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20 julho, 2016 Guia de engate de verão - Ep.5: "No festival de música”

Nada temas, Zezé Camarinha dos 300! Estou aqui para ajudar.

Até ao final do mês de julho, a minha coluna bi-semanal está em modo férias mas isso não significa que eu descanse. Todas as dicas e possibilidades que podem surgir nos espaços mais tipicos de convivio social, pelas mãos de quem já as pôs em prática. A maioria delas, pelo menos.

Guia de engate de verão - Ep.5:

EP. 5 - "NO FESTIVAL DE MÚSICA"

O gosto musical é como o gosto sexual, concordam? Cada um ouve o que quer, tal e qual como cada um leva onde quer. Se te faz feliz e não incomoda terceiros, força nisso. Desde há bastantes anos, que os festivais de música de norte a sul têm proliferado por esta terra e são cada vez mais um destino de férias para muitos que conseguem encontrar em 3 ou 5 dias, o descanso de alma que tanto almejaram durante o resto do ano. Existem festivais para todos os gostos, idades e carteiras, mas há aqui um ponto em comum: se podes entrar num festival sem os teus pais, então podes foder no mesmo.

Talvez seja apenas impressão minha, mas a música começa a ser cada vez menos importante nos festivais e basta olhar para os cartazes para perceber isso. O pessoal quer é festa e rambóia e não importa quem lá está em cima do palco de microfone nas beiças. Claro que isto é discutível e ainda há muito boa gente que se desloca a recintos festivaleiros com o propósito de apreciar um concerto… mas se for esse o caso, então o resto deste artigo não é para ti.

Bom, agora que só ficou a ler quem fode, vamos ao que interessa e sem papas na língua: foder num festival é do caralho. Só o consegui uma vez e isto foi na altura que eu era um rapaz cheio de pêlo na venta. Mas as regras não devem ter mudado assim tanto e olhando bem para a forma como elas vão descascadas para os festivais, fica complicado não ficar com o tassalho arrebitado mesmo quando se está a ouvir Anselmo Ralph. A fauna de um festival é, na sua maioria, de chavalada nova. Ora, chavalada nova gosta de pinar. Foda-se, até os velhos gostam de pinar mas isso fica para o dia que escreva sobre engatar num lar. Entenda-se por chavalada nova, algo no intervalo de 19 a 29 que quero crer que cubra (que trava-línguas!) alguns dos meus leitores.

Uma coisa é certa: se vais para um festival com o intuito de foder, vais apanhar uma desilusão.

Há tanta distração, tanto barulho, tanta gente e tanta coisa para se fazer que ninguém se está a imaginar a fazer/receber um broche perto da bancada de venda de merchandising das bandas. As melhores coisas são fruto do acaso e se assim acontecer para ti este verão, então ainda bem.

Mas por uma questão de coerência, digamos que estás mesmo determinado a espetar uma bem dada nalguma festivaleira. Não vais sair feliz desse festival, sem um festival de cona e queres por tudo esporrares a cara de alguém ao som de Anselmo Ralph (calma fãs de Anselmo Ralph, nada contra!).

O que fazer? Vamos desconstruir a fauna deste sítio e depois ver o que conseguimos fazer: GRUPOS! Muitos grupos. Festival de música é uma actividade gang-banguística! Grupos de 3, 4, 10 e 20. Nas tendas, nos bungalows e dentro dos carros. Conhecer alguém num festival é extremamente fácil e as pessoas até estão bastante receptivas a novas amizades, sendo que as bebedeiras também ajudam a desinibir o nosso discurso (até demais!). Tal como uma manada de gazelas, estes grupos deslocam-se em bando de um sítio para outro e, tal e qual um leão na savana, temos de separar a presa do grupo para lhe afincar o dente. Os grupos são muito protectores dos seus membros, especialmente dos femininos. Um leão reconhece outro leão e é por isso que os - supostos - machos alfa de cada grupo vão de imediato desconfiar de qualquer abordagem masculina a uma das suas amigas. Os piores sítios para se tentar engatar são precisamente os mais movimentados: concertos e filas para ir comer. Com uma excepção! Existe, de facto, um unicórnio do engate festivaleiro e estou a falar das filas para a casa de banho. Por alguma razão, os WC’s dos festivais tornaram-se um meeting point para travar amizades, além que elas até se alinham todas em fila-pirilau para um gajo poder ter uma melhor visualização da coisa. Gajo que saiba explorar a fila do WC de um festival, é um gajo que consegue terminar o dia com um molho de números de telefone novos no telemóvel e foi assim que conheci uma gaja fantástica do Porto na Zambujeira do Mar há alguns anos. Mija aqui e mija ali, olá aqui e olá ali, uma indicação que o WC estava livre e algumas horas depois já tinha os meus dedos dentro daqueles calções de ganga a ver-se as bordas.

Apesar de não ter ouvido Anselmo Ralph, os gemidos da menina foram música para os meus ouvidos.

No final, cada um foi à sua vida, ela para o seu grupo e eu para o meu, não tendo eu lavado os dedos até ao último dia do festival.

Entretanto, já fui a dezenas de festivais e nunca mais meti os dedos em ninguém, mas quando passo por uma fila do WC e vejo um pintas a dar conversa a uma beldade de 20 anos em calções de ganga, faço uma viagem ao passado.

Bons festivais, boas fodas, bons dedos em sítios e até domingo.

Noé

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Noé

Noé

Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.

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