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25 março, 2018 Os homens não percebem nada de lingerie

Não quer dizer que não gostamos de ver.

Pedir a opinião a um homem sobre lingerie é como pedir a um ramo de salsa para resolver uma equação de terceiro grau: não dá em nada. Para nós, a lingerie está sempre fantástica, mesmo se for o pedaço de tecido mais azeiteiro e brega alguma vez confecionado.

Os homens não percebem nada de lingerie

Porquê? Porque qualquer situação que envolva questionar um homem sobre lingerie, a resposta está condicionada. Senão, vejamos:

  • É a namorada/mulher que está a perguntar e é bem melhor que um gajo responda que gosta muito se quiser voltar a foder neste e no próximo milénio.
  • É a amante que está a perguntar e é bem melhor que um gajo responda que gosta muito se quiser voltar a foder neste e no próximo milénio.
  • É a gaja que vamos comer hoje à noite que está a perguntar e é bem melhor que um gajo responda que gosta muito se quiser foder nos próximos minutos.

Não obstante o propósito que uma lingerie sexy tem, se nos conseguirmos abstrair de todos os factores externos que possam condicionar a nossa opinião, a verdade é que existem lingeries que deviam figurar no Museu das Aberrações. Tenho memória de uma situação dessas e de como devemos não deixar os pormenores estragarem uma possível purga de sémen.

Há uma altura na fase de todo o homem cujo padrão de "possível foda" desce para o nível "está viva e mexe". Ocorre ali entre os 15 e os 35, mais coisa menos coisa. Amiga nossa que trouxesse uma "nova miga" para o grupo de amigos era como enfiar uma ovelha junto de uma matilha de lobos esfomeados. Apesar de a maioria manter a postura, todos tínhamos miras apontadas ao alvo. Cada um tinha o seu superpoder. Ora, o meu nunca foi a beleza, mas mandava umas larachas que algumas achavam piada e depois enrolavam-se com o gajo do gym. Mas lá de vez em quando apanhava uma do tipo "o humor é sexy" e conseguia enganar a miúda. Certo dia, uma amiga minha traz para o café a nova "bestie" do trabalho. A rapariga era boa todos os dias, mas tinha um problema: era a coisa mais azeiteira que eu alguma vez vi. Tudo nela era piroso. A roupa, o timbre da voz, a conversa. TUDO. Mas ela era mesmo, mas mesmo boa. Isto confunde o cérebro, pois as sinapses enviam informações contraditórias, tais como, "que cu... ela é tão bimba.. que mamas... olha-me para aquelas 30 pulseiras.. system error!". Dado que esta gostava de se rir, eu consegui meter conversa e fingi que não ouvia o riso de porco que ela tinha. Por entre conversas de SMS, lá a convenci a sair e até dei a hipótese de ser ela a escolher o local: Docas. Salsa Latina. "Opá, isto é tão eu!". A dançar bolero. Ela não vai de modas ou vergonhas e dançava como se tivesse um ferro em brasa enfiado pelo cu acima enquanto tinha sexo com o corrimão das escadas. "Estou a adorar! Mãe dos meus filhos!". Se eu pudesse descrever o outfit tipo polícia da moda, seria algo tipo Romana meets Ruth Marlene da Feira do Relógio. Mas... ela era mesmo boa. Não sei como, mas acabei na casa dela (ela pediu, não impus nada!). Também sem saber como, ela despiu-se. AGORA SIM. "Não fales. Não abras a boca, está perfeito assim!". Finalmente, a rapariga fantástica que eu sempre soube que ela era: muda e nua. Problema: "vou só ali vestir uma coisa gira para ti" e eu pensei logo "vai sair merda!". Volta com uma vestes parecidas com a que a Princesa Leia usou quando estava aprisionada pelo Jabba, mas em feio. "Uau... estás... algo..." e *zau* adereços com o caralho. Depois do que interessa ter acontecido, diz que posso pernoitar, eu concordo e depois de já estar instalado no meu novo "lar" começa a contar o seguinte:

- O meu ex às vezes fica ali em baixo na rua a ver se está cá alguém comigo. Ele é polícia do Corpo de Intervenção, sabes? Oh, ele só tem mania *riso de porco*... mas evita ir à janela..ok?

Depois deste excelente pedaço de informação, vai buscar dois gatos para dormirem connosco.

- Eu sou alérgico. Podes... tirar os gatos?
- Ah.. TADINHOS *riso de porco* Eles estão habituados. Ok, podem dormir hoje por cima da roupa da cama.
- Ok..

Não preguei olho à pala dos gatos e num acesso de raiva, lancei um pelo ar com a perna. Problema: ela viu!

- TU ESTÁS A BATER NOS MEUS GATOS?
- Nãonãonãonão.. não o vi... não sabia *tentativa de conter riso* juro.
- ESTÁS A GOZAR?
- Jamais.
- Coitado do Juízo Final...
- Han?
- O meu gato chama-se Juízo Final.

Puff. Aturo Salsa Latina, azeite, ex-polícias, mas um gato chamado Juízo Final é a gota de água.

Mas voltando ao assunto inicial e à lição a aprender: nem lingerir brega, nem danças latinas ou gatos com nomes estranhos devem interferir nas fodas de cada um. Uma lingerie (feia ou bonita) tem o mesmo aspecto no meio do chão do quarto.

Boas fodas e até quarta.

Noé

Noé

Noé

Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.

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