PUB

17 fevereiro, 2015 Dicas de sexo bondage para iniciantes do BDSM

Não se deixe enganar pelos clichés de "50 sombras de Grey" e leia isto...

O BDSM está na moda, muito por culpa de "50 sombras de Grey". Mas o filme não é um retrato da realidade do sado-masoquismo e do bondage. É simplesmente uma fantasia em versão "light" para quem nunca experimentou os prazeres do chicote e, provavelmente, nunca experimentará...

Dicas de sexo bondage para iniciantes do BDSM

Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo, Masoquismo

BDSM são as iniciais de Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo e, geralmente associa-se esta prática a chicotes, correntes, cordas, trelas, cabedal, latex e outros artefactos que tais. Mas, este tipo de sexo "kinky" envolve muito mais do que apenas isso.

Provavelmente, já apertou os pulsos da/do parceira/parceiro, puxou-lhe pelos cabelos, mordeu-lhe os ombros ou os mamilos durante o sexo. Isso não significa necessariamente que seja adepto do BDSM, mas pode também ser um indício de que este tipo de sexo excêntrico é o próximo passo na sua vida sexual...

Regra de ouro do BDSM: a confiança

O consentimento e a confiança são palavras-chave no mundo do BDSM. No fundo, trata-se de um jogo de confiança, em que as duas partes sabem quais são os limites que em nenhuma circunstância são para ultrapassar.

A comunicação é essencial para determinar até onde cada um dos envolvidos neste tipo de sexo "kinky" pode ir. O "não" pode ser uma palavra previamente acordada como sendo para ignorar, no espírito do bondage e da submissão inerente, mas deve haver sempre "palavras de segurança" que determinam até onde se pode ir e quando se deve parar.

Submisso não significa sem controle

A parte da submissão nas relações de BDSM não implica fraqueza, uma ideia errada que se passa no filme "50 sombras de Grey" [veja aqui o trailer do filme para entender do que se fala] em que a personagem feminina é uma estudante virgem que se deixa manipular pelo dominador Christian Grey.

Na vida real o submisso é quem controla verdadeiramente a relação, nomeadamente deixando-se entregar, abdicando desse controle por um período de tempo. Normalmente, a cena de fantasia BDSM desenrola-se em torno do que os submissos desejam, do que eles querem fazer e dos seus limites.

Há muitos submissos que são, de facto, lideres nas suas vidas profissionais, dominando o mundo dos negócios e comandando equipas multifacetadas e exigentes. O BDSM é, para este tipo de pessoas, um escape que lhes permite libertarem-se da exigência de estarem no comando.

BDSM não se trata de homens a manipularem mulheres

Outra ideia errada que "50 sombras de Grey" transmite é a de que o BDSM está, de algum modo, associado à ideia de homens que manipulam mulheres a seu bel prazer. No filme Christian é o elemento controlador, forçando Anastasia a fazer aquilo que ele gosta ou, em contrapartida, a perdê-lo de vez. Trata-se, verdadeiramente, mais de uma relação abusiva do que de uma relação de BDSM.

As relações entre dominador e submisso são tão respeitosas como as de um qualquer casal apaixonado normal - podem até implicar uma dose maior de respeito, dado o grau de comunicação e de confiança que é preciso haver.

A dor infligida é só a que o parceiro permite, a que recebe dentro dos seus limites de prazer.

Praticantes de bondage e BDSM não são todos depravados

O universo do bondage, com chicotes e correntes, cabedal e latex e trelas, associa normalmente os seus praticantes à ideia de que são pessoas chocantes e depravadas. Não é exactamente assim.

Alguns aficionados do bondage são, na verdade, figuras proeminentes nas suas carreiras profissionais e pessoas absolutamente comuns, no seu dia-a-dia, sem nada de estranho ou de perverso.

De resto, o gosto pelo BDSM não resulta de traumas de infância ou de nada parecido. Pode até haver quem goste deste tipo de sexo excêntrico e que tenha passado por esse tipo d experiências no passado, mas não é uma associação óbvia ou recorrente.

Devagar se vai ao longe...

Há aquele velho provérbio que diz que devagar se vai ao longe. E isto não podia ser mais verdade, no caso do BDSM. Não precisa de começar logo a lidar com um chicote e a vestir-se de latex dos pés à cabeça! Umas palmadinhas de amor são uma boa forma de começar a entrar na onda e pode recorrer a uma colher de pau para apimentar um pouco o sexo.

Importa explorar o tipo de excentricidades que mais lhe dão prazer. E, lembre-se, o BDSM não são apenas palmadas, chicotadas e açoites - este tipo de sexo "kinky" pode implicar apenas o uso de penas, de gelo e de vendas ou de outros artefactos igualmente inofensivos.

Há também a ideia a ideia errada de que os sado-masoquistas só gostam deste tipo de sexo. Não é assim. Muitos também praticam o chamado "sexo baunilha", isto é, a coisa mais tradicional e sem artefactos ou grandes perversidades.

Gina Maria

Gina Maria

Jornalista de formação e escritora por paixão, escreve sobre sexualidade, Trabalho Sexual e questões ligadas à realidade de profissionais do sexo.

"Uma pessoa só tem o direito de olhar outra de cima para baixo para a ajudar a levantar-se." [versão de citação de Gabriel García Márquez]

+ ginamariaxxx@gmail.com (vendas e propostas sexuais dispensam-se, por favor! Opiniões, críticas construtivas e sugestões são sempre bem-vindas) 

PUB
blog comments powered by Disqus

Inserir Anúncio Gratis