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05 Febrero, 2021 Pai e filha

No dia em que a mãe morreu, o pai mandou buscar a filha e já não a deixou voltar para o colégio interno.

Pai e filha habitavam a grande mansão rural que, no topo do único monte da lezíria, destoava da imensa planura. Dali tinham uma vista global da pequena aldeia e muitos mais quilómetros adiante. Mas, mais importante do que a beleza da paisagem, sentiam-se isolados e em paz.

Pai e filha

No dia em que a mãe morreu, o pai mandou buscar a filha para os funerais. Já não a deixou voltar para o colégio interno. A partir daquele momento, cabia-lhe assumir o papel de senhora da casa. Não importava a esse estatuto o ar acriançado que a tenra idade não conseguia desmentir, mesmo quando às vezes vestia roupas adultas.

Sempre tinham sido chegados e a tragédia aproximou-os ainda mais. Agora eram apenas eles os dois e alguma criadagem, que descia à aldeia para dormir logo após servir o jantar. Ficavam sós e, logo na primeira noite, enquanto se confortavam no sofá, adormeceram nos braços um do outro.

Era já madrugada quando o pai acordou. A miúda dormia tranquila com a cabeça sobre seu colo. Constatou, horrorizado, que tinha uma enorme erecção, cujo volume, sob a roupa, lembrava uma enorme salsicha. Mesmo ao pé do nariz da filha!

Levantou-se bruscamente, muito atrapalhado, acordando a ensonada rapariga. Mandou-a para a cama sem mais conversa. Não saberia o que lhe dizer...

Dormiu sobressaltado e acordou como se sentisse uma ressaca. A imagem do seu pénis erecto tão perto da cara da sua protegida não lhe saía da cabeça. De tal forma que, ao serão, foi ele que procurou o seu abraço e esperou que ela adormecesse. Como no dia anterior, eventualmente a sua cabecinha dormente resvalou para o seu colo e ele não fez nada para o evitar.

Desta vez viu com os próprios olhos como o seu membro começou a inchar, novamente muito próximo ao rosto da rapariga. Sem dúvida que a sua doce e tranquila respiração captaria as fragrâncias do seu caralho suado dentro das calças. Não a acordou, deixou-se ficar assim muito tempo, com o desejo cada vez mais aceso, até ele próprio adormecer.

No dia seguinte, o pai estava determinado a acabar com aquele devaneio e, à hora de deitar, mandou a filha para o quarto e ele próprio recolheu aos aposentos. Contudo, algum tempo depois foi despertado por um corpo sinuoso que se infiltrava nos seus lençóis.

- Não consigo dormir, paizinho.

Aninhou-se de costas contra o peito do pai, nunca concha perfeita, e puxou a mão dele para a sua barriga, até sentir o amplexo suficientemente confortável para se abandonar aos sonhos.

O pai, sem saber muito bem o que fazer, ficou estático por muito tempo. Até sentir que o calor quente daquele corpo enrolado no seu lhe atiçava de novo os desejos. Deu por si a massajar suavemente a barriga da filha, deixando depois, como se tivesse vida própria, descair a mão para áreas mais proibidas. Mal os seus dedos tocaram a penugem da rapariga, mesmo sobre o cetim da camisa de dormir, sentiu uma enorme necessidade de se vir. Sentia o caralho a marrar contra o rabo à sua frente e apertou-se mais a ela, começando então um movimento ligeiro de vai e vem, roçando vagarosamente o caralho no estreito rego entre as duas nádegas da filha. Prolongou o prazer o mais que pôde, tendo muito cuidado para não a acordar, até que estemeceu como se tivesse sido atacado por uma descarga eléctrica e ejaculou copiosamente. De seguida, como que atingindo o cume duma catarse, irrompeu em lágrimas.

De manhã o pai estava de poucas palavras. Sentia culpa e vergonha. Sentia-se sujo por macular daquela a forma a inocência da própria filha. Mal foi capaz de a olhar nos olhos quando ela, docemente, lhe deu um beijo de bons dias.

À tarde chamou a criada. Ocorreu-lhe que, se era para profanar a inocência de alguém, que fosse a de alguém exterior e, de preferência, inferior, para não ser atacado pela consciência.

Começou uma conversa mole, que ele mesmo percebeu não ir a lado nenhum. Portanto foi mais directo:

- Vieram contar-me que tu e o rapaz do estábulo, enfim... Sabes do que estou a falar.

- Não sei, senhor doutor.

- Sabes, sabes. Para ele andar atrás de ti, é porque alguma coisa boa tu escondes.

- Sim, senhor doutor.

- Então é melhor tirar isso a limpo, não achas? Então vá, despe a roupinha...

A criada ficou estática e corou de alto a baixo.

- Não tenhas vergonha. Tenho a certeza de que vou ficar muito contente com o que vir. E se eu ficar contente, claro que haverá um miminho para ti.

Demorou ainda um bocado até convencê-la, mas quando conseguiu não sentiu o que esperava. A rapariga já tinha tirado o soutien, expondo umas maminhas redondas e duras, e só lhe faltava tirar as cuecas, que não cobriam toda a sua farta pintelheira, quando, num acto de consciência ou contrição, o homem lhe ordenou que se vestisse e saísse o mais depressa possível da sua frente! Desta vez deixaria passar a tentativa desajeitada de seduzir o patrão, mas para a próxima haveria maiores consequências, ameaçou. A rapariga saiu em lágrimas, meio vestida e a correr como uma gazela assustada.

Se o pai procurava descarregar na serviçal a volúpia que doutra forma se transviaria de novo, inevitavelmente, na direcção da filha, percebeu logo que não tinha funcionado. O mesmo é dizer que essa volúpia insana que se apoderara dele nos últimos dias, não era um desatino genérico mas tinha uma origem muito específica: aquela que ele concebera, nomeara e criara, até se tornar a jovem mulher que agora o fascinava - a sua própria filha!

À noite, muito mais cedo que no dia anterior mas em preparos absolutamente idênticos, sentiu a filha de novo irromper pelos seus lençóis. Rapidamente se colocou na posição de concha, puxando a mão do pai para o ventre.

No entanto, desta vez puxou para cima a camisa de dormir, de forma a deixar as mãos do pai sobre a sua pele nua. O pai sentiu o tecido acetinado passar-lhe pelos dedos até redundar na maravilhosa vertigem daquele musgo juvenil, quente, de suavidade sobre-humana. A pele de um anjo.

Entrelaçou os dedos nos pintelhos louros desse ser imaterial e não se rogou a passar um deles na fenda húmida, rosa, que se abria como um girassol.

- Faça como ontem, paizinho.

O pai não aguentou e culminou em lágrimas.

- O que é isso, paizinho? Não chore! Sei que está triste porque a mamã nos deixou. Mas agora somos só nós. Diga-me que é assim, paizinho, ou não conseguirei vencer a tristesa...

E o pai percebeu que aquela era a única maneira certa, a única lógica possível.

- Amo-te, minha filha - disse, colocando a sua seta colossal na boca entreaberta da cona da filha.

Beijou-a com muita ternura e fez-lhe muitos carinhos sobre a pele, sobre os pequenos seios que despontavam, sobre o orifício palpitante do cuzinho, enquanto a forçava milimetricamente, com toda a paciência do mundo. Até que finalmente conseguiu rompê-la. Ela gemeu como um pequeno leaozinho ferido e olhou-o nos olhos cheia de gratidão:

- Eu também o amo muito, paizinho.

 

 

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.

Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.

Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com

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