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06 abril, 2015 O Facebook do Fetiche

É uma rede social em crescendo com nudez, sexo explícito e muitos tarados portugueses...

Já ouviu falar do Fetlife? É uma rede social semelhante ao Facebook, mas sem as suas restrições, nomeadamente relativamente a nudez e sexo explícito. Nesta comunidade online gratuita, cabem todas as taradices, do BDSM a outros fetiches, e muitos portugueses...

O Facebook do Fetiche

O céu dos fetichistas!

Um verdadeiro "paraíso kinky"! Eis como se apresenta o FetLife, uma comunidade da Internet que inclui mais de 3,7 milhões de participantes, mais de 80 mil grupos de discussão e quase 20 milhões de fotos partilhadas.

Semelhante ao Facebook "mas gerida por tarados como tu e eu", salienta-se no site da rede social, trata-se de um espaço que criado em 2008 pelo canadiano John Baku e que pretende agregar adeptos de fetiches sexuais de todas as modalidades.

Portugueses tarados por collants e fraldas

Da comunidade de utilizadores do FetLife fazem parte vários utilizadores portugueses, o que ilustra que o universo "kinky" está bem vivo neste país à beira-mar plantando. Há fetichista de pés, de collants, de fraldas, dominadores, mestres, escravos... Uma lista que prossegue para todos os gostos!

Num grupo denominado Portugal há mais de 1600 membros, de norte a sul do país, mas há ainda um grupo de fetichistas dos collants, outro de fãs do BDSM e outro ainda em torno da sexualidade alternativa. Também há crossdressers, adeptos do cuckholding extremo [modalidade em que uma esposa é sexualmente controlada e dominada por outro homem, o chamado "bull master" - ou mestre touro numa tradução literal], fãs de dogging [sexo em público que mistura os prazeres do voyeurismo e do exibicionismo], de chubby facesitting [basicamente uma mulher gordinha sentada na cara de um homem] e de infantilismo [o uso de fraldas e de chuchas].

Para transgénero, sem género e até assexuais

A atestar a absoluta abertura de espírito do FetLife, na opção para escolher o Género, quando se faz o registo na rede social, incluiem-se ítens como Crossdresser ou travesti, transexual, transgénero, intersexo, machona, "género esquisito" ou "género fluído", além dos tradicionais Feminino e Masculino.

A possibilidade da orientação sexual vai do heterossexual, passando pelo homossexual e pelo bissexual, até ao assexual, ao pansexual ou ao incerto, entre outros.

E quanto ao papel preferido no sexo, incluiem-se dominante, submisso, mestre, escravo, sádico, masoquista, sado-masoquista, papá, mamã, bebé, fetichista, "kinkster", hedonista ou "baunilha".

Entre os fetiches mais populares da rede social, conforme listado pelo site, inclui-se o Bondage, o "Spanking", puxar cabelos, olhos vendados, morder, a "dirty talk", algemas, disciplina, coleiras, jogos de rabo, cera de vela, brinquedos, masturbação, mestre/escravo e sexo em público.

O FetLife apresenta-se como um local perfeito para fazer novos amigos "kinky" e, particularmente, para ficar a conhecer pessoas próximas do lugar onde se vive com os mesmos fetiches ou preferências sexuais. Também possibilita a partilha de eventos, nomeadamente de festas de sexo, e permite fazer perguntas, obter conselhos e dar recomendações aos menos experimentados.

É, no fundo, um lugar para aprender, partilhar e explorar fetiches que promove a aceitação dos outros tal como eles são.

"O FetLife não é um mercado de carne", dizem também os seus criadores, notando que no site há "menos "trolls", menos BS e mais pessoas reais".

De onde vem a palavra fetiche?

Foi o psicólogo francês Alfred Binet [1857-1911] quem "inventou" a palavra fetiche que, em termos lactos, se refere ao prazer e/ou à excitação sexual associados a determinadas partes do corpo (os pés, por exemplo), a funções fisiológicas (comer: o Feederism; urinar: o Golden Shower), a peças de roupa (latex) e objectos (bicicletas), a determinados locais (sexo em público) ou a formas peculiares como o Bondage e o BDSM.

Os fetiches não são considerados problemas, desde que sejam realizados em situações de mútuo consentimento e sem que se tornem práticas obsessivas.

Gina Maria

Gina Maria

Jornalista de formação e escritora por paixão, escreve sobre sexualidade, Trabalho Sexual e questões ligadas à realidade de profissionais do sexo.

"Uma pessoa só tem o direito de olhar outra de cima para baixo para a ajudar a levantar-se." [versão de citação de Gabriel García Márquez]

+ ginamariaxxx@gmail.com (vendas e propostas sexuais dispensam-se, por favor! Opiniões, críticas construtivas e sugestões são sempre bem-vindas) 

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