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12 Junio, 2025 A janela em frente - Parte 2

Não me masturbava tanto desde a adolescência, e esfreguei-me toda à frente dele.

No terceiro dia, acordei disposta a esquecer todas as normalidades. Mal dormi a pensar na masturbação à janela do meu vizinho, uma estreia para mim, e de manhã pedi ao meu marido que, por uma vez, fizesse o pequeno-almoço aos miúdos antes de os levar para a escola.

A janela em frente - Parte 2

Preocupado, perguntou-me se não me sentia bem.

– Está tudo bem – menti – só uma ligeira dor de cabeça.

Nem consegui esperar que saíssem de casa. Levei os dedos à fenda molhada e masturbei-me  mais uma vez. Já o fizera à noite, antes de ir para a cama.

Não sabia explicar o que se passava comigo, porque estava tão horny... Qualquer coisa da idade, talvez? Pré-menopausa? Mas tão cedo? Não sei explicar. Só sei que não me masturbava tanto desde a adolescência.

Ainda estavam todos na cozinha, quando enterrei a cabeça na almofada para abafar os gemidos do orgasmo.

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Quando ouvi, finalmente, a porta, levantei-me dum salto, passei rapidamente pela casa de banho para fazer xixi e enxaguar as zonas íntimas, e corri para a janela. Nem me preocupei em vestir-me. Estava decidida a esquecer todas as normalidades!

Queria o complicado. A anomalia! Mas, infelizmente, o meu vizinho não estava lá.

Fiz sumo de frutas, café, torrei uma fatia de pão, arrumei um pouco a cozinha - tudo isso num passo leve, como uma dança. Provavelmente, cheguei a cantarolar um pouco.

Até que, sem pensar, os meus olhos divagaram pela janela e lá estava ele! Mais uma vez, estava despido, pelo menos da cintura para cima.

E, apesar da distância (já vos disse que não era muita), podia ver nitidamente que me sorria. Ao princípio nem percebi porquê. Só depois me lembrei que estava nua!

Todos aqueles trabalhos banais, tinha-os feito como vim ao mundo. Provavelmente, ele tinha estado a observar-me. Era natural que estivesse a sorrir.

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Num primeiro momento, a timidez voltou a invadir-me. Tive que me recompor, voltar a conjurar aquela coragem matinal. Disse a mim própria o que queria - com isso tinha sonhado toda a noite.

Com a redundância cíclica da sua nudez, com o seu caralho longo e grosso a disparar jactos de sémen para o ar, com a minha própria nudez em câmara lenta, apanágio dos sonhos e justa recompensa às dádivas que ele me presenteava.

Não tinha que ter medo ou pudor. Não queria! Portanto, dirigi-me assim à janela, mantendo-me a uma distância segura do exterior, para que os vizinhos do meu próprio prédio não me pudessem ver.

Ali chegada, expus-me por completo à sua frente, inteiramente nua. E sorri-lhe de volta.

O que se seguiu foi um baile de corpos libertados.

Como no dia anterior, ele meteu-se um pouco para dentro e, revelando o corpo desnudo por inteiro, começou a alisar o caralho, que rapidamente cresceu nas suas mãos.

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Pelo meu lado, feliz pelo seu regresso e inspirada pela liberdade que mais uma vez evidenciava, entrei em contorcionismos eróticos, tocando-me por toda a parte. Como no dia anterior, senti a cona a arder com inédita rapidez.

Só quando a sinto arder assim consigo dizer a palavra: cona!

Dita assim, ela exprime o vocabulário do meu lado animal, o simbolismo da libertação da fêmea dentro de mim, a consciência aberta do meu sexo, puro, selvagem, disponível...

Toquei-lhe. Toquei-me. Esfreguei-me toda à sua frente. Daquele desconhecido. Daquela anomalia que alimentava a monotonia da minha normalidade.

À vista do espectáculo que eu lhe oferecia, sem surpresas, ele precisou de muito menos tempo para atingir o seu orgasmo.

E eu, ao ver de novo os esguichos sonhados que se ejectavam da sua verga tesa, escorri toda também, tapando a boca num acto reflexo para que mais ninguém testemunhasse a minha inconfidência.

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Depois de me vir,  olhei na expectativa para ver o que ele ia fazer. Ir-se-ia embora, uma vez saciado, como antes? Não. Continuou no seu posto, o que me motivou a continuar igualmente a minha dança.

Voltei, pois, a tocar-me, a acariciar-me, a apalpar-me, a explorar-me... Fechei os olhos sentindo cada vez mais tesão!

Uma tesão desconhecida para mim, nova, anómala, que anunciava para breve a iminência dum segundo orgasmo. Senti-o nascer na origem, acompanhei o seu percurso até à boca da minha cona.

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Até que, à beirinha do colapso, abri os olhos e vi a mulher do meu vizinho ao seu lado na janela!

Enfiei-me para dentro o mais rápido que consegui, interrogando-me se ela me teria visto. Caí de cu no chão, mas levantei-me num ápice e tentei ver, pelo ângulo mais discreto possível, o que eles faziam.

Parecia que ela não me tinha visto. Falavam calmamente, amigavelmente. Ela sorria-lhe e ele respondia-lhe de igual maneira.

Senti um alívio inicial, que rapidamente deu lugar a uma onda de frustração que me subiu pelo corpo acima e logo me desceu pela rata. Foda-se, estava mesmo quase... Faltava tão pouco para me vir outra vez!

Irritada, olhei para o chão, para a laje morna caí. Uma poça de sumo vaginal brilhava reflectindo os raios de sol da manhã.

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Não podia fazer nada, a verdade era essa. Só tinha que me resignar. Vistas as coisas como elas eram, não tinha o direito de esperar nada. Ele era casado, tal como eu era casada. Ambos tínhamos as nossas famílias e claro que elas vinham em primeiro lugar.

Se queria continuar com aquele jogo, teria que aprender a aceitar as regras.

Pressentia que ele devia estar a passar por algo semelhante a mim. Pelo menos, era isso que eu  desejava. Também ele devia estar frustrado.

A mulher andava sempre lá por casa, era difícil estar completamente à vontade. E foi esse pensamento que me deu a ideia.

Procurei uma folha grande o suficiente e comecei a escrever. Depois, parei. O que iria pensar a mulher se visse uma mensagem assim?

Tive uma ideia melhor. Fui buscar um dos cartazes do meu marido, que trabalha como agente imobiliário, e voltei a escrever.

Medi bem os prós e os contras, assim como as eventuais falhas do plano. Confiante com os resultados, coloquei o cartaz à janela.

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Do outro lado, não havia nada que desconfiar, pensei. Imaginei mesmo a conversa que teriam quando vissem o meu anúncio:

– Olha, parece que aquela casa está à venda.

– Casa? Que casa, querida?

– Aquela mesmo à nossa frente, onde às vezes está uma mulher a beber café. Sabes?

– Não.

– Nunca viste a mulher?

Ele a fazer-se de parvo:

– Qual mulher?

– Deixa. É a casa mesmo em frente da nossa. Puseram um anúncio para venda.

Ele levanta-se, agora realmente curioso. Claro que está curioso, a situação afecta-o directamente.

– Aquela, vês?

Ele olha para o anúncio. Um cartaz duma agência imobiliária a dizer "Vende-se" e um número de telefone.

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Um número de telefone!

– Pois é. Parece que está à venda.

– Queres ir ver?

– Ver o quê?

– Ora o quê, a casa!

– Para quê, acabámos de mudar para aqui...

– Sim. Tens razão. Só estou curiosa sobre aquela mulher. Bem... Vou às compras. Queres que te traga alguma coisa?

– Não.

– Ficas bem? O que vais fazer?

– Vou esperar que saias e vou à janela ver se aquela mulher está lá toda nua, a masturbar-se, como há bocado. Se estiver, bato uma punheta e esporro-me para o meio da rua.

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Aqui deixei a minha imaginação ir um pouco mais longe do que devia, desculpem-me. Mas acredito que a primeira parte da conversa deve ter decorrido, mais ou menos, como descrevi.

Portanto, restava-me esperar...

Uma hora passou, outra logo a seguir, até que, finalmente, ouvi o telefone vibrar. Peguei-lhe e vi um número que não conhecia. Atendi.

Do outro lado, uma voz grave e madura. A minha mão tremeu quando o ouvi:

– Olá.

– Olá...

– Não posso falar muito, a minha mulher não deve demorar. Como queres fazer isto?

Hesitei:

– Não sei...

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Era verdade: o meu plano não tinha chegado tão longe. Como queria fazer aquilo?

Aliás, começando pelo início, o que era "aquilo"? Que jogo era o nosso?! Até onde estava preparada para chegar na minha transgressão? Ainda não tinha pensado nisso...

Não me via a entrar num affair. Não me via a trair fisicamente o meu marido com ninguém. Nem sequer me imaginava a sentir o corpo doutro homem.

Uma coisa era vê-lo, a uma distância segura, apreciar a sua beleza, fantasiar com a bela vara que tinha entre as pernas... Outra, muito diferente, era dispor-me ao seu toque, despir-me à sua frente, conhecer o seu cheiro...

Não estava preparada para novos cheiros. E se, por acaso, não gostasse? Não imaginava ser penetrada por outro homem sem sentir a maior das aversões.

Não sabia sequer como me iria sentir se por acaso tivesse que me despir diante de um estranho... Não, não queria isso, não iria pôr em perigo o meu casamento.

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Num instante de pânico, sem saber o que dizer, desliguei o telefone!

Precisava de estar segura de mim, de saber onde queria ir. Fui rapidamente tirar o cartaz da janela, antes que me esquecesse e o meu marido visse.

– Olha, afinal parece que mudaram de ideias! – imaginei eu a mulher dele a dizer. – Já não querem vender a casa.

Com os nervos em franja, fiquei a pensar em tudo o que estava a acontecer, imaginando que, mais tarde ou mais cedo, ele me iria ligar de novo. Não ligou.

Finalmente, decidi enviar-lhe uma mensagem de texto. Foi a maneira mais distante e concisa que arranjei de lhe dizer o que precisava, e escrevi:

"Não quero encontros. Gosto de te ver. Gosto que me vejas. É tudo."

Rezei para que ele não ficasse desiludido com o pouco que eu estava preparada para lhe oferecer.

Ele respondeu-me, também por mensagem escrita:

"Percebo."

Reforcei:

"Não quero saber o teu nome."

Ele percebeu e ambos concordamos.

- Tens WhatsApp?

– Sim.

– Estou cheio de tesão. Dás-me tesão. Tens tesão?

– Muita...

– Como são os teus horários?

– O meu marido chega às 8.

– A minha mulher está aqui agora, enquanto te escrevo.

– :-O

– Estou a bater uma enquanto lhe olho para o cu... Ela pensa que é por causa dela :-D

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– :-O

– E tu, estás a esfregar a racha?

– Sim...

– A pensar no meu caralho?

– Sim...

– Gostas do meu caralho?

– Gosto...

– O meu caralho deixa-te a cona molhada?

– Sim...

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– Então, olha...

– Sim...

– A minha mulher foi tomar banho. Deve estar mesmo agora a lavar a racha. Portanto, vai demorar um pedaço. Queres ir só um bocadinho à janela?

– Ok. Porquê?

– Quero acabar o que começámos há bocado...

Sorri.

– Eu também...

(continua para a semana...)

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.

Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.

Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com

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