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14 agosto, 2018 Quando ele não levanta

Aconteceu com um amigo. Deve ser o mesmo que o vosso.

O jantar correu bem, bebeu-se na quantidade certa e a conversa fluiu o suficiente para a convencermos que era uma boa ideia ir connosco para o apartamento. Fazer o quê? Bom, nunca podemos dizer o que vamos fazer. É daquelas situações que dois adultos se comportam como crianças na pior peça de teatro da escola de sempre. Ambos sabem que estão ali para foder mas têm de fingir que estão ali para fazer tudo menos o que interessa. É curioso ver o que as pessoas se lembram de falar nestas alturas porque a conversa é forçosamente mantida o mais longe possível da temática sexual.

Quando ele não levanta

- Tenho aqui este CD original dos Oasis que comprei na Virgin. Eram os anos 90, sabes? E este puff? O que achas? Fofinho. Verde. Comprei-o no Espaço Casa em promoção e… *a gaja tira a camisola* e que se fodam os Oasis. Não vale a pena viver no passado!

Agora que finalmente atingimos o objectivo que tínhamos em mente há mais de 4 horas, chega a hora da verdade e o “menino” não corresponde. Seja porque razão for, não interessa se é um problema na cabeça ou um problema na “cabeça”. Ah, que trocadilho do caralho. Olha outro. Estou imparável. Existem mil razões para isto acontecer e não temos tempo para abordar individualmente as causas, o que interessa neste momento é como reagir e tirar o melhor partido de uma situação desastrosa à primeira vista.

O que não fazer

- Dizer “isto é a primeira vez que me acontece!”. Não, não é. Tirando a primeira vez que realmente aconteceu e nos deixou em lágrimas por realmente ser a primeira vez e essa cabra não ter um pingo de confiança nas nossas palavras, mentir dessa forma só vai piorar o que já de si é mau.

- Propor ver pornografia. Não me parece que ver gajos com erecções tipo silos de centeio vá ajudar à vossa auto-estima. Mas força…

- Ficar na defensiva e reagir de forma agressiva para com a pessoa acusando-a de qualquer coisa ridícula. Descarregar a frustração naquela pessoa é errado, mas o pior é se no meio dessa discussão vocês soltam um “vai-te foder!” e ouvem “eu bem queria, mas pelos vistos não consegues!” Como é que voltam a olhar para o espelho depois desta?

- Insistir de forma criativa, ou seja, pedir à pessoa que faça ou diga coisas para ver se isso joga para o vosso lado como (pensam vocês) que vai jogar.

- Oh, sabes o que é que podias fazer?

- Já estou por tudo. Diz.

- Podias fazer uns totós, falar como um bebé e segurar um sapato no ar.

- Ok…

- Ah… e chama-me de Diana. Acho que… acho que assim… sim… vai dar.

Não vai dar, “Diana”.

O que fazer

- Rir. Já que ela está a rir, juntem-se a ela. Juro que é a melhor coisa que podem fazer. Até podes agarrar na “invertebrada minhoca” e fazer uma vozinha de desenho animado a dizer “olhem para mim que não me consigo levantar!”.

- Dizer com toda a confiança do mundo “eu sabia que não devia ter bebido”, mesmo que só tenham bebido água ao jantar. O mais importante é manter uma cara séria a dizer isto e ignorar os risos dela.

- Dizer “eu não esqueci a minha ex, sabes…?” e sentarem-se na cama com as mãos na cabeça. Preparem-se para ter uma conversa de uma hora sobre sentimentos e sexualidade. Conversa que não pediram, mas que ela vai insistir em ter.

- Fingir um AVC. Ok, esta é desesperada. Mas acreditem que um AVC pode salvar vidas (sexuais).

- Perceberem que isto hoje não dá e irem para a sala ouvir Oasis sentados num puff.

Boas fodas e até domingo.

Noé

Noé

Noé

Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.

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