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20 julho, 2025 Confissões X: Quarto escuro duma noite de Lisboa

Senti a nudez de Sónia sobre a minha. Ela montava-me, dominava-me...

Conheci a Sónia numa noite abafada em Lisboa, numa discoteca da moda. A sala pulsava de vida,  as luzes néon dançavam sobre ela, pele clara, cabelo preto ondulado a roçar os ombros.

Confissões X: Quarto escuro duma noite de Lisboa

 

O tecno vibrava nos corpos e ela levitava no meio da multidão. Senti um arrepio quando os seus olhos se fixaram em mim, um convite silencioso que não precisava de palavras.

Sem demoras, veio ter comigo e disse baixinho “olá”. Perguntou-me como me chamava. "Andreia", respondi. "Olá, Andreia. Prazer. Sou a Sónia." E não disse mais nada. Não foi preciso.

Pegou-me na mão e puxou-me para um corredor estreito, longe da pista. Dali para uma porta misteriosa, um quarto escuro, onde o som da música chegava abafado, misturado com sussurros de outros que ali se escondiam.

Nunca tinha visto aquela porta. O ar era denso, cheirava a perfume e a suor. A sexo?

Sónia encostou-me à parede. Mesmo no escuro, conseguia ver-lhe os olhos a brilhar. Senti os seus lábios colaram-se aos meus num beijo faminto, cheio de línguas que se exploravam com urgência, mas sem pressas.

As mãos de Sónia desceram pela minha cintura, levantaram-me a saia, tocaram-me como um sopro nas virilhas. Ouvi um gemido baixo escapar-se-me de entre dentes e abri a boca em delírio, sufocada no prazer do seu toque.

As minhas pernas abriram-se instintivamente e os dedos de Sónia deslizaram por baixo da minha lingerie. Senti-me quente e molhada, o corpo a arquear pedindo mais.

Num movimento rápido, puxou-me para o chão. Caí sobre um tapete áspero, uma carpete gasta, talvez. Despimo-nos juntas, rapidamente as roupas desapareceram num canto escuro, mais escuro que a escuridão.

Senti a nudez de Sónia sobre a minha. Ela montava-me, dominava-me, mas os corpos moviam-se em sincronia, na medida dum prazer que crescia no silêncio tenso, quebrado apenas pelos suspiros crescentes de ambas.

Senti a sua língua na minha racha fértil, um dedo sinuoso penetrando-me o ânus, outro divagando sobre os meus mamilos tesos. O som dos seus gemidos embalava-me, o cheiro do seu sexo embriagava-me!

O orgasmo chegou como uma onda gigante, quase ao mesmo tempo, deixando-nos exaustas e trémulas.

Recompusemo-nos em silêncio, o coração ainda acelerado, o sangue efervescente.

Procurámos a roupa entre risos e o ruído metálico de outros casais que também fodiam. Ao sairmos, trocámos um último olhar e seguimos caminhos opostos na multidão.

Como se nunca nos tivéssemos encontrado. Como se nunca nos tivéssemos conhecido. Como se, de novo, nos fôssemos conhecer amanhã, depois de amanhã, e todos os dias seguintes até ao fim das nossas vidas.

Andreia

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