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31 março, 2021 O futuro do cibersexo

Para quando uma inteligência artificial sexual?

Já aqui escrevi sobre a incorporação da tecnologia no sexo e a forma como transformou a nossa procura incessante daquela esguichadela fora de horas ou o dedilhar sem culpa de qualquer dona de casa com wi-fi. Desde os tempos das famigeradas linhas telefónicas eróticas de valor acrescentado - também conhecidas como "as avós do sexphone" - até às modernas ferramentas de comunicação digital que permitem juntar o stream de aúdio e vídeo ao stream de meita, a nossa sociedade fodilhona caminha a piças largas para um estranho e distópico futuro onde a inteligência artificial fará parte do nosso quotidinado sexual. Juntem-se a mim neste artigo para uma espécie de futurologia de fodologia digital. Prontos para uma viagem no tempo, seus webpiças?

O futuro do cibersexo

Depois da invenção do telefone, alguém se lembrou que era giro usar aquele instrumento para polir o próprio instrumento. Até à data, ninguém tinha pensado que ouvir alguém a gemer do outro lado da linha seria uma tesão de fazer vomitar cabeças de pila, mas nós, os humanos, temos a tendência para fodolizar tudo o que seja possível. Apesar de não haver registo disso, não me surpreendia se os nativos americanos do Velho Oeste fizessem "sinais de fumo sex" em que o chefe "Touro Sentado" emitia duas baforadas como que a dizer "o que tens vestido?" e a sua amante "Vaca de Pé" responderia com três nuvens como que a responder "só tenho uma pena na cabeça".

A sociedade industrializou-se e foi evoluindo até à revolução digital. Para trás, ficaram as noitadas a ver Canal 18 e o aluguer de filmes pornográficos no clube de vídeo onde as nossas vizinhas também iam, assim como a saudosa revista "Gina" e todas as suas congéneres. Estamos na era do "clic and fuck", não apenas na procura por parceiros de chavascal, mas também na procura de gratificação sexual, seja a sós, a dois ou uma conferência em grupo de tarados sexuais. O porno está acessível a tudo e todos de forma imediata, todos têm telemóvel com internet e todos nós - homens e mulheres - nos queremos vir. Todo este mundo está na palma da nossa mão (na outra está o nabo ou uns dedos bonitos na xoila). 

Seja qual for a plataforma que usam para aumentar a humidade a sul, o esquema é mais ou menos o seguinte: existe um emissor, um receptor e a troca de estímulos mútuos. O cibersexo (ou sexo virtual) é a evolução do sexphone e a grande incógnita é o que virá a seguir. Por outras palavras, a pergunta que temos de fazer é "como é que me vou vir sozinho/a em casa durante as próximas décadas?" A pessoa ideal para vos responder a isto seria o Elon Musk, o Bill Gates ou o Steve Jobs (RIP), mas eu acho que consigo vos oferecer uma espécie de preview da rebaldaria que se avizinha.

A inteligência artificial será o próximo avanço nesta área, contudo, acham que será sempre um requisito haver um emissor ou receptor humano, certo? Não. Aqui é que está a parte mais interessante: futuramente será possível, graças à inteligência artificial, criar um avatar virtual da nossa pessoa de sonho, não apenas a nível físico, mas também no comportamento e na forma como se expressa sexualmente. Ja imaginaram o que é ter acesso imediato à foda virtual dos vossos sonhos, 24 horas, sempre disponível para vos dar uma ajudinha à descompressão manual? Um sonho, no entanto, sabem o que acontece quando se tem o que se quer? Deixamos de querer. E o que dizer do projecto NeuroLink que pretende implementar um chip na nossa tola para que possamos nos conectar "cerebralmente" uns aos outros para que possamos "ler" a outra pessoa? Fantástico pedaço de tecnologia, péssimo para quem faz a pergunta "o que achas da minha pila?", ouve "tem um tamanho óptimo" e o Neurolink indica "foda-se, que pila tão pequenina". Outra tecnologia que irá evoluir será a realidade virtual, em que virtualmente achamos que estamos a foder uma estrela porno, mas na realidade estamos apenas a bater uma. Por agora essa tecnologia é bastante rudimentar e é apenas uma forma mais imersiva de ver pornografia. Nada mais que isso. 

Apesar da tecnologia continuar a avançar, a nossa tesão continua a ser a mesma e o que mexe connosco agora é o que irá mexer no futuro. Tudo irá evoluir a seu tempo, meus amigos. Lembram-se quando viram porno a primeira vez? Deixaram de bater punhetas com recurso à imaginação. Lembram-se quando se vieram ao telemóvel a primeira vez em conversas atesoadas? O porno perdeu alguma piada. Lembram-se quando ela vos mostrou a cona pelo Skype? O telemóvel passou a pertencer ao passado.

Para onde vamos agora? Só o futuro o dirá.

Até domingo e boas fodas virtuais.

Noé

 

Noé

Noé

Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.

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