22 maio, 2019 Onde é que anda a tesão dos nossos vinte anos?

Já procurei debaixo do sofá, no carro e até dentro das calças.

Todos nós envelhecemos, não há nada a fazer. Corpo e cabeça numa corrida inglória contra o tempo, um cronómetro de treinador de atletismo que todos os anos regista um ligeiro decréscimo nas nossas capacidades e limites. A paciência é cada vez menos, as dores são cada vez mais e, mais preocupante que isto tudo junto, a tesão começa a ser menos.

Onde é que anda a tesão dos nossos vinte anos?

Não me interpretem mal, caros trinta e cinco para cima. A vontade de foder ainda aqui ainda, tanto na cabeça de cima como na cabeça de baixo. Isso não há volta a dar e até arrisco a dizer que cada vez me sinto mais tarado e disposto a novas experiências e aventuras. Mas digam isso à minha pila, esse outrora craque dos lençóis que cada vez se assemelha mais a um daqueles jogadores de topo mundial em fim de carreira: ainda conseguem jogar e ensinar umas coisas, mas a resistência e vontade de dar o máximo durante os 90 minutos de tempo regulamentar já não é bem igual.

Saudoso caralho dos meus vintes, sempre pronto a entrar em campo, fosse qual fosse a qualidade e quantidade de adversários. Firme e hirto como um bacalhau deixado ao alcatrão na Amareleja em Agosto, era um caralho que dava gosto ver a trabalhar. Hoje em dia é uma sombra de si próprio, pese embora mantenha a força e vontade de antes. O problema é que o meu caralho, tal como o dono que o ostenta, já não tem paciência. Talvez sofra de caralhis impancientis, uma síndrome que remonta à Antiga Grécia quando os senadores eram fodidos no cu pelos gladiadores e depois ficavam sem pica para fazer o que fosse até irem para a cama.

A questão é precisamente essa: o meu caralho, depois de assegurar serviços mínimos em cona alheia, decide arrumar a gamela na sacola, tirar o colete e ir para casa dormir. Isto começou a partir dos 35, mais coisa menos coisa. Missionário, depois uma canzanada à bruta, venho-me que nem um leão e a vontade que tenho a seguir é de mandar vir um McMenu pelo UBER EATS, comer e dormir. Porquê? Supostamente deveria estar cheio de tusa para ir jogar a 2ª parte… mas não. Onde é que anda esse entusiasmo que me era tão característico? Melhor que foder uma cona, é fodê-la duas ou três vezes. Tenho de repensar a minha vida e todo o meu sistema de valores.

Por essa razão ando a dar forte no desporto. Notei uma grande diferença no meu apetite. Agora, depois de foder à missionário, canzana e vir-me que nem um leão, apetece-me pedir DOIS MCMENUS porque isto da actividade abre muito o apetite.

Até domingo e boas fodas.

Noé

Saúde & Vida Sexual

Noé

Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.