13 outubro, 2020 Crónicas da Lábia: As mulheres são as piores inimigas delas próprias

Porque é que uma mulher bonita há-de pedir desculpa por ter um corpo com curvas?!

Li, por estes dias, artigos sobre declarações da actriz Júlia Palha no programa Alta Definição da SIC. "Não tenho culpa de ter este corpo", diz, entre outras coisas, a jovem de 21 anos. O que leva uma miúda bonita a desculpar-se por ter um corpo com curvas?!

Crónicas da Lábia: As mulheres são as piores inimigas delas próprias

Júlia Palha, para quem não sabe, é muitas vezes notícia nos sites de fofocas por publicar fotografias sensuais nas redes sociais, especialmente aquelas onde aparecem em evidência os seus seios avantajados. A miúda tem mamas grandes e curvas - é esse o seu pecado capital!

Tantas vezes têm sido outras mulheres a queixar-se de que ela não devia mostrar tanto as suas mamocas - precisamente por serem grandes.

Será dor de cotovelo?! É possível. Ou são, simplesmente, as mulheres a serem mulheres. Não há ninguém mais crítico relativamente ao corpo feminino do que as próprias mulheres. Elas são as maiores críticas de si próprias, vendo defeitos onde mais ninguém os vê.

E quando se trata de avaliar o corpo das outras, estão também na primeira linha a criticar tudo e nada. Se são magras porque são escanzeladas, se têm curvas porque são gordas, se têm celulite que não a deviam mostrar, se têm um corpo perfeito que abusam do Photoshop, se fodem com quem querem porque são putas, se são santas porque são do pau oco... Enfim!

As mulheres são as piores inimigas delas próprias. Juntam-se, muitas vezes, para destruírem a beleza ou a reputação de outras mulheres. E fazem-no não tanto por inveja, mas porque cresceram, desde miúdas, "educadas" para serem as mais bonitas, as mais delicadas, as donas perfeitas em tudo!

Ao contrário dos homens que se protegem frequentemente, mantendo uma espécie de elo sagrado entre machos que os impede de se lançarem uns contra os outros, as mulheres são as primeiras a apontarem o dedo às outras, sempre dispostas a "balear" uma delas.

Como acabar com isto? Não sei bem, mas é preciso começar por cada uma de nós, procurando olhar para nós próprias com menos criticismo e mais auto-aceitação. Depois disso, talvez seja possível encarar as demais mulheres com um olhar mais compreensivo também.

O que sei é que quando as mulheres se unirem, deixando de lado rivalidades e más línguas, o mundo será nosso!

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