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25 junho, 2017 A fantasia da virgem

Já “tiraram os três” a alguém? E que tal?

Há quem pague milhões para poder ter a honra de ser O Primeiro, mas no fundo, o que é que de facto está em jogo?

A fantasia da virgem

Pelo sexo, não é. Garanto. Nunca tirei a virgindade a ninguém em idade adulta (ainda bem!), mas perdi a minha juntamente com a outra pessoa. Se na História houvesse lugar para um monumento sobre a mau sexo, aquele momento seria o ideal. Horrível. Descoordenação, dor e sangue. Tanto se aplica a uma perda de virgindade ou a um homicídio não premeditado.

Pela fantasia da virgem? Talvez. Há quem se excite com todo aquele cenário, a rapariga inexperiente a ser desflorada pelo homem vivido e as lágrimas de dor misturadas com os gemidos agudos sincopados. Acredito que isto faça parte do motivo, mas não é por isto que se pagam somas exorbitantes.

Paga-se pelo simbolismo do momento. Ser O Primeiro. Por muitas fodas que se dê, O Primeiro será sempre esse. Dito assim soa a algo perverso - que o é - mas se dois adultos fazem um contrato com vista a ambos tirarem proveito de algo, quem somos nós para criticar?

É errado? Depende do ponto de vista. Para a maioria talvez, para a pessoa que fica com um milhão na conta, poderá não ser. O simbolismo é o que fazemos dele: sagrado para mim, profano para o próximo.

A mim tinham de me pagar um milhão para eu foder com uma virgem novamente. Só de pensar no trabalho e na cagada que no final, não há simbolismo ou fantasia que o valha.

Acabei de aumentar o preço para dois milhões, só por causa das merdas.

Boas fodas e até quarta-feira.

Noé

Noé

Noé

Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.

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