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17 novembro, 2015 Charlie Sheen anuncia que tem o vírus VIH / SIDA

Actor diz que tem o vírus indetectável. Leia e perceba...

Charlie Sheen é o nome do momento, depois de ter admitido que é seropositivo. O actor anunciou, numa entrevista, que é portador do VIH, mas que não tem SIDA e que o vírus está "indetectável" no seu sangue. Perceba o que tudo isto quer dizer...

Charlie Sheen anuncia que tem o vírus VIH / SIDA

Charlie Sheen revelou no programa de televisão Today, do canal NBC, que é seropositivo, que descobriu há quatro anos e que enfrentar uma realidade como esta é "um ponto de viragem na vida de alguém".

Envolvido em inúmeras polémicas, ao longo dos anos, com drogas, álcool e muito sexo, incluindo relacionamentos com trabalhadoras do sexo e actrizes pornográficas, Charlie Sheen dá a ideia de que está pronto a começar uma nova página no filme da sua vida (com um capítulo do seu melhor eu).

Ele diz que quer ser um exemplo e um porta-voz na luta contra a SIDA - Vírus da Imunodeficiência Humana e contra o estigma social que ainda está associado aos seropositivos.

Mas, se se saúda esse facto e a coragem de se ter assumido - mesmo que pressionado pela chantagem dos próximos que sabiam que estava infectado e que, nos últimos anos, lhe extorquiram 10 milhões de dólares para não venderem a história aos jornais -, há já cinco factos que podemos aprender sobre o VIH/SIDA com o seu caso.

Já não é uma sentença de morte

Actualmente, existem inúmeros medicamentos no mercado específicos para o tratamento do VIH. Quando tomados regularmente, nas doses estipuladas, podem garantir a protecção dos seropositivos e do seu sistema imunitário, de modo a não ficarem de facto doentes com SIDA.

Para quem não sabe, ter VIH não significa que se é doente de SIDA. Pode-se ser apenas portador do vírus, sem que o sistema imunitário fique debilitado e, logo, vulnerável a doenças que poderão ser fatais.

Esse é o caso de Charlie Sheen que "não tem SIDA", conforme explicou o seu médico pessoal, Robert Huizenga, no mesmo Today da NBC.

O actor diz que toma quatro comprimidos antiretrovirais diariamente, de forma regular e sem interrupções, apesar de assumir que foi consumindo drogas e álcool pelo meio.

Foi essa toma regular, desde o início do diagnóstico, que levou a que a carga do vírus HIV ficasse indetectável no sangue de Charlie Sheen. Mas isto não quer dizer que tenha deixado de ser seropositivo - é uma condição para toda a vida.

O VIH "indetectável" significa que o vírus está controlado, "preso" no interior das células, sem se reproduzir e, logo, que o sistema imunológico do indivíduo não corre perigo e que os riscos de transmissível por via sexual são mais reduzidos.

Importa, contudo, perceber que a carga viral do VIH é volátil e que é preciso fazer testes regulares para verificar que se mantém estável, isto é, indetectável. No fundo, está adormecido, mas continua no corpo, nomeadamente no esperma e nas secreções vaginais, daí que o sexo seguro deva continuar a ser uma prioridade.

Controlado, mas sem cura

Apesar deste cenário positivo, é preciso sublinhar que não há cura para o VIH/SIDA. Quando se enfrenta este diagnóstico é para toda a vida - pelo menos, para já.

Um seropositivo fica, inevitavelmente, agarrado ao seu cocktail de antiretrovirais para toda a vida. Essa é a única forma de manter o vírus controlado e em estado de "adormecimento".

Mágicos cocktails

Tempos houve em que os seropositivos tinham que tomar quantidades industriais de comprimidos distintos e a horas diferentes do dia. Era uma complicação! Com efeitos secundários que nunca mais acabavam.

Actualmente, os chamados cocktails antiretrovirais combinam vários medicamentos que são muito mais aperfeiçoados e combinam muitas das propriedades que são eficientes no combate ao VIH.

Além disso, os efeitos secundários estão muito mais controlados do que outrora e é menos provável que ocorram, embora continuem a existir.

Tratamento ajuda a proteger parceiros sexuais

A toma persistente e regular dos antiretrovirais que, como vimos acima, leva a carga viral do VIH a níveis indetectáveis, faz decrescer de forma significativa os riscos de transmissão sexual da doença.

Há estudos que falam numa queda de 95% nas possibilidades de transmissão nos seropositovs com o VIH indetectável.

Números que reforçam a importância do tratamento, mas que, mais uma vez, não demovem a prática do sexo com preservativo.

Está em causa uma redução das possibilidades, mas não estamos a falar de uma hipótese zero de transmissão.

Antiretrovirais também protegem quem não tem VIH

Tomar diariamente um medicamento antiretroviral contra o VIH pode proteger aqueles que não são portadores do vírus contra a possibilidade de o apanharem.

Já há um comprimido que previne a quase 100% o VIH, conforme um estudo realizado em torno da eficiência do medicamento Truvada naquilo que se chama a Profilática de Pré-Exposição ao VIH/SIDA.

Não é bem uma vacina, mas é uma espécie de escudo de protecção contra o vírus.

Para mais informações/aconselhamento sobre o VIH/SIDA, pode contactar os seguintes links:

Associação Positivo
SER+
Abraço

Gina Maria

Gina Maria

Jornalista de formação e escritora por paixão, escreve sobre sexualidade, Trabalho Sexual e questões ligadas à realidade de profissionais do sexo.

"Uma pessoa só tem o direito de olhar outra de cima para baixo para a ajudar a levantar-se." [versão de citação de Gabriel García Márquez]

+ ginamariaxxx@gmail.com (vendas e propostas sexuais dispensam-se, por favor! Opiniões, críticas construtivas e sugestões são sempre bem-vindas) 

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