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05 Septiembre, 2015 Trabalhadoras do sexo de rua obrigadas a usar coletes reflectores

Se não trocarem as mini-saias pela roupa reflectora, pagam multa.

É uma medida que está a causar polémica! Trabalhadoras do sexo de rua têm agora que usar coletes reflectores semelhantes aos que têm que ser utilizados pelos condutores, quando páram numa via, ou pelos funcionários que trabalham nas estradas. E é num país da União Europeia!

Trabalhadoras do sexo de rua obrigadas a usar coletes reflectores

A decisão entrou em vigor a 28 de Agosto passado e as trabalhadoras do sexo que actuam na rua na localidade italiana de Spino d’Adda, uma cidade na periferia de Milão, que não cumprirem a medida arriscam-se a pagar uma multa de 500 euros.

E à segunda infracção num período de seis meses, serão sinalizadas e ficarão com "ficha" no Ministério Público, o que no caso da maioria delas significará a deportação para os seus países de origem.

A maioria das mulheres que praticam a prostituição à beira da estrada em Spino d’Adda são estrangeiras, oriundas de países do Leste Europeu como a Ucrânia, a Roménia e a Moldávia, mas também da Nigéria e de outras nações africanas.

O vice-presidente da Câmara da cidade, Luciano Sinigaglia, defende a medida com a necessidade de garantir a segurança rodoviária que se tornou um problema na zona, dado o elevado aumento de trabalhadoras do sexo que se verificou na região nos últimos tempos.

"As trabalhadoras do sexo devem ser tratadas como os funcionários que trabalham na construção das estradas e forçadas a usar roupas que as tornem visíveis."

Ora, a ideia não é exactamente que elas se tornem mais visíveis para os clientes, mas que, pelo contrário, atraiam menos clientes!

O presidente da Câmara local, Paolo Riccaboni, citado pelo jornal italiano Il Giorno assume que o interesse da autarquia é afastar a prática da prostituição da cidade.

"O nosso objectivo é afastar os "pirilampos" do nosso território. Assim, pomos em prática todas as medidas que possam dissuadir as raparigas e os clientes."

Ainda há cerca de quatro anos a Câmara introduziu uma Lei que sanciona os clientes das trabalhadoras de sexo de rua a multas que podem chegar aos 500 euros.

Com o aumento das mulheres que trabalham na rua nos últimos tempos, por causa da Expo 2015 que decorre em Milão desde 1 de Maio passado até 31 de Outubro deste ano, as autoridades locais esperam resolver aquilo que é uma circunstância incómoda para os eleitores.

As estimativas indicam que mais de 15 mil mulheres chegaram às ruas da região, a pensar nos visitantes da Expo 2015, provenientes de vários países do mundo, incluindo Brasil, Bulgária, China, Nigéria e Marrocos. O afluxo tem sido tal que os locais já falam do evento como a "Sexpo"!

E já há quem brinque com a situação dos coletes reflectores notando que é bom que "os clientes não confundam os trabalhadores de estrada com prostitutas".

Mas, apesar da Lei já ter entrado em vigor, a maioria das trabalhadoras do sexo não a está a cumprir, conforme apurou o jornal Il Giorno.

Um repórter do jornal falou com uma jovem ucraniana que trabalha na rua há três anos e que não está a usar a roupa reflectora.

"Soube da Lei só esta manhã. Penso que vou sair deste lugar. Não quero arriscar apanhar uma multa ou pior, ser denunciada. Faço este trabalho para complementar os meus rendimentos. Não sou escrava de ninguém. Já tive um emprego, mas não é fácil seguir em frente com 800 euros por mês."

E se há mulheres que não têm conhecimento da Lei, é certo que a maioria deverá continuar a trabalhar de mini-saia ao invés de usar umas calças reflectoras.

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