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02 julho, 2017 Quando o dirty talk corre mal

As palavras do prazer podem causar amargos de boca.

Sem dúvida que um bom dirty talk está para o sexo como um bom tinto para um cozido à portuguesa: se for bom, torna a experiência em algo bastante mais completo. 

Quando o dirty talk corre mal

A temática do dirty talk já foi discutida aqui algumas vezes, mas nem sempre a coisa é tão preto no branco. Nem sempre o efeito é positivo ou nulo. Por vezes, e podem crer que isso pode acontecer, a coisa pode fazer com que um belo momento a dois (ou três) termine abruptamente. O dirt talk divide-se em dois: um diálogo ou um monólogo de perguntas retóricas às quais não devemos esperar uma resposta dado que a finalidade é apenas aumentar a excitação do momento (nossa e da outra pessoa). Todos esperamos que as “regras” do dirty talk estejam bem interiorizadas por ambas as partes, contudo, nem sempre existe um entendimento mútuo do contexto destas palavras. Convém perceber que, tal como dois actores numa cena, o que se diz naquele preciso momento tem a finalidade que já mencionei e que não se deve dar uma interpretação literal ao que é dito. Vamos a alguns exemplos? Vamos!

O clássico “Estás a gostar?” é o bê-à-bá da coisa. Quase nem se pode classificar de dirty talk. Isto é uma pergunta semi-retórica, pois o emissor não espera uma resposta, quanto muito, um gemido. Mas se tiverem vontade de responder, bastará um singelo “sim…!”. Mesmo que não estejam a gostar, ok? Ninguém está à espera de um “não” neste cenário. 

“Gostas do meu caralho, não gostas?”. Um passo em frente nesta questão. Curioso que na sua variante feminina, a coisa altere de forma para “gostas de foder-me a cona, não gostas?” em vez de “gostas da minha cona, não gostas?”. Esta última questão não faz sentido, pois todos gostam de cona. Ponto. De caralhos, nem tanto. 

“Quem é a minha puta?” pode ser ouvido de norte a sul. Cuidado! Apesar de ser um arrebita nabos de primeira classe ouvir a nossa parceira dizer que ela é a nossa puta, corremos o risco de levar um safanão de alguma puritana de cona santa ou então uma resposta à comediante: “pelo que vi no Facebook, parece ser a tua amiga Cláudia!”. 

“Fode-me como se fosses um angolano” tem muito que se lhe diga. Talvez deva abordar esta temática num artigo futuro, mas se ouvirem isto é ordem para soltarem a rédea nessa égua e galoparem sem perdão até ao orgasmo. 

“Adoro que me fodas com esse caralho grande” é algo que qualquer homem gosta de ouvir, mas vamos usar aqui o bom senso: se o vosso parceiro for dono de um pénis entre o médio e o grande, a coisa tem sentido. Se estão a foder com um pila-de-amendoim, o gajo pode julgar que estão a gozar com a cara dele. Ou com o caralho, neste caso. 

"Estou-me a vir!" é comum. É o pregão que anuncia o almejado final para um dos intervenientes. Facto curioso: quando uma mulher diz isto, é gratificante para o homem e ordem de soltura para que o gebo a preencha com a sua seiva. Quando um homem diz isto, na maioria das vezes, quer dizer que a festa acabou para a mulher. Triste (e cómica) realidade.

Não existe aqui uma fórmula mágica para o dirty talk. Só o conhecimento sólido da psique sexual da parceira ou parceiro nos consegue pôr à vontade do que dizer e do que não dizer. E timing, meus senhores. Timing é tudo. Guardem a javardeira das palavras para os momentos mais acesos e não para os inícios. Uma mulher de cona seca não pensa da mesma forma que uma de cona molhada. Pensem nisso. 

Até quarta e boas fodas.

Noé

 

Noé

Noé

Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.

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