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06 janeiro, 2020 Era uma vez... - I e II

Podes dizer o que quiseres, mas se isso fosse verdade não tínhamos chegado tão longe na nossa conversa como chegámos hoje.

Trabalhava numa loja de centro comercial e estava a entrar nos meus minutos de pausa. Ao que parece ao sair da loja cruzei o olhar com um rapaz. Um tipo giro, engraçado, com pinta de maluco, como eu e de corpinho bem feito. Sim, ao que parece. Diz ele, ainda hoje, que percebeu a forma como olhei para ele, com olhar de fome. Pois é, esta história já começa de forma caricata.

Era uma vez... - I e II

Andava eu um dia pelas redes sociais quando recebo um pedido de amizade “Marco Sampaio” pediu amizade”.

“Mas quem é este tipo”, pensei eu.

Ao aceitar o seu pedido de amizade foi aí que ele se apresentou, como o tal tipo com que supostamente terei cruzado o olhar, aquele de fome. Juro-vos que é mentira ou muita impressão sua, mas não querendo esmagar o seu ego não neguei nem afirmei, simplesmente permiti-lhe que continuasse a sua história.

- Vi a forma como olhaste para mim! Achei o teu olhar interessante, de fome e quis encontrar-te aqui para poder falar contigo. Espero que não haja problema!

Logo ali achei estranho, mas…

- Não! Não há problema algum, fora a parte de que tenho alguém..

- Eu sou solteiro, mas acabei de sair de uma relação e de certa forma ainda me sinto um pouco preso à pessoa. Mas não invalido a possibilidade de estar com outras pessoas que se cruzem no meu caminho, tal como tu cruzaste o meu.

Ok! Paremos um pouco a história.

Como raio é que este rapaz encontrou o meu perfil pessoal ao simplesmente se debater comigo num centro comercial?! Até hoje, não faço ideia Permanece ainda no mistério dos Deuses, onde tal como ele, deveria ter ficado e já vão perceber porquê!

A conversa continuou. Nos primeiros dias um trato um pouco mais recatado. Falar de si, querendo saber um pouco sobre mim, o que fazia da vida, quais os meus hobbies, que sítios gostava de frequentar, que música gostava de ouvir, até chegar ao ponto de me sentir um pouco mais a vontade com ele.

Não tardou até que as suas investidas se tornassem cada vez mais sexualmente abruptas e descaradas. Tornavam-se cada vez mais, de dia para dia, frequentes. Uma constante, até chegar ao ponto de receber fotografias de nudes como bom dia. “Fico assim quando penso em ti! Bom dia!”, escrevia.

Woooow!!!

A primeira vez foi algo realmente estranho. Como vos disse, eu namorava realmente, não era uma desculpa e aquilo tornava-se estranho. Comecei a tentar quebrar aquilo que ele tentava tornar uma rotina, aquela conversa constante, aquelas investidas que da minha parte não tinham grande futuro nem iam a lado nenhum.

Certo dia estava a trabalhar naquela loja espetacular onde não se passava rigorosamente nada, no turno da manhã e eis que aparece um cliente.

- Bom dia!

Aquela voz grossa e assertiva fazem-me virar de repente, quase como um susto. E quando olho era ele!

- Marco! – fiquei de todas as cores. Não esperava nada aquela visita nada ao acaso! - Por aqui? Precisas de alguma coisa da loja?

- Achas? Vim aqui de propósito para te ver. Quis vir mexer um pouco contigo.

Eu ri-me, como é óbvio!

- Deves estar a brincar, claro!

- Não, não estou! Já que te mostras tão segura atrás de um telemóvel queria perceber se comigo à tua frente, a desafiar-te olhos nos olhos se também és assim tão firme!

- Não tenhas dúvidas!

Mas a verdade é que a esta altura já tinha as pernas a cambalear. Mal sabia eu o que estava por vir…

Às tantas, no meio de tanta conversa ele começa a investir com tudo, “forte e feio”, como se diz.

- Eu quero-te foder toda!

E vai se aproximando cada vez mais de mim!

- Olha aí Marco! Tenho clientes na loja! Já viste o que estás a fazer? E se me aparece alguém conhecido na loja ou que o meu namorado conheça. Tu queres estragar-me a vida ou quê?

Mas ele tinha resposta para tudo!

- Estragar-te a vida não! Só te quero fazer bem. Lamber-te, chupar-te toda e dar-te tudo o que mereces, todo o prazer.

Coro sem parar e ele nota. Dá-lhe gozo e continua.

- Quero-te foder contra a parede. Eu sei que tu és desse tipo de mulher que adora fodas agressivas. Quero causar todos os estragos nesse corpo e eu sei que tu queres recebê-los.

OH MEU DEUS! GELEI COM ESTA! Sim! Senti-me super constrangida! Achava eu eu já tinha lidado com pessoas diretas, mas não. Isto sim é uma pessoa direta e sem filtros e naquele momento eu sentia-me tão envergonhada, incapaz de sequer responder um “ai”.

- Oh Marco! Pará com isso! – parecia eu que tinha engolido um gravador.

- Então olha-me nos olhos e diz-me que não queres! É que eu olho para ti e vejo o contrário!

Confiança este tipo tinha, e apesar de nunca ter olhado para ele dessa forma (JURO), com esta firmeza toda, de fato, começava a olhar para ele por toda a sua confiança ao afirmar-se capaz desta forma, mas ainda assim neguei-o.

- OK! Eu digo. Eu não quero. Sabes que eu tenho uma pessoa, portanto deixa-te de histórias. Não cries problemas.

- Problemas crias tu para ti, porque não queres porque tens alguém, não porque tu não me desejes! - ri-se dizendo.

A sério que este tipo tem resposta para tudo?

E ainda afirma.

- Tu sabes que eu tenho razão.

Eu respondo-lhe não lhe dando explicações, mas apenas lhe respondo para não se ficar a achar o “Todo Poderoso” da parada.

- Não Marco, eu não quero, porque eu não quero mesmo, ter alguém é mais um motivo, mas não é “O” motivo. Era isso que querias ouvir?

- Podes dizer o que quiseres, mas se isso fosse verdade não tínhamos chegado tão longe na nossa conversa como chegámos até hoje. Digas tu que não, mas eu tenho-te feito bem ao ego e tenho estimulado essa tua parte de “mulher que seduz e gosta de ser seduzida”. Sentes falta disso e não me dizes que não pelo mesmo motivo. Mentira?

Aqui rendi-me! Levantei-lhe a bandeira branca e acenei!

Ri-me abanando a cabeça sem conseguir fintá-lo.

- Sim! Ganhas-te. Fazes-me bem ao ego, mas nada mais do que isso! Escusas de continuar essa psicologia toda para me levares onde pretendes. Ego não significa sexo, portanto obrigada pela auto estima que me tens dado, MAS – e arregalo-lhe o olhar- não passará disto mesmo!

- Isso pensas tu! Temos muito tempo. Eu sei esperar!

Ele continuou a sua conversa de quem queria tudo, e se eu alinhasse, seria ali mesmo. O homem estava por tudo, mas como sempre tentei cortar-lhe as vazas.

Bate a minha hora de saída e acreditem ou não ele permaneceu por lá.

- Eu levo-te a casa!

- NÃO!

- Levo sim, anda!

- Não preciso e não quero!

- Vá lá! Eu já percebi que hoje vamos ficar só pela conversa! Fica descansada que eu não te toco!

- Não! Nem conversa, nem mais coisa nenhuma. Vou agora apanhar os transportes e vou bem assim. Adeus!

Dei-lhe um beijo na face e fui-me embora!

Ele ficou incrédulo. Acho, sinceramente, que depois de tantas horas fechado dentro de uma loja, ele pensou que pelo menos o recompensaria com a minha companhia, mas achei por bem que seria melhor não, mas apesar de tudo nem isso o demoveu.

Ele insistiu tanto que três anos mais tarde a história ainda continua…

O tempo passa e a vida muda. Nos entretantos da vida, a relação que eu achava ser para a vida terminou. Ó inocente, não sabes nada realmente!

As conversas com o Marco nunca tinham terminado. Às vezes por uma semana ou duas ficávamos sem trocar umas palavras, mas nunca mais que isso, e quando falávamos nunca faltavam as ideias de sexo. Inevitavelmente acabamos por nos tornar mais que isso. Consegui, às tantas, puxar também por ele e fazer com que as nossas conversas não fossem meramente sexuais, mas também um pouco mais sobre nós enquanto pessoas, e assim nos tornámos amigos.

Não queria falar-lhe sobre o término da minha relação, mas também não queria mentir nem parecer que tinha essa necessidade só para que não acontecesse nada, até porque isso não seria desculpa, então quando surgiu a oportunidade e ele me perguntou algo a respeito eu contei.

- Como assim já não estás com ele? – pergunta-me muito indignado!

- Então! Não estou não estando. O que queres que diga? Não estou, ponto!

- WOW! Calma amigo… mas eu tenho algo a informar a alguém?

Ele entende o meu desagrado quando sinto que estão a entrar no meu campo pessoal.

- Calma contigo! Antes de mais somos amigos, mas sabes que te quero foder e agora que estás sozinha não tens desculpas! Agora aguardo o convite para um café no sofá contigo!

Só conheço uma pessoa com tanta “cara de pau” assim! Só mesmo ele e mais ninguém!

- Mas e quem te disse que ele era uma desculpa para te dizer que não? Já pensaste na possibilidade de eu não querer mesmo?

- Eu sei que tu queres! Só não tinhas coragem! Agora é uma questão de tempo até saíres dessa tua zona de conforto, “dares-te à morte” e seres a “comidinha do leão”.

Este gajo faz-me rir!

Já vos tinha falado das fotografias que recebia, certo? E dos vídeos? Se a situação tinha acalmado, a partir do momento em que soube que eu estava solteira este terrorista voltou ao ataque mais forte que nunca! Bom, a verdade é que as vistas não eram más de todo e na verdade até davam para brincar um pouco nas horas vagas, ao deitar. O rapaz era bem abonado, ou parecia, pelo menos.

Certo dia, no trabalho, um outro que entretanto arranjei, porque não são só as relações amorosas que terminam, contei toda esta história ao meu amigo gay, o Fernando e perguntei-lhe o que ele achava que eu deveria fazer. Muito seguro responde-me:

- Ai amiga! Deixa-te de merdas e vai logo. Acaba com essa história de uma vez. Se for bom, ótimo, pode ficar na lista de “reproduzir mais tarde”, se não passas à frente e manda-lo à fava.

- Achas mesmo? O gajo até é giro e tem toda a postura e confiança, mas não sei. Eu às vezes até tenho vontade, mas há algo aqui que me bloqueia.

No meio desta conversa mostro-lhe todo o CV que tenho a respeito da pessoa. Doido, o meu amigo responde-me:

- Dá Deus nozes a quem não tem dentes realmente. Havia de ser comigo, sim Já lá tinha ido umas cinco vezes esta semana.

- Achas mesmo?

- Ó mulher convida-o logo para lá ir!

Olhem, e foi isso mesmo que fiz. Deixei que ele tentasse uma vez mais a sua sorte comigo e foi isso mesmo que aconteceu. Nas primeiras palavras fiz-me ainda um pouco de difícil. Não queria que ele percebesse que eu estava a pensar naquilo. Permiti-lhe que pensasse que tinha conseguido finalmente convencer-me (só que não). A meio da conversa…

- Ok Marco! Tudo bem.. então se me dizes que te vais portar bem eu convido-te para um café cá em casa, mas já sabes, ao mínimo deslize, estás fora!

- Tudo bem! Aceito as tuas condições e obedeço! – responde-me, só que não também.

Saindo do seu treino de boxe, vai a casa tomar um duche e vem ter comigo. Aproveito todo esse tempo para dar aquele ajuste rápido com a gilete, só para ter a certeza de que não está nada a mais e está tudo no lugar como manda a lei.

O telefone toca. Mensagem! É ele.

«Estou à tua porta. Abre!»

O meu coração dispara! Penso «ai merda é agora! E agora?»

Agora já estava!

Abri a porta e assim que o faço:

- E se eu te agarrasse já aqui?!

Foram as suas primeiras palavras e eu só pensava o quão promissora prometia ser aquela noite e deixei-me levar com aquela investida.

Encaminhei-o até à sala e ofereci-lhe o café, tal como prometido. Deixei que se colocasse à vontade e esperei para ver onde se iria sentar. Eu sentar-me-ia na outra ponta do sofá. Tinha algumas coisas pensadas. Não queria que ele chegasse e ousa-se pensar que tinha tudo controlado. Afinal de contas ele era só uma visita, até que, sem mais nem porquê ele começa a desafiar-me.

- Estás nervosa!

- Não, não estou. Não percebo essa pergunta!

- Não é uma pergunta! É uma afirmação.

- Oh vá lá Marco, não comeces com essa tua psicologia barata. Já aqui estás em minha casa a beber um café comigo, no meu sofá, não precisas de mais nada…

… e não foi preciso dizer mais nada…

- Preciso sim! – afirma-me.

Num ápice, sem que eu desse por nada ele puxa-me pelas pernas e coloca-me em cima dele, agarra-me no cabelo pela nuca e beija-me.

Hmm!! … algo não está a correr como esperado! Senti neste momento um sinal de alerta.

Afasto a minha face dele. Olho-o no olhos e aí sou eu que tomo a iniciativa de tomar rédeas e beijo-o à minha maneira.

Ok!... Estamos a falhar! Este beijo não está a ser bom, nada bom, mesmo! A sua língua parece feita de betão que não se quer mexer. Estou a perder a tesão e ainda agora isto está a começar. Lembro-me de pensar “Pode ser que a foda seja muita boa. Ele tem muita atitude”.

Verdade seja dita, eu era um boneco nas suas mãos e isso agradava-me. Virava-me para qualquer um dos lados, para cima e parava baixo, punha-me, voltava a tirar-me, sem que eu fizesse o mínimo esforço e isso dava um certo entusiasmo à coisa. Controlava-me e essa ideia animava-me um pouco.

Eis que ele quer partir para algo mais além dos beijos. Graça a Deus, eu já não estava a aguentar mais!

Levanta-me de cima do seu colo, louco e encalorado como estava, já sem camisola e suado, joga-me para o outro lado do sofá.

- Estou cheio de tesão. Não percebo o efeito que tens sobre mim. Essa maneira como me olhas…

Pausa o seu discurso enquanto ofega:

- Parece que pedes que te coma com toda a força.

Rio-me simplesmente e nesse momento esforço-me, e aí sim, para fazer esse olhar que ele diz ver em mim, mas que eu não reconheço, talvez me seja natural, não sei.

Ele avança um pouco mais.

Agarra-me no cabelo e aproxima-me do seu pénis, mesmo por cima daqueles calções cinzentos de desporto e esfrega a minha cara para que sinta a sua dimensão. Nada me constrange. Solta-me o cabelo e empurra-me.

- Olha como é que tu me deixas!

Baixa os calções, os boxers, tudo!

Neste momento tudo mudou! Tive tanta vontade de me atirar para o chão! Queria desatar à gargalhada, mas não podia. Mordia as bochechas por dentro. E vocês perguntam porquê! Porque andei enganada todos estes últimos anos da minha vida com este tipo! Aquela pila era microscópica! Vá, microscópica não, mas não era de todo aquilo que se apresentava nos vídeos e nas fotos! Passei as últimas horas dessa noite, atuando até ao fim, sem nunca perder a pose, mas sempre a questionar-me “Mas como é que é possível?!” rindo-me imenso por dentro. Tanto quanto tive quando bati os olhos “naquilo”.

Foi a primeira vez em toda a minha vida que não senti nada na relação. Não senti no sentido literal da coisa. Não sentia que havia algo realmente a penetrar-me realmente. Via simplesmente alguém por cima de mim, a fazer movimentos e a gemer, literalmente achando que eu estava adorando todo aquele cenário, mas não, e olhem que tenho um vasto CV de experiências sexuais com pessoas diferentes e garantidamente, nunca passei por algo semelhante. Foi realmente hilariante e lembro-me de estar ansiosa que ele se viesse, se vestisse e fosse embora para nunca mais voltar. Foi maior o sentimento de vazio depois de ele se ter ido que antes de ter chegado.

Há vezes que mais vale não apostar em cavalo algum, pois além de não dar em nada ainda se pode perder, tal como neste caso acabei também por perder uma amizade. É que ele achou que a sua performance foi tão boa e que eu gostei tanto que ele insistia em voltar, como por exemplo responder às minhas fotos no Instagram “Hmm cara de atrevida, foi essa a cara que fizeste quando viste o meu pau!”. WOOOOW!! Como assim?! Não tenho outro remédio se não me rir, mas lamentar ter que me afastar dele. Alguma hora ele vai entender que de facto aquilo não foi tão bom assim e que eu simplesmente não gostei e não quero mais.

Ter que fingir e reposicionar-me vezes e vezes sem conta a ver se sinto uma pontinha de pénis que seja não é de facto para mim.

Se calhar deveria ter seguido uma linha mais anal! Podia ser que ending fosse mais happy!

Alexa

Alexa

Uma mulher com imaginação para dar e vender.
Sempre gostei de escrever, mas coisas eróticas... isso gosto mais. Levar um homem à loucura através de palavras e da sua própria imaginação. Como adoro...

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