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19 setembro, 2018 Pagar para foder?

Directa e indirectamente.

Eu tenho duas opções se quiser jantar hoje à noite: ou confeciono a minha própria refeição ou vou comer fora. Seja qual for a minha decisão, vou ter de gastar dinheiro.

Pagar para foder?

Adoro esta analogia gastronómica pois espelha de forma precisa a velha questão de “eu não pago para foder!”. Todos pagam para foder de uma forma ou de outra, inclusive elas. Existe o pagar para foder honesto e desonesto. Na primeira instância, existe uma troca comercial de dinheiro por um serviço. Na segunda hipótese, existe uma troca pessoal de serviços pagos e não pagos por um serviço mútuo que pode não vir a acontecer. Sinceramente, considero a primeira hipótese mais real e com alma do que a segunda.

Podemos questionar bastantes coisas na validade de ambas as hipóteses, mas a verdade continua a mesma: todos pagam para foder.

Conheces uma miúda num bar. Ora, nem sabias que ias conhecer esta miúda e já estavas em gastar em bebida e deslocação. Continuas a falar com ela e isso – por norma – envolve investimento, mesmo que ela não queira beber. Se decidirem ir a outro sítio longe dali, a caixa registadora continua a fazer barulho. Vamos supor que a coisa não se concretizou mas que trocaram os contactos, 9 em cada 10 convites que se seguem são para uma refeição a dois. Supondo que ocorreu um almoço, irá ocorrer um jantar. Por esta altura já parei de fazer contas, mas vamos continuar. Vamos prosseguir: jantar e paga o homem ou aquela vagina seca mais rápido que uma folha de árvore caída num canteiro em Outono. Jantar e foder logo de seguida? Acontece, mas por norma vai-se beber um copo (ao mesmo bar onde se conheceram, porque ainda há romance). Se tudo correr bem, vão depois para um apartamento e, só por piada, vamos imaginar que ela parte um vaso Ming com e bebedeira.

Saldo final: 200€? Talvez mais, talvez menos. Decididamente mais de 50€ e menos de 500€.

No entanto, basta pesquisar no Classificados X e conseguem arranjar companhia por metade do orçamento. O resultado final é sempre o mesmo: alguém se vem. Nem sempre são todos os envolvidos, mas é o que temos.

Todos pagam para foder.

Até domingo e boas fodas.

Noé

Noé

Noé

Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.

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