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10 novembro, 2021 Virgem aos 40 anos? Conheci um.

Afinal não era só um filme!

Pois é, quando me perguntarem se já vi um unicórnio, vou dizer que dei de caras com um num bar e ao que parece não lhes saem arco-íris pela peida, mas sim meita pelos olhos. Conheci um virgem de 40 anos, mas mesmo que tivesse 39 eu ficava de queixo caído na mesma. E porque é que este santo rapaz quarentão ainda é virgem? Foi o que tentei saber por entre uma série de copos que o cabrão me obrigou a pagar para eu ficar a saber da história. Fica aqui o registo de uma conversa para lá de estranha neste mundo do "novo normal". 

Virgem aos 40 anos? Conheci um.

A coisa começou de forma super normal, ou seja, comigo a babar-me para cima de tudo o que era universitária de 20 anos de mama mais rija que a ponta do meu cajado. Estava eu a foder mentalmente tudo o que era gaja no raio de 10 metros quando um tipo perfeitamente normal se vira para mim e diz "ora aí está algo que nunca fiz, nem nunca vou fazer!", ao que eu respondi "ter tesão?" e foi aí que ele me explicou que nunca tinha ido para cama com ninguém e fez disso uma espécie de missão de vida. Atenção que este tipo não era padre ou algo que se pareça, apenas um gajo que decidiu que "eu não vou foder" é uma espécie de lema de vida. Claro que isto despertou a minha tesão de curiosidade e quase deixei de pensar em rata durante uns bons 30 minutos. Paguei-lhe um copo e pedi para ele me explicar que caralho de missão era aquela.

Ora, tudo começou aparentemente quando ele tinha 20 anos e viu que uma série de amigos só arranjavam problemas e gastavam dinheiro na procura incessante de sexo. Tive prontamente de discordar, porque eu não o queria foder e ele já me tinha custado 5€ paus à conta do whisky, logo, essa questão de custo/benefício é bastante subjectiva. Haverá por este mundo fora muito bom homem que se farta de pinar e nunca gastou um chavo em greta. Ainda estou para o conhecer, se tiverem o contacto deste outro unicórnio, enviem-me! 

Disse este nabo que nunca deu uso ao nabo que sempre se satisfez com o binómio punheta/porno e que não tem a mínima curisiodade em experimentar fazer aquilo que vê no ecrã do portátil.

Nada? Nem um brochezinho, amigo?

Nada. Nem broche, nem cona, nem cu. Gosto de foder a minha mão. O resultado é o mesmo e não tenho chatices.

Há que ter uma certa admiração por esta capacidade de síntese, pois eu até que percebo a lógica deste doido varrido. Ele vê porno da mesma maneira que eu vejo o National Geographic: "eu gosto de leões, adoro leões, mas não quero ter um leão aqui em casa a foder-me os móveis ou até mesmo um braço, portanto, vou ficar a ver na televisão e adoptar um gato!". Perceberam? Aposto que estavam à espera de uma piada qualquer de ir ao cu ao leão, mas isto só foi para vos mostrar que eu até sou um gajo decente.

Insisti novamente, tentei vender sexo como se fosse... epá, sexo. Mas ele continuou a dizer que aquilo é o estilo de vida que escolheu e que se sente totalmente bem. Aliás, até recomenda pois sente-se totalmente em paz com ele próprio e as decisões que toma. Diz que consegue fazer amizades mais facilmente, tanto com homens porque não lhes quer foder as namoradas, como com mulheres porque não as quer foder (não obstante, elas devem achar que o gajo joga pela equipa B, mas pronto). 

Será que este gajo é que está bem e nós é que estamos mal? Será que a nossa busca incessante pelo prazer carnal acaba por ditar uma certa dependência do sexo que todos fingimos não ter? Quantos de nós não ficámos já a tremer dos olhos quando estamos mais que uma semana sem "lá ir"? Tudo bem que uma punheta pode ajudar, mas não se compara. Certo? Certo ou errado? Agora já não sei, mas seja como for, espero que este gajo seja feliz e que não seja capa do Correio da Manhã com o título "Testículos de homem explodem e rebentam com prédio de seis andares".

Até domingo e boas fodas.

Noé 

Noé

Noé

Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.

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