20 Septiembre, 2025 Dica útil para compreender a política que afeta a sua vida
Entenda o poder e o Estado.
Esta é uma dica fantástica que vos venho aqui ensinar e que aprendi como o meu novo ídolo, o professor Sousa Lara. Assim, vai poder obter conhecimento geral do Estado e do país, ficando mais fácil para si tomar decisões, formar opiniões e ter mais ferramentas para a sua vida.

Se já se perguntou o que realmente é o Estado, como ele exerce poder sobre nós e porque é que algumas decisões políticas parecem justas, enquanto outras causam revolta, este artigo é para você.
Vou explorar conceitos fundamentais da Ciência Política que ajudam a entender melhor o mundo em que vivemos - e como ele é governado.
O poder é o núcleo da Ciência Política. Mais do que impor ordens, ele envolve a capacidade de coordenar ações sociais por meio da autoridade. Segundo Sousa Lara (2017), o poder político é um fenómeno natural, exercido por um grupo sobre outro com o objetivo de organizar a vida coletiva. Essa organização, no entanto, não depende apenas da força ou da lei - ela precisa de ser aceita pela sociedade.
É aí que entram dois conceitos essenciais: legalidade e legitimidade.
A legalidade diz respeito à conformidade com o direito vigente. Um governo é legal quando atua segundo a lei.
Já a legitimidade depende da aceitação social: é quando os cidadãos reconhecem o poder como justo e necessário. Um exemplo claro é a pena de morte nos Estados Unidos. Embora seja legal em alguns estados, muitos cidadãos desses mesmos locais não a consideram legítima por razões morais.
Max Weber, citado por Sousa Lara, identifica três formas de dominação legítima:
- Legal-racional: baseada em normas formais, como as que regem tribunais e forças policiais.
- Tradicional: fundamentada em costumes. Um exemplo são as comunidades indígenas nos EUA, que mantêm chefias tribais e normas orais.
- Carismática: baseada nas qualidades pessoais do líder. Jesus Cristo é um exemplo clássico, cuja autoridade vinha da fé dos seguidores, não de um cargo institucional.
No mundo atual, marcado pela tecnologia e redes sociais, a dominação carismática tem ganhado destaque. Líderes digitais e empresários influenciam massas não por força legal, mas pela imagem e discurso que mobilizam seguidores.
A história portuguesa também oferece exemplos dessa tensão entre legalidade e legitimidade. O Estado Novo, embora legal, perdeu legitimidade, o que culminou na Revolução de Abril.
Nos EUA, o caso do Texas é emblemático: mesmo não sendo mais um Estado Confederado, muitas casas ainda exibem bandeiras da Confederação, revelando o que é considerado legítimo por parte da população.
Mas afinal, para que serve o Estado?
Sousa Lara (2017) aponta três fins fundamentais:
- Segurança: garantir a ordem e proteger os cidadãos.
- Justiça: assegurar igualdade no acesso a direitos.
- Bem-estar: promover condições dignas de vida, seja por ação direta ou subsidiária.
Esses objetivos só são alcançáveis quando há uma combinação entre legalidade e legitimidade. Sem legitimidade, o poder legal corre o risco de ruir. A coesão social depende dessa harmonia - e é isso que mantém o Estado funcional e respeitado.
Este artigo é uma dica útil porque nos ajuda a perceber que entender o poder e o Estado não é apenas para especialistas. É uma forma de compreender melhor as decisões que afetam o nosso dia a dia, desde políticas públicas até movimentos sociais.
Saber distinguir entre o que é legal e o que é legítimo torna-nos cidadãos mais conscientes e preparados para participar da vida coletiva com responsabilidade e senso crítico.
* Sousa Lara, A. de. (2021). Ciência Política: Estudo da ordem e da subversão (10ª ed.). Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas – Universidade de Lisboa.
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