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24 Agosto, 2022 Vale a pena fazer 300 km para dar uma?

O meu carro é movido a tesão.

Quantas vezes é que já fizeram, disseram ou pensaram em fazer algo que podia ter sido facilmente evitado se tivéssemos batido uma? Aquele momento de clareza que só nos chega de tomate vazio e tanta vez ocultado por trás de uma névoa de tusa que teima em voltar sempre. Uma vez um homem sábio disse "não há ser humano mais honesto do que um homem 5 segundos depois de se vir". Concordo com este sábio, mas dava-me mais jeito saber de que forma posso eu evitar tomar decisões erradas baseadas no quanto me apetece foder alguém. Especialmente quando está a 300 kilómetros...

Vale a pena fazer 300 km para dar uma?

Eu sabia que não devia ter aberta a mensagem desta pessoa, mas a curiosidade matou o gato e por acaso até costumo receber boas nudes (daquelas meio artísticas), por isso, não havia maneira de não abrir a dita mensagem e ler "estou a tomar conta da casa de uns amigos com piscina, queres vir cá ter?" e uns quantos emojis de língua de fora. A pergunta pareceu-me retórica e a minha resposta também seria, mas como é hábito nesta pessoa, toda a mensagem vem acompanhada de seguida com um plano aproximado da lingerie dela a meio das pernas e aquela unha habilmente pintada colocada estrategicamente no melhor sítio do mundo e arredores.

Não fosse eu uma erecção andante com duas pernas e tinha respondido com uns quantos emojis, mas como tinha os tomates mais cheios que a barragem do Alqueva no mês de Janeiro, pausei durante uns segundos e respondi "e se fosse aí ter?". Ora, devo acrescentar que a localização desta pessoa era a sensivelmente 300 kilómetros de mim, ou seja, a minha picha iria ter de viajar aproximadamente 3 horas até estacionar no devido lugar que lhe fora prometido. Óbvio que a rapariga se desfez a rir e me desafiou, contudo, ela não conhece o que a tusa faz a um homem e todo e qualquer membro da espécie masculina está a abanar o queixo a concordar comigo neste momento.

Pus-me à pista e assim que entrei na auto-estrada e tirei o ticket da portagem, pensei "foda-se, devia ter batido uma". Ainda nem a tinha despido e esta foda já me estava a sair do bolso em portagens e combustível. Sempre no limite da velocidade permitida por lei, lá me pus na casa onde esta pessoa tinha assumido o papel de guardiã e quando julgava que ia ser recebido com um broche de boas-vindas (mínimo que a boa educação exige), ouço "se calhar podíamos ir jantar fora!". Claro que sim, pensei eu para mim mesmo. Depois de gastar em portagens e combustível para vir dar uma foda e meia, o que está a faltar é gastar ainda mais em jantares. 

Eu não quero mentir, mas acho que lhe enfiei a sobremesa na boca à pressa enquanto dizia "vamos embora, está a ficar frio e eu não tenho casaco". Casa dos amigos, nabo de fora e vamos lá ao que interessa. Confesso que não foi das melhores fodas, dado que por esta altura já estava a fazer contas à viagem de regresso e às horas a que ia chegar a casa. Portanto, dei uma foda apressada, dois beijos e saí porta fora com os tomates vazios e uma certeza... 

- DEVIA TER BATIDO À PUNHETA QUANDO RECEBI AQUELA MENSAGEM!

Boas fodas perto ou longe de casa e até quarta.

Noé

Noé

Noé

Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.

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