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18 mars, 2021 A menina da limpeza

Há vários dias que eu e a minha mulher não parávamos de desatinar por tudo e por nada...

Costuma dizer-se que nunca é boa hora para ter uma discussão conjugal. Bem, a história que vos vou contar prova que nem sempre isso é verdade e que, como diz o adágio, às vezes há males que vêm por bem.

A menina da limpeza

Há vários dias que eu e a minha mulher não parávamos de desatinar por tudo e por nada. Aquela manhã não tinha sido diferente e culminou com ela a sair furiosa, batendo a porta com tal energia que até os bibelots estremeceram nas prateleiras.

Não contente com isso, na meia hora seguinte, a caminho do trabalho, desatou a bombardear-me com as SMS típicas de alguém que ainda não tirou todo o veneno do sistema.

Encontrava-me em plena frente de batalha, agarrado ao telefone a responder sofregamente a cada um dos seus impropérios, quando a campainha tocou.

Abri a porta de maus modos, preparado para escorraçar quem se atrevia a interromper o meu empenhado acesso de fúria. Só então me caiu a ficha... Tinha-me esquecido completamente que era dia da empregada da limpeza ir fazer a faxina da casa.

Em contraste com o meu ar de contínuo escolar, surgiu-me à frente uma rapariga dos seus 20 e quantos anos, com a pele negra acastanhada e uns dentes branco-pérola. Se falo nos dentes é porque eram verdadeiramente luminosos no sorriso que me oferecia e que me pareceu absolutamente genuíno e natural. Foi como se um raio de luz entrasse pela casa e levantasse o pó das coisas secretas...

Trabalhamos com uma agência, de forma que nem sempre é a mesma pessoa que nos aparece para fazer o serviço. Rute, como fiquei a saber que se chamava, só estava na empresa há um mês e era a primeira vez que vinha para a zona. Chegou a perder-se, confessou, com uma voz que sugeria caramelo, ainda a sorrir, como se o facto de se ter perdido pelas ruas de Lisboa fosse algo divertido.

Era tão desejável que dei por mim imediatamente a imaginá-la nas mais diversas posições da melhor escola das artes fodengas. Lembro-me que algumas imagens incluíam póneis. Nem reparei que me tinha esquecido completamente da minha mulher.

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Depois de lhe mostrar a casa e explicar o serviço, aproveitando todas as oportunidades para prescrutar nas abertas do vestuário qualquer amostra do seu mistério feminino, deixei-a entregue aos seus afazeres com a ideia de voltar, eu próprio, ao que estava a fazer.

Só dificilmente me lembrei do que era. E todo o rasto de fúria se tinha eclipsado da minha mente. Nada, nenhuma facada de ódio, nenhum aceno de raiva, nem uma fagulha de ressentimento. Não me apetecia minimamente voltar a discutir, ou comunicar de que forma fosse, com a minha mulher. E deixei-me ficar a anhar, apreciando aquela inesperada paz, primeira em semanas.

Mas uma inquietação tinha, afinal, substituido a outra. Ao fim de vinte minutos, a minha mente estava bloqueada numa imagem em redundância cíclica. Nada mais me ocorria e não conseguia escapar dela: o corpinho de Rute, dentro da sua feia bata azul, a transpirar das zonas mais côncavas e, por suposto, mais passíveis de gerar humidades essenciais. Respondendo aos impulsos do imaginário, o meu caralho concordava e crescia-me grotescamente nas cuecas.

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Sabia que íamos ficar pelo menos três horas juntos, pois a casa, não sendo grande, tem muitas áreas complicadas de limpar. Teria, assim, mais do que tempo para arquitectar uma estratégia em que ela acabasse nua à minha frente e, de preferência, a inclinar para a horizontal.

Só que, naquele momento, tinha tudo menos paciência para criar esquemas ou esperar por uma oportunidade, que até podia nem chegar. Na verdade, tinha sobretudo pressa. Pressa de despir aquela bata, de rasgar aquele véu de humildades e descobrir todas as maravilhas que escondia...

Perdi a cabeça e chamei-a.

- Rute? Anda aqui, se faz favor.

- Sim?

- Olha, tens namorado?

- Tenho.

- Boa. E gostas do trabalho que fazes?

Ela não achou estranho o salto da conversa.

- Às vezes. Há uns dias melhores que outros.

- E pagam bem? Quanto te pagam para vires aqui?

- 30 euros.

- Não é muito, pois não?

- Não.

Enquanto estávamos neste tete a tete, é preciso referir que Rute nunca parou de sorrir. Este pormenor é muito importante para se entender a atmosfera saltitante que naquele momento se desenrolava no meu coração, cujas pulsações disparavam em absoluto descontrole, como um desfibrilhador num carrinho de choque.

Tive que me esforçar para manter a lógica do discurso, ao mesmo tempo que mantinha as mãos à frente da cintura, para não a assustar com o tamanho mais que evidente do meu desejo.

- Olha... Então e se... Se eu te pagar um bocadinho mais, e tu fizeres um bocadinho mais também? Só limpar... não é um trabalho muito divertido, pois não?

- Não. - disse a rir.

- Podemos divertir-nos um bocadinho, então. Rimo-nos juntos. Passa-se melhor o tempo e tu ganhas mais. Para começar, tiramos essa bata desagradável e ficas mais à vontade. O que é que dizes? Pelo teu sorriso diria que não desgostas da ideia. És jovem... Gostas de te divertir com os rapazes, não gostas?

E agora reparem na candura desta resposta:

- Mas faço a limpeza na mesma, certo?

Emocionou-me tanto que lhe saltei logo para as mamas! Beijei-a ardentemente, até a língua lhe tocar nas cordas vocais. Depois virei-a de costas, sempre à pressa, empurrei-a contra a mesa do computador e fi-la dobrar-se em cima do teclado.

Levantei-lhe a saia da bata e passei a patorra inteira no seu rego delicioso. A imagem das suas cuequinhas, cujo motivo eram ursinhos cor de rosa em fundo branco, em contraste com a sua tez negra, era uma fotografia artística.

Forcei os dedos contra o algodão e senti que estava molhada. Bastante, mesmo. A conversa devia tê-la excitado tanto como a mim...

Não podia esperar mais... Baixei-lhe as cuecas, desapertei rapidamente o cinto das calças, libertando a fera ansiosa que aprisionavam, e enfiei-lhe o caralho na fenda maternal.

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Meti-o todo de um único empurrão, até sentir os tomates roçarem no seu rabo negro e com a pele mais suave que já senti na minha vida.

Toda ela, de resto, era uma superfície lunar sem crateras de qualquer espécie, uma planura de prazeres sensoriais que desafiava a melhor seda alguma vez produzida. A pele de um anjo deve ser assim.

Rute não se mostrou tímida, toda ela era naturalidade. Foi gemendo com doçura a cada uma das minhas investidas. Era altamente sensível ao toque e estremecia com as minhas mãos vaguentes sobre o seu corpo enquanto a fodia.

Mas, naquele momento era eu que tinha a minha dose de veneno para tirar do sistema, de modos que me esporrei precipitada e brutalmente dentro dela.

No cúmulo do êxtase, apertei-lhe bem as tetinhas, pois não eram mais do que isso, pequenas mamas de menina, mas com mamilos pontiagudos e duros, de mulher bem feita. Massajei-lhos bem entre as pontas dos dedos e aquilo levou-a ao delírio. Portanto, éramos dois a gemer quando me vim, o que ainda durou um bom bocado.

Passavam-se meses que não fodia com a minha mulher e não sou de traições. A questão é essa: eu não teria considerado trair o meu casamento com a primeira que me aparecesse à porta, se não fossem as constantes discussões que parecíamos incapazes de evitar. Às vezes são apenas dinâmicas passageiras, mas pode ser difícil sair delas. E no auge do momento, o que não é de desprezar, podem surgir auspícios de vinganças...

Como viram, eu não pensei duas vezes.

Não houve tempo para reflectir. Junta-se o apetite à vontade de comer, costuma dizer-se. Penso que foi assim naquele dia. Uma estreita conjugação de elementos gera uma espontânea - e lúbrica - tempestade perfeita, que desencadea ondas de choque de proporções imprevisíveis. Mais a mais quando, pelas razões explicadas, me encontrava tão necessitado de "libertação" sexual.

E foi essa mesma razão que me fez prosseguir com Rute sem sequer fazer a pausa da praxe para fumar um cigarrinho… Mesmo após o recente despejo, continuava a sentir pressa. O pecado fora cometido, pelo que não havia motivo para não o aproveitar ao máximo. E tinha muita esporra para dar e muito atraso para recuperar.

Tirei o caralho da fresta abundante de Rute, baixei-me até enterrar o nariz entre as suas nádegas e enfiei-lhe a língua na cona.

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Escorria esporra por todos os lados. Lambi tudo, transportando, como uma abelhinha zelosa, o mel que já estava disperso até zonas mais inóspitas. Com a ponta da língua levei-lhe uma boa dose de meita até ao buraquinho do cu, que reagiu com um piscar de olho. Lambi, mordi e sorvi com loucura aquele cu de ébano, que libertava os sumos mais inebriantes. Não me lembro do cheiro de outra mulher que tivesse tanto efeito em mim.

Levantei-me e voltei a apertar-lhe os bicos das mamas, enquanto espalhava um pouco da minha própria nhanha pelo seu pescoço. Sentia-me porco e queria esfregar as minhas excrescências nela. No fundo, queria banalizar, macular a sua pureza com tudo o que há de animal e anti-higiénico no sexo. Queria esfodaçar os seus canais mais nocturnos e fétidos.

Todo o homem tem, por vezes, no pico do sexo, a fase em que se liberta por uma vez, em absoluto, da moralidade imemorial que o escraviza. Então ele é devidamente o animal que nasceu para ser: o animal que deseja a víscera do outro animal: o sangue, a lágrima, o excremento.

Nesse esgoto, só no corpo do outro, o prazer não tem limites. Pode-se parir, matar ou morrer a foder assim. Não há beleza. Apenas volúpia monstruosa e inumana, abandonada há muito de qualquer lógica. Não há poesia. E quando não há poesia, aparece a verdadeira poesia.

Esse é o climax, o disparo humano que a todos nos faz permanentemente inquietos e ansiosos pela corrupção que providenciam os caralhos e as conas.

Obviamente, não pensei em nada disto na altura. Fui, aliás, bastante mais sucinto:

- Gostas no cuzinho?

Rute pareceu - ou fingiu - não perceber. Insisti.

- Levas no rabo?

Não hesitou.

- Sim.

Meti-lhe logo um dedo para confirmar. Com o unto da esporra, deslizou com facilidade até ao fundo.

- Humm... cu macio.

Rute sorriu, como qualquer dama respondendo a um elogio.

Desloquei a narça, já tesa de novo, e estacionei a cabecinha no hangar anal, só para avaliar a compatibilidade da entrada. Sem qualquer problema, a glande atravessou o primeiro aro e alojou-se inteirinha no cilindro oco do cu. Depois foi apenas empurrar...

Rute recebeu tudo sem queixas e com méritos, como uma boa apreciadora das virtudes do enrabanço. Fazia seguramente parte da sua rotina, pois manobrava com a maior das intenções. E, meus amigos, quando o nosso caralho trava amizade com um cu que o trata assim, é para sempre. 

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Devo referir, em género de rodapé final, que o meu casamento melhorou muito nos últimos tempos. Sobretudo, porque o meu comportamento passou a ser muito mais tolerante. Ando muito mais calmo, muito mais compreensivo e, até, mais carinhoso.

De tal forma que na outra noite a minha mulher me procurou para fazermos amor. Tive de inventar uma desculpa, pois foi dia de limpeza e não tinha pingo de sobra. A manhã inteira e uma boa parte da tarde a foder com a Rute, insaciáveis como dois rouxinóis do mar. 

A minha mulher também gostou dela e já comunicámos à agência que não mandem outra porque só trabalhamos com ela.

 

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.

Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.

Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com

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