costas, e abri as pernas o máximo que consegui, para ele bombar à vontade, para me foder a seu bel prazer ali mesmo, na rua, como uma desavergonhada!
Apesar de estarmos fora do recinto da festa, continuávamos relativamente próximos. O risco de sermos descobertos apenas aumentava a intensidade do momento.
Ele já me tinha deitado no chão, e martelava dentro de mim como se eu fosse um saco de carne. Ouvia-se distintamente o estalo metálico dos nossos corpos suados a bater um no outro, ao ritmo das suas estocadas.
Era quase irreal! A música misturada com o ruído das vozes festivas, os cheiros da comida e do álcool misturados com as essências dos nossos sexos, os seus movimentos cada vez mais fortes, quase enlouquecidos, o prazer convulso que se apoderara do meu corpo, fazendo-me tremer como se tivesse atingido um estádio orgástico permanente...
Senti que estava a foder num carrossel mágico!
Ele acelerou o ritmo e eu senti o (verdadeiro) orgasmo aproximar-se. Mas antes disso, com um último impulso profundo, acompanhado dum grito abafado, senti-o a vir-se dentro de mim!
Mal senti os primeiros esguichos quentes a embater nas paredes do sexo, imitei-o. Foi uma descarga nuclear! Toda eu tremia com a violência da libertação. Tive medo de enlouquecer, pois nunca experimentara um prazer assim!
Demorei muito tempo a vir-me. Provavelmente, colei vários orgasmos num só. Ficámos abraçados vários minutos, encaixados um no outro, a recuperar o fôlego, com os corações a bater em uníssono.
Finalmente, ele tirou o pau e agachou-se à minha frente. Quis cumprir a promessa e, abrindo-me as pernas com as mãos, lambeu a sua própria esporra que escorria abundante dos lábios escancarados e tesos da minha racha.
Era indescritível! Aí sim, enfiou-me o dedo no cu e demorou-se o suficiente para o minete me fazer explodir em mais um orgasmo, absolutamente bombástico!
E aí sim, gritei sem medo, sem pudor, sem reservas, como uma virgem enrabada por um minotauro!
Pensei que ia desmaiar de tanto gozo, mas ele segurou-me. E foi no seu abraço que, aos poucos, recuperei a compostura.
Passados alguns minutos, sempre sem palavras, ele ajudou-me a arranjar a roupa. Beijou-me suavemente, em jeito de despedida, e sussurrou-me ao ouvido:
- Até à próxima.
E eu sorri, sabendo que haveria uma próxima vez.
Antes de voltar para a festa, com o corpo ainda a tremer, fui sentar-me um pouco num banco. Precisava de um pouco de tempo para mim, para reviver o que tinha acabado de acontecer.
Em todo o caso, não seria capaz de juntar-me à minha família e agir como se nada tivesse acontecido. Não sem antes aliviar a ressaca que ainda sentia com a foda do meu vizinho.
Ao longe, ouvia os barulhos orquestrados pela alegria colectiva. Um mar de vozes, risos e música que parecia seguir ao ritmo acelerado do meu coração.
Ainda tinha as pernas trémulas e o cheiro daquele encontro clandestino agarrado à minha pele. O sabor dele permanecia nos meus lábios, e o eco do seu sussurro - "Até à próxima" - reverberava na minha mente. Uma promessa que eu sabia que ambos queríamos cumprir!
Tentei recompor-me e consegui, por fim, arrastar-me até à barraca onde o meu marido servia bebidas. Vi-o a rir com um grupo de amigos.
Ao princípio, nem notou o meu retorno, ocupado com uma piada qualquer sobre o calor da noite. Depois, sim, olhou-me rapidamente. Sorri-lhe, pegando num copo de água para disfarçar o rubor que sentia nas faces.
Perguntei onde estavam os miúdos, mas logo os vi no fundo da barraca, entretidos a pôr carimbos nas senhas. Menos mal, ninguém tinha dado pela minha falta.
Tentava aos poucos recuperar a minha condição normal, de mãe dedicada e esmerada esposa, quando o meu coração voltou a estremecer. Ele, outra vez!
Não só tinha regressado para junto da família, como estava ali mesmo, na barraca do meu marido!
Também ele tinha voltado ao seu papel de pai e marido exemplar, segurando a mão da filha mais nova enquanto ela apontava para um balão flutuante. Enquanto a mulher esperava na fila para comprar bebidas, os seus olhos encontraram os meus. Quase morri...
Mecanicamente, observei o tecido da sua camisola ligeiramente amarrotado, onde as minhas mãos o tinham agarrado. Temi que a minha alma, ou pior, o meu corpo me traísse. Tinha vontade de me lançar ao seu pescoço, enchê-lo de beijos, despir-lhe as calças e chupar-lhe a pila ali mesmo, à frente de toda a gente!
Depois, a imagem pareceu-me tão deslocada que os meus olhos se encheram de lágrimas.
Ele pareceu perceber qualquer coisa. À minha frente, certificando-se de que eu o observava, tirou o telemóvel do bolso. Escreveu qualquer coisa. Mal acabou, senti uma vibração no bolso. Tirei o telefone e li:
"Adorei a tua cona. Agora quero o cu. Hoje fui muito gentil. Na próxima, não serei tanto. Segunda-feira, 10h, na janela”.
Mais uma vez, o meu coração disparou. Ele cumprira o objectivo, provara a minha carne, mas não ficara saciado. Continuava a desejar-me! Não apenas isso, mas queria aumentar a intensidade do nosso contacto!
Ainda bem, eu também. Mal podia esperar...
Olhei para ele e sorri, ainda com os olhos cheios de lágrimas, mas agora de alegria. Rapidamente, ele devolveu-me um sorriso discreto e foi juntar-se à família. Parecia calmo, tranquilo, satisfeito. Mas por dentro, eu imaginava que estivesse como eu: a roer-se todo e a contar as horas para me foder de novo!
A festa estava no fim. Mas a nossa história estava longe de terminar.
(continua...)
Armando Sarilhos
O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.
Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.
Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com