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10 março, 2021 O meu amigo monocolhão

Este nunca levou um chuto nos tomates.

Parabéns a todos nós felizes donos de um par de bolas entre as pernas ou, caso seja essa a vossa situação, na boca. Os testículos são o parente pobre dos instrumentos fodangais: caralho e cona são as estrelas da companhias, mamas e cu os actores secundários, os colhões são simplesmente dois figurantes que por ali andam de um lado para o outro sem saberem para onde ir. Pior que isso, são das zonas mais sensíveis que um gajo tem e ninguém lhes dá o devido crédito. Agora imaginem que em vez de dois colhões, só tinham um. Esta é a história do meu amigo monocolhão.

O meu amigo monocolhão

O meu amigo chama-se Carlos, mas para efeitos de privacidade, vamos chamá-lo de monocolhão. E se pensarmos bem, chamar alguém de monocolhão pode ser ofensivo e por isso vamos chamá-lo de monotestículo. Ou mono, para os os amigos. Bom, conforme o nome indica, o mono não dispunha de dois manos esféricos como os restantes e isso sempre lhe levantou problemas. Ainda me recordo da primeira vez que não lhe vi dois colhões junto à piça: foi na aula de educação física do 10º ano em que estávamos todos no balneário a fingir que não olhávamos para a piça uns dos outros para comparar tamanhos. 

O mono reparou que eu franzi o sobreolho ao mirar-lhe o nabo e sabendo ele de antemão o problema que tinha, resolveu antecipar-se a qualquer comentário e disse-me "eu só tenho um colhão" ao que eu respondi "eu não tinha reparado nisso, só estava impressionado com o teu narso". É verdade, o mono apesar de mono, veio equipado de série com artilharia de calibre alto, o que me levou a equacionar se o próprio corpo não assimilou o colhão no próprio caralho conferindo-lhe uns belos centímetros extra. Se isso fosse possível, dou de bom grados os meus dois a troco de tamanho.

O mono não entrou em pormenores sobre a origem do desaparecimento do colhão que lhe faltava, nem pareceu muito incomodado. Aliás, senti que o mono estava mortinho para que se soubesse que ele só tinha um colhão. Dois colhões já todas as gajas viram, caso isto se espalhasse na escola, tudo o que era febra de perna fácil iria querer ver o colhão sobrevivento do mono, nem que fosse para o meter na boca apenas para saber se o sabor é igual. Ser diferente nem sempre é mau e o mono sabia perfeitamente disto. 

Nós homens costumamos dizer "não tens colhões para isso" e o mono não tinha mesmo, mas sempre foi dos gajos mais corajosos que conheci. De facto, ele nunca se sentiu mais ou menos homem por apenas ter um colhão, mas também com um caralho daquele tamanho, é impossível te sentires mais ou menos do que quer que seja. Uma das coisas que tive de perguntar foi se aquilo afectava o que quer que fosse na vida sexual do mono. Disse-me o mono que a única coisa que ganha com aquilo é poder dizer "lambe-me os colhões" a uma gaja na cama e depois rir-se com a reacção da tipa.

Saudades do meu amigo mono. 

Até domingo e boas fodas.

Noé

Noé

Noé

Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.

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