08 Septiembre, 2020 Crónicas da Lábia: Sexo seguro em tempos de covid-19 (à New York way!)

Onde anda o manual da DGS para o sexo?!

Em tempos de covid-19 há regras da Direcção Geral de Saúde (DGS) para quase tudo! De restaurantes, bares, discotecas e hotéis até escolas, ginásios e Igrejas, a DGS regula tudo quanto ao que comemos até onde rezamos! Só o sexo foi esquecido...

Crónicas da Lábia: Sexo seguro em tempos de covid-19 (à New York way!)

Nem estou a falar dos estabelecimentos que comercializam serviços de sexo ou das profissionais desta área. Estou mesmo a falar do sexo em si, o rola-rola, o esfrega-esfrega...

Presume a DGS, talvez, que o medo do vírus devote a nação inteira à abstinência! Ou que, movidas por esse receio visceral de sobrevivência, as pessoas se dediquem simplesmente ao cauteloso auto-prazer! Que ponham de parte o sexo ocasional do Tinder, as relações extra-conjugais e até as conjugais!

É como aquela ministra brasileira que propôs a abstinência sexual como método contraceptivo... Tem certamente a sua eficácia!

No Canadá, a responsável da autoridade de Saúde deixou recomendações públicas quanto ao sexo, sublinhando que é "uma parte importante da saúde" humana e que as pessoas devem usar máscara para foder. A máscara é o novo preservativo!

Já em Nova Iorque, o Departamento de Saúde e de Higiene Mental publicou um guia bastante completo de como se deve apreciar o sexo (ou mais ou menos) em tempos de covid-19, incluindo as seguintes orientações:

Optar por contactos sexuais apenas com a pessoa/pessoas com quem se vive ou com pessoas dentro de um círculo fechado (estamos a presumir pessoas adultas, capazes de dar o seu consentimento e que consentem de facto!).
Limitar os parceiros sexuais e escolher apenas pessoas em quem se confie (esqueça as one stands do Tinder!).
Não ter vergonha de perguntar aos parceiros se tiveram ou têm covid-19 ou ainda se têm sintomas da infecção (se confiar na pessoa, não precisará de fazer figas para que não esteja a mentir!).
Apostar em sexphone, sexcalls, sexting ou em video-chamadas pelo WhatsApp (mas sempre com pessoas de confiança para não correr outro tipo de riscos!).
Evitar multidões (também no sexo!), mas quem não resistir a uma threesome, festa de sexo ou orgia, deve ter o cuidado de limitar a lista de convidados, procurar parceiros mais ou menos fixos/conhecidos, escolher um local bem arejado e de preferência ao ar livre, usar máscara, evitar os beijos, evitar tocar nos olhos, nariz ou boca sem lavar devidamente as mãos (e não se esqueça do gel desinfectante!).
O beijo grego (lamber ou beijar o cu) representa risco de infecção, já que o coronavírus transmite-se pelas fezes.
O uso de preservativos ajuda a reduzir o contacto com a saliva, sémen e fezes durante o sexo oral e o sexo anal, diminuindo os riscos.
A masturbação não espalha a covid-19. E a masturbação a dois também pode ser divertida e garante algum distanciamento social (se lavar bem as mãos e eventuais sex toys utilizados com sabão durante, pelo menos, 20 segundos, antes e depois do sexo).
Tomar banho antes e depois do sexo é mais importante do que nunca!
Aproveitar a situação para soltar o lado mais kinky. Seja criativo com posições sexuais e barreiras físicas, como paredes e black holes que permitam o contacto sexual sem permitir contactos demasiado próximos.

E sim, não é fake news, são mesmo normas do Departamento de Saúde de Nova Iorque. Se a DGS peca por falta, esta malta da "cidade que nunca dorme" não deixa (quase) nada por dizer!

Depois disto, sejam cautelosos e imaginativos... e lavem bem as mãos!