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08 janeiro, 2017 Threesome "ardente"

Sexo é fogo que arde sem se ver... ou não.

Já aqui escrevi sobre uma relação passada com uma menina que tinha a líbido de uma equipa de rugby juvenil e de algumas aventuras vividas a dois e a três com a mesma, mas ficou por contar a mais “trágica”. 

Threesome

Não no sentido negativo (até porque não há tal coisa de fodas dramáticas), mas a que teve um desfecho amargo (e ardente, no pior sentido). Estávamos no pico da nossa liberdade sexual, onde cada saída a dois era uma potencial caça para engavetar alguma gaja que ambos achássemos fodível. Alguém cuja cara, corpo e movimento me deixasse com um alto nas calças e uma pinga na roupa interior dela. Muitas vezes difícil e complicado, confesso. Engatar a dois é uma arte que deve ser deixada para uma pessoa apenas: ela.

Sobre isto não há discussão, porque se há alguém que consegue engatar uma mulher, é outra mulher.

Por entre copos e danças aqui e ali a observar a fauna, vimos ambos uma rapariga morena sozinha perto do bar. Não o maior “avião” do mundo, mas com cara de quem não diz que não a tê-lo enfiado em mais que dois sítios. A minha ex-companheira aborda-a casualmente, faz “amizade” e em menos de um minuto já estão de cochichos e a beber um copo (eu não seria capaz de o ter feito com tanta mestria). Os copos passam de mão em mão, os olhares para mim começam e as trocas de segredos também, com alguns risos e toques involuntários à mistura. Chamam-me para junto delas e sucedem-se as apresentações da praxe, comigo a falar o menos possível para não estragar qualquer “trabalho” que já tivesse sido feito pela minha parceira. Passado pouco mais de meia-hora a outra vai ao WC acompanhada da minha pessoa e, ao passar por mim, diz-me “já está…”. Sorri. Por dentro e por fora. Só a antecipação de saber que ia terminar a noite na cama com duas mulheres, era suficiente para querer deitar o copo por cima do ombro e ir pagar o cartão. 

Esperou-se mais um pouco e bebeu-se mais um copo. A noite começa-se a alongar e damos a sugestão de irmos todos para casa continuar a festa, mas numa pista com outra dança.

A entrada em casa é feita entre beijos e toque mútuos com os suspiros e gemidos abafados a fazerem de banda-sonora. A excitação da antecipação deu lugar à tesão e todos se despem mutuamente a rirem por entre beijos de hálito alaranjado do vodka. Beijos entre elas, mãos minhas, mãos dela, mãos da outra, beijos meus e deitamo-nos os três a sentirmo-nos seis. Infelizmente, a tesão do momento a o álcool são uma dupla fantástica para umas coisas e tremendamente horríveis para outras, ou seja, não passou na cabeça de ninguém usarmos preservativo (o que é estúpido). Por entre tira numa e mete noutra (uma coisa que adoro), nem houve tempo para pensar em mais nada. Quem é que está a pensar em alguma coisa que seja quando vemos a nossa namorada a tocar-se a ver-nos a foder outra gaja à frente dela? Ninguém. Quem é que consegue ser racional quando duas mulheres estão de joelhos a alternarem o teu caralho na boca? Ninguém. Quem é que consegue ser consciente quando ouves uma estranha a dizer “quero te ver a comer-lhe o cu…” ao ouvido enquanto é lambida pela tua namorada e tu lhe dás com o caralho na boca? Ninguém. Quando estás perdido numa fantasia-real, a razão e a lógica estão todas concentradas na ponta da gaita e dali não saem até te vires. A noite termina com todos ofegantes e deixamo-nos dormir por entre roupa espalhada e lençóis manchados de suor e esporra.

Acordamos sorridentes e sem muitas intimidades. Acabou a festa, há que separar os mundos novamente. Dizemos bom dia com beijos no rosto da nossa amiga e eu prontifico-me a fazer o pequeno-almoço. Dizemos adeus, trocando números de telemóvel para caso nos apeteça repetir a graça.

Passam-se alguns dias. Recebo uma SMS: “liga-me urgente”. Era a rapariga da outra noite.

“Oi.. olha… que raio de doença é que tu e a tua namorada me pegaram?”
“Como? Qual doença?”
“Tenho isto tudo inchado e vermelho. Só pode ter sido convosco, porque não fodi com mais ninguém!”

Doenças venéreas não é a minha maior especialidade, mas disse que iria falar com a minha companheira para saber mais sobre o assunto. Ligo-lhe:

“Epá, nem me digas nada. Tenho a rata toda vermelha, com comichão e a ficar com um ardor enorme. Parece uma couve-flor!”

Aqui percebi que algo se passava, mas não sabia bem o quê ainda. Passam-se umas horas e começo a ficar com um ardor na gaita. O desconforto passa a dor e, em pouco tempo, a minha picha parece um microfone. Sento-me com a minha parceira para tentarmos perceber o que se passava e o que era, de facto, aquilo. Durante a nossa conversa, lembrei-me que ela estava a tomar antibióticos para uma infecção no ouvido (Clavamox). Não sei se algum de vós tem a bula do Clavamox à mão, mas se assim for, vão buscá-la e leiam as reacções adversas. Pois é. Sabem o que está lá escrito? Candidíase. Ligo de volta à outra rapariga e explico o que se passou, tendo-a deixado mais descansada (até nos rimos). Fomos à farmácia os três para sabermos melhor como nos livrarmos disto, pois o ardor já estava a tornar-se insuportável.

Até hoje, jamais esquecerei a cara da menina da farmácia quando a abordámos e pedimos que nos indicasse qual seria o melhor tratamento para o que tínhamos. Aquela expressão de “só podem estar a gozar comigo” e “foda-se, estes gajos foderam os três !”. Priceless. Aquilo vem nuns kits de casal, ou seja, tive de comprar dois (ofereci à rapariga).

Dissemos adeus ainda a rir, nunca mais a vimos e eu nunca mais apanhei uma merdas destas.

Preservativo. Sempre.

Até quarta e boas fodas.

Noé

Noé

Noé

Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.

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