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06 janeiro, 2023 Sexo, género, transgénero e transexualidade

Vamos tentar entender estes conceitos porque é preciso informar mais sobre a diversidade humana.

Estes termos - sexo, género, transgénero e transexualidade - são inerentes à sexualidade e também à identidade humana. Ao longo deste texto pretende-se desmitificar alguns preconceitos relacionados com os mesmos...

Sexo, género, transgénero e transexualidade

Vamos, então, primeiramente abordar a definição de cada conceito...

O sexo diz respeito a um conjunto de características biológicas, tipicamente os cromossomas. O ser humano apresenta três sexos biológicos: mulher (cromossomas XX), homem (cromossomas XY) e intersexo (cromossomas XXY).

Por outro lado, género remete para a identificação que o sujeito faz em relação a si mesmo. Assim, remete, essencialmente, a uma apreciação de "Quem sou eu? Homem? Mulher? Não-binário?".

Dentro desta ótica, transgénero remete para a identificação do sujeito com um género que difere do género designado à nascença. Por exemplo, um sujeito que é designado à nascença como homem e que, ao longo do seu ciclo de desenvolvimento humano, se identifique como mulher (ou outro/a designação) entraria na categoria de transgénero.

Assim sendo, o termo transexual remete para o processo inerente à transição, como o bloqueio e a substituição de hormonas, vaginoplastias, mamoplastias, entre outros procedimentos.

Até recentemente, pessoas que apresentavam queixas, desejos ou vontades associadas aos termos transgénero ou transexualidade, entrariam na categoria comummente conhecida como "Disforia de Género". Este conceito cria estigma por estar associado a uma perturbação do foro mental.

Entretanto, existem hoje esforços da Organização Mundial da Saúde que estão evidenciados nas futuras mudanças na ICD (International Classification of Diseases) e na DSM (Diagnostic Statistics Manual).

Tal alteração é bastante semelhante ao que acontecera há décadas quando a homossexualidade era considerada doença do foro mental. Atualmente, não se verifica literatura científica e contemporânea que suporte esta crença.

Deste modo, afirma-se que um sujeito trans não é uma pessoa "doente mental", mas sim um ser humano que merece ter os seus direitos e vontades respeitados e satisfeitos. Tal afirmação parecerá obvia para uns, mas a verdade é que a transfobia (ódio perante uma pessoa trans) alimenta estatísticas que merecem atenção e são bastante preocupantes.

Um exemplo disso é a taxa de ideação suicida entre pessoas trans que é igual ou equivalente a 40% entre vários países.

Realça-se ainda que a exposição crónica à transfobia resulta noutro fenômeno denominado por transfobia internalizada que ocorre quando a pessoa trans internaliza o ódio e o preconceito a que é exposto pela sociedade. Isso, por consequência, poderá levar ao ódio direcionado ao sujeito em si (daí o termo transfobia internalizada).

Apela-se, finalmente, à necessidade de criar redes de suporte consideradas positivas e significativas para pessoas trans, especialmente para jovens que carecem de experiência de vida e poderão ser mais sensíveis a comentários e abusos por pessoas transfóbicas.

São precisas também mais campanhas públicas que visem informar a população sobre a diversidade humana, nomeadamente sobre o facto de ser trans remeter apenas para outra possibilidade de identificação que o ser humano nutre em si.

Bom fim de semana!

Eu&Tu

Eu&Tu

Devaneios de uma solteira! @euetublogx

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