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06 agosto, 2020 Dominação virtual e suas possibilidades de prazer

Mas é possível fazer dominação pela web? Sim!

Olá malta! Já faz um certo tempo que eu queria escrever um texto a falar um pouco sobre as práticas de Dominação pela web, mais especificamente sobre FemDom (Dominação Feminina), que é algo que eu sempre gostei de fazer e que há alguns bons anos atrás praticava fora da web. Mas devido ao comportamento um tanto ou quanto obsessivo de alguns submissos e por mudanças pessoais na minha vida, acabei por afastar-me do meio BDSM e hoje faço apenas virtualmente.

Dominação virtual e suas possibilidades de prazer

Mas é possível fazer dominação pela web?

Sim!
Ainda que não exista o contato físico entre as duas pessoas, utilizar a criatividade pode ser algo muito divertido e agradável para ambas as partes.
Vou colocar aqui uma lista de práticas que eu gosto bastante de fazer e que considero as minhas especialidades.

Podolatria - Fetiche por pés

Nos shows para podólatras, eu costumo colocar mais o foco nos meus pés, o que não quer dizer que eu fique o tempo todo deitada ou com a câmara apontada para os pés e a movê-los.

Já tive clientes que pediram-me para pintar as unhas dos pés, passar creme, vestir meias finas, lamber e até mesmo mordiscar os meus pés - estas últimas aí exigem um certo alongamento e talvez até um pouco de contorcionismo.

Também há a possibilidade de simular foot-job com um dildo, ou seja, utilizar os pés para simular uma masturbação peniana, bem como masturbar-se em alguns ângulos específicos para que o espectador veja também os pés.

Há até quem goste de ver-me a caminhar com meias brancas até que fiquem sujas ou que use a mesma meia por uns dias para que ganhem odor.

Em certa ocasião, um cliente que queria comprar um par de meias pediu para que eu as usasse por vários dias seguidos e que, no último dia, fizesse um vídeo a caminhar pela rua só de meias, ou seja, sem calçado, para que elas ficassem mesmo bem sujas. Isto deve ter sido mesmo engraçado para quem viu a cena de longe: uma mulher a caminhar de meias, a subir nos canteiros, com o telemóvel na mão e a falar sozinha.

Outra coisa também comum neste segmento é o fetiche por sapatos que pode ir desde sapatos de saltos, até tênis e chinelos.

Controlo de orgasmo

Essa é uma prática que tem bastante procura, principalmente para quem quer iniciar-se como submisso, porém entendam como controlo de orgasmo algo diferente de uma “masturbação guiada”.

A piada em controlo de orgasmo não está apenas na forma como a masturbação será conduzida, mas em formas de não atingir o orgasmo antes da vontade de quem está a dominar.

E para tornar essa prática mais interessante, pode-se propor algum tipo de desafio com algum tipo de castigo ao final, como por exemplo estipular um tempo máximo de controlo e caso o submisso atinja o orgasmo antes do tempo, ele deve oferecer um extra à dominadora, que pode ser uma prenda em dinheiro ou comprar-lhe algo que queira - e para os mais hard-core e bem resolvidos, uma lambidela no próprio esperma pode ser bem divertida.

CBT - Cock and balls torture

Trata-se de um tipo de tortura física ao pénis e aos testículos. É uma prática que pode ser acrescentada durante o Controlo de Orgasmo.

As formas de tortura podem ser variadas, desde prender ou amarrar o pénis e os testículos com anéis próprios para a prática ou elásticos e atacadores, utilizar molas de prender roupas, cera de vela quente, tapas, beliscões, chineladas e até mesmo socos. As possibilidades são muitas, basta usar a criatividade.

Eu que sou um bocado sádica, posso dizer que adoro essa prática.

Feminização

É o fetiche em vestir-se com roupas e acessórios femininos, como cuecas fio-dental, sutiã, meias de liga, vestidos, mini-saia, saltos altos, pulseiras, brincos, maquilhagem e até mesmo utilizar peruca.

Também gosto muito desta prática e já fiz clientes montarem-se para mim em frente à câmara, com direito de os ensinar a rebolar e a fazer um strip-tease.

Humilhação

Para mim não é algo que consiste apenas em xingar o submisso, mas sim em ter prazer em vê-lo humilhado.

É claro que quem procura por humilhação sente prazer com isso, mas é necessário ter um certo grau de sadismo para poder gozar com o facto de alguém sentir prazer em ser insultado, menosprezado, ser impotente ou até mesmo duvidar da sua sexualidade. Esta última eu acho a mais complicada pela grande quantidade de homens que não conseguem assumir a sua sexualidade e vivem angustiados por terem de esconder uma parte de si mesmos, mas é aquilo, se o que causa desconforto dá prazer e não é crime, é totalmente válido.

Inversão de papéis

Isto é algo que funciona mais fora da web, mas também é possível e é algo que depende também da criatividade de quem pratica de forma virtual.

O submisso pode utilizar-se ou não do recurso de feminização para a prática, mas é interessante o uso de algum tipo de brinquedo sexual, que na falta deste pode ser substituído pelos próprios dedos ou algum tipo de objecto cilíndrico, mas é necessário ter cuidado com objectos que não sejam próprios para uso sexual, já que podem causar algum tipo de contaminação cruzada causada por micro-lesões ou até mesmo ficarem presos dentro do reto.

Há brinquedos sexuais no mercado com preços desde 15€, portanto vale a pena investir em um brinquedo se gosta desse tipo de prática.

Quem está a dominar, pode usar o dildo com uma cinta e simular masturbação.

Role Playing

Esta creio que é uma das práticas mais criativas, é um jogo que envolve interpretação de papéis.

É possível criar uma cena com uma professora malvada, uma chefe abusiva, uma funcionária chantagista e até mesmo a esposa, algo que muitos cuckholds que procuram-me pedem.

Roupas e acessórios podem ser bem interessantes para incrementar ainda mais a cena. Basta usar a imaginação e entrar no “faz-de-conta”.

FimDom - Dominação Financeira

Bastante comum, mas difícil de fazer porque exige não só do submisso um platô financeiro um pouco mais alto para fazer as vontades da dominadora, bem como para a dominadora que precisa saber fazer dominação psicológica muito bem.

Ao meu ver, não resume-se em dizer “transfere-me aí 50€”, é necessário estudar o submisso para poder saber como conseguir o que se quer e para isso, algumas vezes, é necessário criar algum tipo de vínculo.

Já apareceram-me aí alguns tipos com esse “suposto fetiche”, porém mesmo as propostas parecerem muito boas, estavam mais interessados em meter conversa para conseguir meus dados bancários para usarem sabe-se lá para quê e quando eu exigia que fizessem uma transferência de um valor bem abaixo do que propuseram para que pudessem comprovar que estavam mesmo dispostos a isto, faziam-se de vítimas e começavam a ofender-me, e eu que não tenho a menor paciência para falso vitimismo e sou extremamente desconfiada, acabava por bloqueá-los, porque eu acredito que quem quer mesmo este tipo de dominação tem que mostrar logo a que veio ao invés de ficar a fazer promessas para ganhar minha confiança ou tomar meu tempo.

Existem várias outras práticas de dominação dentro do BDSM, porém creio que estas são as mais fáceis e simples que qualquer pessoa, mesmo com poucos recursos em termos de acessórios, podem fazer virtualmente, basta soltar a imaginação.

Apenas lembrem-se de deixarem claro os vossos limites e se necessário definirem uma palavra de segurança, assim ambos podem desfrutar do momento.

Beijos grandes da Suzana!

Suzana F.

Suzana F.

Suzana F. é mente aberta, observadora e crítica por natureza. Apaixonada por literatura, ama ler e escrever sobre sexo. 

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