21 janvier, 2023 Uma história igual a tantas outras

O que acontece quando dois adultos com uma infância não resolvida se juntam num namoro ou casamento?

Imaginem, agora, um parque infantil com castelinhos, casinhas, onde as crianças vão brincar. Levam os seus carrinhos, bonecas e acabam partindo tudo. Pois, é isto que acontece quando essas duas crianças quebradas, já adultas, namoram ou casam.

Depois na fase adulta é mais grave, pois esses castelinhos e parque infantil passam a ser casas (castelinhos de areia), carros (carrinhos), com empréstimos e filhos (bonecas).

Acontecimento

Dois jovens adultos decidiram casar no ano passado. O casamento chega ao fim após 4 meses quando ela descobre uma traição da parte dele.

O que dizem um do outro?

Ela, uma académica a trabalhar num bom cargo logo após o casamento, foi criada apenas pela mãe. Diz que ele não limpa bem as coisas, passa muito tempo fora de casa, que o fato que ele escolheu para o casamento deles é errado, que as coisas têm que ser "Agora", "Já", e que ela sabe o que é o melhor.

Ele, com um emprego razoável, criado apenas pela mãe tóxica, com um grau elevado de codependência que quando soube que ele se ia casar se tentou matar. Pai durante toda a sua vida a ser toxicodependente. Diz que ela é controladora, que se sente rejeitado por ela, pois tudo o que faz está errado. Diz também que se apaixonou pela outra mulher.

A outra mulher – mulher com um filho, cozinheira de profissão, a quem, há pouco tempo, o ex-marido, quando foi visitar o filho de ambos, lhe bateu de forma violenta quando descobriu as mensagens no tlm dela com este homem casado.

Padrão

Ele – mãe problemática sempre em dor. Pai ausente = rejeição.

Quando a mulher o chama constantemente, atenção, ele sente rejeição a dobrar porque nunca lidou de forma profissional com a rejeição que teve na infância. Apaixonado? Sim, está, mas é pela dor da amante. A dor que lhe é tão familiar que lhe foi ensinada pela mãe. Sem saber, de forma inconsciente, escolheu para "mulher" o pai, e para "amante" a mãe.

Ela – pai ausente que construiu uma outra família em outro país. Essa rejeição levou-a a querer criar a perfeição. O perfeccionismo leva ao controle. Nada pode falhar, pois não quer sentir a rejeição novamente por parte de ninguém. A menina perfeita. Escolhe, então, para marido, alguém que também não está emocionalmente disponível para ela. Inconscientemente, tenta ser perfeita para não sentir rejeição, mas a dor dela acaba por encontrar outro ser humano em dor que a vai rejeitar porque emocionalmente não esta disponível.

Eu? Eu fui a este casamento. Como não sou muito sociável porque as conversas casuais sem conteúdo cultural cansam-me, então, fiquei a fazer o que faço de melhor. Sento-me sossegada, e ali fico a analisar e a olhar para as pessoas.

O ser humano entretém-me imenso! Reparo que a noiva andava às voltas e mais voltas para ver se estava tudo bem – tudo controlado, tudo perfeito. Já ele parecia um figurante no seu próprio casamento.

A mãe dele "apanhou-me" e esteve uns 30m a falar dos problemas dela! Tentei ajudar, mas ao quinto minuto percebi que era uma pessoa desonesta, manipuladora, e decidi fechar a boquinha e rematei a dizer-lhe que ela precisava de terapia de grupo! LOL, saiu-me!

Realmente é o que eu penso! Não precisa de um psicólogo, mas sim de um grupo que a desmonte (que a desconstrua, pronto, mais bonito assim).

Pensei eu: "Este casamento vai acabar rápido!"

Conclusão

Parem, hey, vocês aí, parem! Shiuuuuuuu, caladinhos(as). Parem, parem de andar a brincar às casinhas, aos filhos.

Se há danos que foram feitos na infância, vão tratar desses danos primeiro. Quando vos dói um dente não vão ao dentista?! Então, porque não vão ao psicólogo quando vos dói a alma?! Qual é a dúvida aqui?

Perguntam vocês agora: E aquelas pessoas que tiveram uma infância má, mas não são casadas e nem namoram?

Resposta: Essas recusam a pés juntos que não querem nem namorar nem casar, mas passam uma vida em guerras, conflitos, e a fazer mal às pessoas. Tentam prejudicar outro ser humano para aliviar a dor imensa que têm dentro delas. Essas também precisam de terapia de grupo! :)

É tudo por agora.