22 Septiembre, 2020 Crónicas da Lábia: Acreditar no Ponto G é como acreditar em Deus

Vamos começar desde logo por tomar como verdade o seguinte: o Ponto G não existe!

Não há nenhum estudo científico que confirme irrefutavelmente a existência do Ponto G. O que há são teorias científicas que dizem que pode, hipoteticamente, haver um Ponto G! Portanto, há cientistas que gostariam muito que ele existisse - como há aqueles agnósticos que dizem que não é possível provar a existência de Deus, mas que apostam que ele existe.

Crónicas da Lábia: Acreditar no Ponto G é como acreditar em Deus

De onde vem, afinal, essa ideia do Ponto G?

O "G-Spot" nasceu em 1950 com o senhor Gräfenberg, um ginecologista alemão, que o descreveu como "uma zona erógena na parede anterior da vagina". Desde então, foi uma verdadeira busca pelo "Santo Graal" da anatomia feminina!

Em 70 anos de pesquisas, nada! Nem sinal desse ponto mágico. Muito possivelmente, porque ele não existe...

Apesar de tudo, de já se ter dissecado o corpo da mulher de todas as formas, manualmente ou tecnologicamente, em vida e em morte, sem pistas do mítico órgão, ainda há quem o procure. As revistas femininas e os sites cor-de-rosa gastam páginas a explicar às mulheres como podem encontrar o seu Ponto G inexistente. Algumas mulheres juram até que já encontraram o delas!

Provavelmente, quando essas mulheres falam do "Ponto G" estão a falar do ponto de rebuçado do caldo entre os estímulos físicos e os estímulos psicológicos que despoletam o orgasmo feminino. E esse é outro mistério insondável!

Acreditar que o orgasmo feminino pode ser alcançado com o toque num botão mágico é um insulto à sexualidade feminina! É também uma forma "manhosa" de justificar a dificuldade que muitas mulheres têm em atingir o orgasmo - é como a Eva no paraíso que trincou a maçã e trouxe ao mundo todos os seus males. De igual forma, as mulheres têm toda a culpa por não saberem vir-se!

Acreditar no Ponto G é como acreditar em Deus - não tem existência física, não se pode provar que existe, mas ainda assim, há quem o encontre, de diversas formas e maneiras, com diferentes aspectos e com garantias de salvação para todos os gostos e feitios. No fim de contas, cada qual acredita no que quer.

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