28 agosto, 2021 Consultório do Doutor X: equilíbrio entre a cama e o coração

 

Olá, Lénia

 

Não tem nada de mal nenhum gostar bastante de sexo, aliás, estranho seria se não gostasse tanto ou mais como qualquer homem. O estigma de "as mulheres não gostam tanto de sexo como os homens" permanece bem vivo na nossa sociedade, mas nada mais longe da verdade: uma mulher pode ou não gostar - porque também pode não gostar e tem esse direito - de ter sexo tanto ou mais como qualquer homem. O que acontece é que (e estou a generalizar) não é costume é expressar da mesma forma esse gosto e necessidade, daí transparecer outra imagem.  A Lénia é uma mulher que toma as rédeas da sua vida sexual e não tem nada de mal nisso, nem se deverá martirizar ou culpar por assumir que isso dá uma "imagem errada". Não sei bem que "imagem errada" está a referir-se, mas se alguém se envolve sexualmente consigo e apenas a encara dessa forma, poderá assumir que é assim que a questão lhe é apresentada. Se sexo é apenas o que une duas pessoas, então será o fim do sexo que as separará eventualmente. Fazer outros planos com a pessoa para além do óbvio, sair da expectativa de que irá haver sexo no final do encontro pode levar a que ambosa descubram algo no outro que potencie algo mais que um simples encontro sexual ocasional. Não é o sexo que é o problema, mas sim a falta de outra coisa para além disso e é nisso que a Lénia se deverá focar, mantendo sempre a sua postura em relação ao sexo dado que é algo que faz parte de si.