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02 abril, 2017 Foder de raiva

A vingança da tesão e a tesão da vingança

Ela fez, disse e acontece. Portas batem no vazio de uma casa, silêncios que enchem uma cabeça.

Foder de raiva

A anestesiante dor da raiva. Justificadora de pensamentos, actos e decisões. Quando ouves a porta a bater e, num momento, (ir)refelectido decides passar toda a tua mágoa para o que tens entre as pernas. É o teu caralho que legisla agora, “O Juíz Decide” como se o martelo a bater fosse o de carne e não o de madeira. Cego de vingança, com sede de cona, morto por matar, procuras naquele instante de carne e prazer uma panaceia de corpo para os males da alma. A tua respiração ofengante procura no telemóvel, um nome, dois nomes, três pratos. O gemido da outra mulher abafa o grito da tua, o suor salgado das pernas e o doce toque estranhamente familiar de uma lingua no teu corpo é o relaxante mais que necessário. Não há farmácia de serviço que venda melhor analgésico. Não o fazemos para magoar a não ser a nós mesmos, como se aquele acto de fode outra não seja mais nem menos que uma auto-flagelação. Não vamos dizer-lhe. Não vamos à outra pessoa dizer que fodemos outra por “culpa” dela. Admitam.

Admitam que o fazem porque querem apenas comer outra cona e só estavam à espera da desculpa certa.

“Sabes, eu até nem a queria foder, mas houve aquilo do outro dia e olha…”, como se agora a culpa de isso ter acontecido fosse da rapariga que te gritou e que fez outra gritar por tabela. Elas não são tão mesquinhas como nós. Quando uma gaja está mesmo fodida connosco, é a sério. Quando nós estamos fodidos, somos mais gajas que as gajas e a mesquinhice toma conta de nós.

Tenho vergonha destes momentos, sabiam? Quando o meu refúgio à mágoa é de ir foder por fora.

Nestes momentos, gostava de ser gaja, ser homenzinho e foder uma gaja porque me apetece.

Não para fugir.

Boas fodas e até quarta.

Noé

Noé

Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.

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