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27 Febrero, 2019 O que é que se passa com os homens?

Já vai em 11 o número de vítimas mortais de violência doméstica

Ninguém está a dizer que os homens também não são vítimas, mas vamos ser sinceros e honestos: a esmagadora maioria das vítimas são do sexo feminino. Muito macho fica de cu tremido a ver as notícias e indigna-se por não se mencionar as vítimas do sexo masculino. Claro que as há e as situações são tão condenáveis como as que temos ouvidos falar, mas contra a estatística não há nada a fazer, pois tratam-se de factos.

O que é que se passa com os homens?

O que é que se passa afinal? Primeiro, este tipo de casos acima descritos. Homens melindrados por não se falar nos casos masculinos de violência doméstica. Ganhem colhões, foda-se. Parem de fazer disto um problema de um lado ou do outro, caralho. O problema é geral, mas quando temos 11 mulheres mortas pela mão dos companheiros, temos de repensar a abordagem de como lidamos e expomos estes casos. Se foram 11 mulheres mortas por homens desde o ínicio do ano, OBVIAMENTE que o foco necessário para esta situação é para as vítimas do sexo feminino. Parecem as gajas, foda-se.

Agora que já tirámos esta questão do caminho, vamos lá reflectir um pouco sobre o problema em si: bater me mulheres. Deve dar uma tesão do caralho bater em alguém mais fraco que nós e eu não sabia. Se for no quarto e ela estiver de quatro a pedir palmadas, sim senhor. Onde é que está a petição para eu assinar e levar à Assembleia a dizer “queremos que todas as senhoras de quatro peçam palmadas no rabo enquanto as fodemos”. Isto é o meu tipo de “violência”. Aquela que todos devemos promover de mão pesada (no rabo ou nas coxas!).

Bater numa mulher porque estamos frustrados com a nossa própria vida? Bater numa mulher porque (inserir razão de merda)? Podem inserir qualquer coisa ali à frente que vai dar ao mesmo. Não estou a dizer que não há razões para querermos bater em pessoas – homens, mulheres, gatos e girafas! – mas isso não significa que o devamos fazer. Quantas vezes já pensámos “ah, caralhos me fodam que só me apetece é dar-te uma galheta na cara”? Várias vezes e não somos nenhuns animais por o pensar, porque no fundo somos todos seres humanos e a ira é um sentimento perfeitamente normal. E pensamos isto, dizemos “vou dar uma volta, caralho!”, batemos com a porta de casa para mostrar que estamos fodidos com (inserir razão) e andamos aos círculos no quarteirão até nos acalmarmos. Isto, na minha humilde opinião de blogger javardo-chic, é o que um homem (ou mulher) deve fazer quando sente a tampa prestes a saltar. Não é ameaçar que se vá dar ou tocar com um simples dedo no cabelo da outra pessoa, porque isso nunca resolveu nada. A coisa não está a correr nesse casamento como julgavas? Acham que são os únicos? Quem está mal muda-se, não abre o caminho para a felicidade ao murro e pontapé.

Até nas trabalhadoras do sexo isto existe. Talvez saia do contexto de violência doméstica, mas continua a ser hediondo e repugnante um homem que agrida violentamente alguém cujo propósito de ali estar é para dar prazer. Quantas histórias já não ouvimos de mulheres desta área mortas ou violentamente agredidas por frustrados emocionais?

A questão é a mesma: o que é que se passa com os homens?

Somos assim tão merdosos enquanto espécie masculina?

Não somos. A maioria não é, mas é precisamente esta maioria que deve mostrar interesse em lutar pela segurança e bem-estar das mulheres quando elas não se conseguem defender. Não temos de sentir vergonha por estes casos enquanto homens, pois as acções de uma minoria não são a da maioria. Mas temos de nos esforçar mais e intervir quando nos é possível.

Chegou a altura de começarmos a meter a colher, pessoal.

Assim é que não pode ser.

Até domingo.

Noé

Noé

Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.

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