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19 Abril, 2021 Vermelho Escarlate

Perdi a noção do tempo de tantas vezes que me fez vir!

Um coração destruído, uma mente confusa, um corpo traído. Assim me sinto a caminho do bar de esquina, perto do local onde descobri que não sou única na vida de ninguém.

Vermelho Escarlate

Um bar escuro com um ligeiro cheiro a mofo em desconformidade com figuras católicas penduradas nas paredes, diria que é a entrada para um inferno onde homens e mulheres destilam ódio, vingança e desejo em copos de malte. Mas encontra-se vazio. Apenas o barman com o seu trapo limpando copos e eu servida de um whisky que me queima por dentro, mas não evapora lágrimas.

Dirijo-me à casa-de-banho o mais direita possível para contrariar a ideia do homem do balcão que me olha por cima dos óculos com uma expressão de pena, de quem já viu muitas neste trajecto angustiante.

Depois da bexiga vazia tiro papel para limpar as partes íntimas quando reparo num batom em cima do autoclismo. Era um vermelho escarlate. Incrível e tentador, quase demoníaco. Talvez a sobriedade o deixasse lá, mas eu não estou de forma alguma sóbria.

Ao ver o efeito comprometedor no reflexo do espelho, sinto-me extasiada como se de alguma droga se tratasse, como se escondesse toda a mágoa com um manto pintado de vermelho de tentações desejáveis nos lábios e às quais me sinto pronta para entrar de cabeça.

De saída do banheiro e ao aproximar-me do balcão vejo o barman a servir um puro malte, duplo e sem gelo, uma bebida digna do Homem que a pede, uma figura alta e robusta de barba perfeita e terno cinzento, alguém que não se encaixa no perfil daquele local.

Ideias fluem sem aparente razão na minha mente, sinto-me desesperada e nada melhor que outro copo para terminar esta história por hoje.

- Vai outro miss? – pergunta o barman acostumado a este ciclo de clientela – Este é oferta do jovem naquele canto.

Não sei o que responder, mas o meu instinto acena a cabeça numa resposta afirmativa. Percebi que não seria o whisky a afogar seja o que for, mas sim aquele homem misterioso que se aproxima de mim sabendo que ganhou a noite.

Chama-se Luciano, está de passagem e afirma ser um "resolvedor de problemas". Um estranho perfume emana do seu corpo apelativo, mas que no meu estado actual podia até ser uma besta, visto que já vejo as figuras na parede do avesso.

- Esqueci-me das cuecas no banheiro... – digo-lhe ao ouvido enquanto o seguro pela mão e faço um segundo esforço para caminhar direita até ao local onde me promete resolver o problema.

Puxo-o pela gravata enquanto tiro as cuecas por debaixo do vestido.

- Afinal estavam vestidas. – respondo em tom perverso.

Antes de caírem no chão sou bruscamente elevada ao nível do balcão onde torneiras correm água de forma a abafar qualquer sentimento vocal mais expressivo que possa largar. Sou penetrada por algo invulgar, quente e desumanamente erecto. Um balde e esfregona serão necessários para limpar esta piscina que me escorre pelas pernas, como se de um Deus do sexo se tratasse.

Violentamente faz o que quer do meu corpo, explorando com a língua os mamilos tesos e os pulmões palpitantes de euforia. Num movimento brusco, vira-me de costas, empurra-me contra o balcão, agora repleto de fluidos viscosos, onde esfrego para trás e para a frente enquanto Luciano me rasga pelo meio. Perdi a noção do tempo de tantas vezes que me fez vir, estou completamente exausta e ele como se não comesse há um mês, continuava a violar o meu interior rendido a tal pecado.

Sem aviso prévio atira-me para o chão e caminha na minha direção, senti quase receio até perceber o que ele desejava com aquele instrumento sexual tão perto da minha boca, queria sentir o meu batom e até onde o podia borrar em todo aquele comprimento. 

Limpei o suor da testa e engoli-o o mais que pude enquanto ele me olhava com um sorriso de canto, entrelaçando os dedos pelos meus cabelos e forçando-se até ao sino inúmeras vezes, dando-me apenas tempo suficiente para não morrer sufocada.

Sinto-o a tremer na minha boca, fechei os olhos e recebi a explosão de todo aquele sémen quente e gostoso que tanto ansiava e que não desperdicei, nem uma gota.

Ao abrir os olhos para mostrar o quão bonita sou, Luciano havia desaparecido, deixando apenas o vapor no ar e espelhos embaçados da escaldante temperatura que se fazia sentir.

Dirigi-me à sanita enquanto tentava perceber o sucedido quando percebi que Luciano não desapareceu sozinho, a angústia que sentia e o misterioso batom sumiram com ele.

Alexa

Alexa

Uma mulher com imaginação para dar e vender.
Sempre gostei de escrever, mas coisas eróticas... isso gosto mais. Levar um homem à loucura através de palavras e da sua própria imaginação. Como adoro...

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