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07 abril, 2022 O patrão e a empregada - Parte XV

O dia de casamento...

Vera queria ir para casa logo após o casamento, para nos deixar a sós na lua-de-mel. Fodemos, só eu e ela, a última vez, na manhã do casamento. Entrei no quarto dela sem avisar e continuei sem avisar quando a atirei ao chão e a penetrei em cima da carpete. Foi Aurora que insistiu que o fizéssemos. Que nos fodêssemos até nos tirarmos do sistema. Para verem a mulher com quem eu ia casar… ;-)

O patrão e a empregada - Parte XV

Estou no sofá da sala a folhear o jornal. Apesar do dia grande que se aproxima, sinto-me surpreendentemente relaxado. Aurora chega com um top desportivo a apertar-lhe as mamas e uma saia leve, e nada debaixo dela. Olho-lhe para o recorte da racha enquanto se senta à minha frente. Tem as faces rosadas como se tivesse acabado de foder, o que não é o caso.

Há uma teoria que sugere que o único momento em que uma mulher adulta é capaz de regressar à infância acontece nos primeiros 20 segundos depois do orgasmo... Com Aurora não é preciso, pois esse é o seu estado natural. Tem uma expressão de deleite – e de delito – permanente. Os gestos, a textura, as próprias cores... Toda ela funciona, basicamente a tempo inteiro, como se tivesse acabado de se vir.

Observo-a como um missionário encandeado olha um sucedâneo do sol, carregado de vitaminas sensuais, sensoriais, que ilumina e aquece os meus dias mais do que qualquer astro universal. A carinha dela, vermelhusca de alegrias, é impagável e não tenho outro remédio senão largar o jornal e dar-lhe a atenção que ela merece. Aurora sabe bem como captar o meu interesse, nem precisa de fazer ou dizer nada.

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É a manhã do casamento e ainda não se vestiu. Não quer que a veja com o vestido de noiva porque dá azar.

E não quer foder. Sabe que apenas há uns minutos me esporrei todo na cona de Vera, a figura maternal que elegeu como madrinha, e não estou por isso ainda em condições de recuperar a erecção. Além disso, não me quer gastar antes da noite de núpcias.

O que quer então esta criatura divina, que entrou na minha vida como uma mera funcionária doméstica e está apenas a um par de horas de se tornar minha mulher?

Pois Aurora não quer nada mais do que dizer-me o quanto está feliz, imensamente feliz, e que me ama! O que vem muito a propósito, pois eu também a amo!

Acho que podemos dizer, em função dos nossos incandescentes sentimentos, que se trata de um casamento por amor e por interesse. O amor está explicado no momento que acabo de descrever, e quanto ao resto, temos todo o interesse em foder-nos o mais possível, um com o outro, um ao outro - mesmo que alguém mais esteja presente.

Meto-lhe o dedo pelos lábios húmidos da cona leporídea e beijo-a. É o último beijo que damos enquanto Patrão e Empregada.

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Não creio que seja necessário alongar-me sobre os acontecimentos da boda. Foi muito simples e festiva, com apenas alguns amigos mais “chegados”, poucos mas bons. Os dois sabíamos como queríamos que decorresse o dia mais importante das nossas vidas, de forma que tanto a família próxima como os “conhecidos” ficaram fora da lista de convidados. Não era páreo que algum deles aguentasse.

Na plateia dos jardins onde demos o nó, numa cerimónia dirigida por um poeta blasfemo que ambos adorávamos, estavam por isso apenas os “parceiros” das nossas aventuras, gente que apreciava os sinuosos caminhos da loucura sexual tanto como nós.

Para não restarem dúvidas do que estou a falar, assinalo o momento em que o "sacerdote" de ocasião nos declarou marido e mulher. Aurora beijou-me apaixonadamente e depois, com a líbido despertada pelas emoções do momento, baixou-lhe as calças e fez-lhe um broche até ele se vir na boca dela.

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Só quando o homem grunhiu de gozo entraram os violinos da marcha nupcial, a que se seguiu o imprescindível lançamento de baguinhos de arroz, que deu à reunião o tom tradicional que ela não precisava mas que achámos piada reproduzir.

E com as hostilidades abertas assim pela minha esposa, com a nhanha do poeta a escorrer-lhe pelos cantos da boca, não tardou a que se começassem a mamar todos uns aos outros, imagem que ilustraria, de resto, o apanhado geral das celebrações.

Depois das fotografias da praxe, Aurora puxou-me para os bastidores, para um momento a sós, baixou as cuecas e virou-me o cuzinho de coelho. Foi a primeira vez que lhe fui ao cu enquanto marido e mulher, e não foi estranho que essa fosse a modalidade escolhida para iniciar a nossa travessia conjugal: era a preferida de ambos e a menos propícia a criar futuros embaraços.

Não queríamos filhos, para já. Só queríamos estar juntos e explorar cada poro, cada orifício, cada extremidade dos respectivos corpos, e não planeávamos incluir nessa equação nada que a pudesse condicionar.

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A própria cerimónia era suposto, assim o tínhamos idealizado, ser um momento íntimo em que proporcionávamos diversão aos nossos convivas mas nos reservávamos para nós mesmos. Um pequeno delírio de fidelidade que, naturalmente, não vingou.

A vista de tantos corpos nus, caralhos e conas a cirandar palpitantes pelo jardim, toldou-nos as intenções e cedo percebemos que o melhor a fazer era alinhar na atmosfera que naturalmente se tinha criado.

Assim, demos ordem um ao outro para desfrutar, o que Aurora não desprezou, arranjando de imediato um par de voluntários que lhe tratasse das comichões. Sem grandes delicadezas, como seria de esperar numa recém casada, o primeiro meteu-se-lhe entre as pernas e penetrou-a logo, com cuecas e tudo, enquanto o segundo, sentado em cima das suas mamas, lhe enfiava o tarolo no esófago.

Aí a minha amada não conseguiu suster mais as lágrimas, pois a emoção era realmente muita.

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Por essa altura eu estava entregue às mãos experientes de três damas de honor, que tinham em comum as conas peludas, um ligeiro excesso de peso e o facto de não serem de cerimónia.

Trataram de mim como um equipa de enfermeiras cuida de um paciente inglês. Parecia uma máquina demasiado oleada. Enquanto uma me punha a mama na boca, a segunda engolia-me a picha e a peça restante lambia-me o cu. Sentia-me a pairar numa nuvem branca.

E o dia seguiu assim, nessas e noutras tonalidades de carne viva...

Aurora atarefava-se entre os convidados, não queria discriminar. Nem o motorista se escapou.

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Era a rainha da festa e desejava intensamente que todos “a” celebrassem. Não encontrou ninguém que se fizesse rogado. Homem ou mulher, novo ou velho, gordo ou magro, não deixou nenhum de mãos a abanar e todos foram para casa com uma recordação inesquecível do dia do nosso casamento.

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Estávamos em pulgas para ver o álbum de fotografias… Iríamos certamente revê-lo muitas vezes, para assim revisitarmos o doce momento, repleto de sexo, libertinagem e deboche, que ligou para sempre as nossas vidas.

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Não durámos até ao dia seguinte. Cerca das 11 da noite estávamos todos rebentados. Eu tinha o caralho vermelho e inchado e sentia que não tinha nem mais uma pinga de esporra para adubar os campos.

Aurora ia e vinha de cona agora escancarada, alargada pela sucessão de caralhos que havia experimentado pelo dia dentro. Largava gosma por todo o lado, como um caracol tarado que deixasse o seu rasto seminal para que os restantes bichos o pudessem seguir.

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Finalmente despediram-se os últimos resistentes do sarau, os mais vigorosos ou simplesmente os mais tarados, e entrámos no carro para ir para casa. O motorista ainda olhou de soslaio, na expectativa duma reprise da matiné, mas então a minha amada tentava por tudo resgatar uma punheta ao pobre desgraçado que eu transportava entre as pernas, mais morto que vivo, e ainda que milagrosamente o tivesse ressuscitado por momentos, não sacou dele nem uma lagriminha de cão.

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Acabámos deitados, estafados, abraçados e mais apaixonados do que nunca, na nossa nova cama de casal – de casados! E então Aurora pediu-me algo que nunca tinha pedido: que fizesse amor com ela!

Não sei se imaginam o difícil que foi para mim só encaixar aquele pedido. Se mesmo com a tesão de uma semana já me seria difícil seguir os protocolos do coito, digamos, mais filial, mais doméstico, mais de cabeça que de tronco, a ressaca de cona e de cu que tinha apanhado durante o dia não parecia permitir-me ter algo mais a oferecer.

Só que era o primeiro pedido da “minha mulher” enquanto tal, e finquei que o havia de respeitar como ao último pedido de um moribundo (que, por falar nisso, era tal e qual como me sentia).

Enchi-me então de fé e tentei corresponder aos clássicos, à postura de movimentos que se espera encontrar nos melhores romances e novelas, mas rapidamente percebemos que a ideia não sabia por onde ir. Em menos de nada voltámos a ser os dois coelhos rebarbados de sempre e lá se foi o aparato amoroso. As nossas fodas não eram de mel, eram de óleo queimado.

É preciso compreender que o nosso amor não era igual ao de mais ninguém. Aurora e eu tínhamos a nossa própria forma, muito específica de nos amarmos. E não incluía necessariamente a parcimónia dos amantes famosos, Romeu e Julieta, Otelo e Desdemona, Pedro e Inês... Quanto muito, a nossa prática amorosa espelharia um recontro entre um rottweiler e uma cascavel do deserto…

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Éramos quem éramos e por isso, sem dúvida, nos tínhamos encontrado. Não sabíamos o que esperar da nossa vida em comum, mas sabíamos com autoridade que não ia ser rotineira e plácida. Não o foi até aí e nem na ansiada noite de núpcias.

Sendo eu quem sou e Aurora quem é, mal a deitei na alcova nupcial parti-lhe o cu todo, e ela chupou-me com tanta força que conseguiu descobrir nos meus testículos uma bolsa de esporra que eu nem sabia possuir. Na explosão do meu último orgasmo da noite, tive que lho tirar da boca antes que se afogasse…

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A minha história com Aurora não termina, obviamente, aqui. O casamento passou mas a vida segue nas páginas em branco e a nós cabe colori-la o melhor possível, de acordo com os nossos desejos.

Mas é aqui que termino este relato, feito de capítulos tórridos e transcendentais, da nossa união. Dos níveis de perversão descobertos e tentados desde o dia em que nos conhecemos, eu ainda o patrão e ela ainda a empregada. Dos degraus que subimos na aprendizagem recíproca e de cada qual. E dos elos que se conjugaram entre nós, com o beneplácito do destino e a mão amiga do universo, para orquestrar uma conexão íntima, voraz, lúbrica e plena de toxicidade sensual que, aconteça o que acontecer, nunca mais será quebrada.

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Ainda que chegue um momento em que apenas existamos nas nossas memórias (deixem-me só bater na madeira), elas serão sempre a glorificação de um amor nascido do pensamento livre, da busca pela felicidade do corpo e da alma.

E se outra moral não sair desta narrativa, que ao menos perdure essa: que tudo o que fizemos, todas as transgressões que praticámos, todos os preconceitos que derrubámos, tiveram um único propósito em mente: a alegria do amor sexual!

Deixo-vos com ela, partilhando-a com a esperança de que a façam vossa. Pela minha parte, peço que me desculpem, mas agora tenho que ir ali. Aurora está em cima da cama, à minha espera, e segundo me comunicou, acabou de se mijar toda nas cuecas…

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FIM

O patrão e a empregada - Parte XIV

O patrão e a empregada - Parte I

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.

Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.

Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com

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